Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2014

The Fault in Our Stars

Este é o 11º livro mais popular dos 1571 que tenho adicionados no Goodreads (que não são bem 1571, que assim do topo da minha cabeça tenho pelo menos uns quatro duplicados por estar a ler em francês livros que já tinha lido noutra língua, mas adiante), acima de livros incríveis como o Of Mice and Men . Acima do The Master and Margarita em termos de ratings . Este é o livro que deu origem a um filme que saiu este verão e que eu nunca vi. Este é o livro mais overhyped que li nos últimos tempos. Incrivelmente aborrecido. Previsível, do género Nicholas Sparks para young adult , tipo A Walk to Remember  (é esse o do cancro, certo?) sem o plot twist . E antes que me tentem chamar insensível, tenho uma experiência próxima (embora, felizmente, não na primeira pessoa) com cancro. Pessoas não têm de se tornar idiotas pretensiosas sem personalidade só porque têm uma doença possivelmente terminal. Acho inclusive mais insensível tentar tornar metade do livro hilariante. E acima de tu

Will Grayson, Will Grayson

O penúltimo livro do John Green que tinha para ler foi escrito em colaboração com um outro autor, que desconheço, de seu nome David Levithan. Will Grayson, Will Grayson é um livro sobre dois putos, ambos chamados "Will Grayson", e como as suas vidas se cruzam e (discutivelmente) mudam após esse evento: a vida do Will Grayson do John Green mudou, mas não pela intervenção do seu homónimo; já o Will Grayson do David Levithan apaixona-se pelo melhor amigo do primeiro Will Grayson, Tiny Cooper, e recorre ao auxílio deste. Tiny Cooper é descrito como: Tiny Cooper is not the world's gayest person, and he is not the world's largest person, but I believe he may be the world's largest person who is really, really gay, and also the world's gayest person who is really, really large. No fundo, o livro, assim como tudo neste livro, é mesmo sobre o Tiny. Toda a gente adora o Tiny, um tipo egoísta ao ponto de decidir fazer um musical sobre si próprio. Na esc

Paper Towns

Voltei aos livros do John Green após a desmotivação dos dois primeiros, e tenho como nova missão acabá-los todos antes de poder partir para literatura que me aprouver mais. O John Green tem uma particularidade da qual eu já me havia apercebido, que é escrever basicamente o mesmo livro várias vezes: puto geek com amigos idiotas idolatra rapariga linda, única e problemática, a qual não conhece (pelo que basicamente gosta dela pelo simples facto de ela ser bem parecida - que é sempre) e com a qual nunca falou, mas com a qual consegue sempre, sