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A mostrar mensagens de 2013

Looking for Alaska

MANIC PIXIE DREAM GIRL ALERT!!!! Comprei este livro como parte de uma box set com todos os livros do John Green, porque estava barata e eu estava curiosa. Decidi começar a ler por ordem cronológica, e este veio primeiro. O título dera-me a entender que o livro poderia ser sobre pessoas perdidas a tentar chegar ao Alaska. Porém, é sobre um rapaz aborrecido e sem vida social que vai para um colégio interno, onde consegue fazer amigos sabe-se lá como e se apaixona por uma rapariga supostamente inalcançável (embora seja bff do roomie dele), fascinante, mórbida e ~~~ damaged ~~~ (e, obviamente, incrivelmente bem parecida, senão, quem é que ia querer saber dela?). Que se chama Alaska e que depois morre. Boo-hoo. Percebam a profundidade da tipa: "Why do you smoke so damn fast?" I asked. She looked at me and smiled widely, and such a wide smile on her narrow face might have looked goofy were it   not for the unimpeachably elegant green in her eyes. She smiled with all

The Complete Maus

Não sou boa a fazer reviews de Graphic Novels, parte 2. De qualquer maneira, acho que já toda a gente sabe sobre o que este é: O mais incrível neste livro foi a forma como Vladek conseguiu sobreviver a tudo pelo que passou durante a II Guerra Mundial: ser prisioneiro de guerra, a morte do primeiro filho, as estadias em Auschwitz e Dachau, tudo o que aconteceu com a sua restante família, e a resiliência e inteligência com que ele conseguiu garantir a sua sobrevivência (e como lutou pela dos restantes), ao conseguir comida, abrigo e dinheiro em situações impossíveis e, quando tudo isso já parecia ter terminado, a depressão e suicídio da sua mulher, Anja. Ao mesmo tempo, é-nos apresentada a relação conturbada entre Art e Vladek. 4.5/5 Podem comprar esta edição aqui  e em português aqui .

Hyperbole and a Half

Não sou boa a fazer reviews de Graphic Novels, um género que nunca tinha lido antes, parte 1. E como não o sou, vou linkar directamente para o blog que deu origem a este livro . O livro inclui alguns dos posts mais conhecidos do blog, incluindo os sobre depressão: And that's the most frustrating thing about depression. It isn't always something you can fight back against with hope. It isn't even something — it's nothing. And you can't combat nothing. You can't fill it up. You can't cover it. It's just there, pulling the meaning out of everything. That being the case, all the hopeful, proactive solutions start to sound completely insane in contrast to the scope of the problem. It would be like having a bunch of dead fish, but no one around you will acknowledge that the fish are dead. Instead, they offer to help you look for the fish or try to help you figure out why they disappeared.  E outros, novos, incluindo um incrível sobre um ga

Lysistrata

(Esta review está um pouco atrasada, que adoptei um horário das-9h-às-17h e a semana foi complicada) Quando decidi enveredar por estes caminhos para explorar as bases da cultura ocidental etc etc não estava à espera disto. Lysistrata é não uma tragédia, mas uma comédia, sendo-o também no sentido corrente da palavra. Dando o título ao livro, a personagem principal é uma mulher que desenvolve um brilhante plano para dar fim à guerra do Peloponeso, da qual todas as mulheres gregas estavam cansadas: CLEONICE And why do you summon us, dear Lysistrata? What is it all about? LYSISTRATA About a big thing. CLEONICE And is it thick too? LYSISTRATA Yes, both big and great. CLEONICE And we are not all on the spot! LYSISTRATA (wearily) Oh! if it were what you suppose, there would be never an absentee. No, no, it concerns a thing I have turned about and about this way and that so many sleepless nights. Estas mulheres queixam-se da falta dos seus maridos, da falta de &qu

Medea

Heaven has no rage like love to hatred turned, Nor hell a fury like a woman scorned , segundo uma peça do William (não Shakespeare) Congreve que nunca li. Os protagonistas, Jason e Medea, eram-me já conhecidos de um filme que costuma dar na Páscoa mas onde não entra o Charlton Heston. Nesse filme, porém, e ao contrário desta peça, Medea era uma personagem secundária. Euripides pega na história no ponto em que eles são já casados e pais de dois filhos. Jason decide abandonar Medea pela filha do rei lá do sítio. Ela fica, obviamente, furiosa, relembrando as juras que ele lhe tinha feito e o facto de ter matado o seu irmão e abandonado a sua família e terra por causa dele. Depois disso, Creon, o rei lá do sítio, vai falar com ela para a expulsar das suas terras. Ostracizada - sem jóias, carro (por acaso nem por isso, que no fim vai-se ver e tem uma carruagem com DRAGÕES), casa -, Medea não aceita tão bem como Ágata ficar só com os filhos, para quem Jason tinha planos que roçavam

Poetics

Aquilo que não confessei no blog é que comprei uma série de peças clássicas e comprei este para as acompanhar. Andava-me a sentir inculta no que respeita às origens do cânone literário ocidental, e o BookDepository é um enabler que me manda descontos de 10% porque algo que eu nem me lembrava de ter na wishlist foi declarado out of print . Tenho andado com dificuldades em focar-me na leitura, e decidi ler o Poetics  para ver se me reinspirava. Primeiro: Nunca tinha lido Aristóteles (e tenho licenciatura em Ciência Política - retirem daqui o que quiserem sobre a qualidade do ensino), e fiquei surpreendida com o quão fácil de ler isto foi (embora não recomende totalmente enquanto leitura de autocarro). Segundo: qualquer pessoa que goste de e/ou ambicione escrever devia ler isto, pois em 60 páginas (na minha edição), temos a explicação e a introdução das tragédias gregas (sendo poesia e drama considerados uma só categoria), uma listagem das suas componentes ideais e necessárias,

Guerras do Alecrim e Manjerona

Este livro era, supostamente, do meu pai; duvido, porém, que ele alguma vez tenha lido um livro na vida. O nome "António" está também escrito na folha de rosto. O meu pai não se chama António. Fica a dúvida. Tinha apenas duas informações sobre esta peça antes de a começar a ler: que, segundo a didascália, se trata de uma "ópera joco-séria, que se representou no Teatro do Bairro Alto de Lisboa, no Carnaval de 1737"; e que o autor é o Judeu, que morreu ao lado do Baltasar no enfadonho Memorial do Convento. Esta peça trata de D. Fuas e D. Gilvaz a tentar dar o golpe do baú a duas irmãs ricas que encontram na estrada, D. Nise e D. Clóris, de ranchos rivais (manjerona e alecrim). O problema surge quando estes não se apercebem não estarem atrás da mesma mulher e se julgam rivais, tentando cada um chegar primeiro ao seu alvo. O criado de D. Gilvaz apaixona-se pela criada das irmãs, Sevadilha, que lhe dá um malmequer. De modo a conseguirem alcançar o seu objectivo

Gabriela, Cravo e Canela

Jorge Amado foi dos primeiros autores dos quais gostei a sério, quando, com 13 anos, li o Capitães da Areia . Aventuro-me, dez anos depois, nesta conhecida fonte de telenovelas que nunca vi. A narrativa passa-se nos 1920s em Ilhéus, numa altura desde logo definida como sendo de mudança:  Modificava-se a fisionomia da cidade, abriam-se ruas, importavam-se automóveis, construíam-se palacetes, rasgavam-se estradas, publicavam-se jornais, fundavam-se clubes, transformava-se Ilhéus. Mais lentamente porém evoluíam os costumes, os hábitos dos homens. Assim acontece sempre, em todas as sociedades. Este conflito reflecte-se no desenrolar de um drama político, uma eleição próxima. De um lado, Coronel Ramiro, velho coronel de Ilhéus, autoridade política consagrada na região, que prefere matar (literalmente) pelos bons costumes a fazer algo pela cidade, mesmo que isto custe a prosperidade desta. Do outro, Mundinho Falcão, o candidato que fugiu de casa e da família, que promete progresso

La Porte Étroite

J'ai lu ce livre en portugais il y a quelques années, mais je voulais améliorer mon français. Ou qualquer coisa assim, que não sei muito bem se está a funcionar. André Gide era amigo do Oscar Wilde e ganhou o Prémio Nobel em 1947 (no ano a seguir ao Hermann Hesse, a quem não acho grande piada, e dois anos antes do William Faulkner, de quem gosto muito porque Caddy smelled like trees ). O título baseia-se nesta passagem da Bíblia (que segundo o Google é Mateus 7:13): Efforcez-vous d’entrer par la porte étroite, car la porte large et le chemin spacieux mènent à la perdition, et nombreux sont ceux qui y passent mais étroite est la porte et resserrée la voie qui conduisent à la Vie, et il en est peu qui le trouvent. Jérôme, orfão de pai, começa a ir com a sua mãe passar férias a casa do seu tio no Havre, com os seus três primos cerca da sua idade. Apaixona-se por uma das suas primas, Alissa, e passam belos e longos Verões lendo um para o outro no jardim. Jérôme quer-se cas

The Marriage Plot

Gosto muito dos outros dois livros do Eugenides e este estava barato quando, há coisa de um ano, precisava de portes grátis ao mandar vir livros para a malfadada tese. Para minha tristeza, e ao contrário do que o título dá a entender, este livro não é sobre golpes do baú. Mais que isso, ironicamente, o livro começa por falar da tese da protagonista, Madeleine Hanna, English major , ou, melhor, dos seus livros, organizados por autor e  "arranged not by title but date of publication" . Olha, um livro sobre livros. Mas portanto,  The Marriage Plot é não só o título deste livro, como também da tese dela, que trata do facto de os livros da época vitoriana e da regência acabarem em casamentos, terem como "objectivo" do seu enredo o casamento. Claro que este é todo um indício de uma vida amorosa mal resolvida: Madeleine está interessada num tipo arrogante e pseudo-intelectual da sua aula de Semiótica que mal conhece, Leonard, bipolar, com problemas sérios de hi

Collins Classics

Em minha defesa, tinha um vale de 5€ para gastar.

Madame Bovary

Este tinha-me sido já recomendado por várias pessoas. Peguei-lhe finalmente por ser group read de um dos vários grupos no Goodreads aos quais pertenço mas nos quais não participo. A minha primeira (e única, até agora) experiência com o Flaubert foi um conto, também em português, sobre uma empregada e um papagaio. Embora tal conto tivesse como objectivo enaltecer a simplicidade da empregada (ou é o que retiro do título,  Un coeur simple ), a relação dela com o papagaio roçava a bestialidade, pelo que não sabia bem o que esperar desta obra. Um dos motivos que me fez não querer ler este livro antes foi o facto de ser uma tradução em português (como todos os livros nesta casa que não me pertencem). Não gosto de ler traduções em português, não só porque são bem mais caras que traduções inglesas mas porque, pior ainda, fico sempre com a sensação que só temos tradutores bimbos, tanto pela forma raramente apelativa da prosa como pelas palavras utilizadas*. À quinta página este meu rec

English as She Is Spoke

Século XIX. Pedro Carolino, não sabendo falar inglês, decidiu escrever um phrasebook nessa mesma língua. Como bom português, o Pedro era claramente adepto do desenrascanço: pegou num livro português-francês legítimo, de um tal José da Fonseca (que não tem mais nada a ver com este livro, mas que é ainda assim creditado como co-autor), e num dicionário francês-inglês. Daqui saiu um clássico do humor não-intencional, todo um legado de piadas de ignorância linguística, e quiçá a causa dos fracos conhecimentos de inglês de toda uma Nação: Alegadamente, o Mark Twain, que tinha um óptimo sentido de humor, gostava muito deste livro: Nobody can add to the absurdity of this book, nobody can imitate it successfully, nobody can hope to produce its fellow; it is perfect, it must and will stand alone: its immortality is secure.  É um livro dividido em várias partes: vocabulário, frases comuns, diálogos úteis (corridas de cavalos, estudos de francês, idas ao alfaiate, passeios na cidade), an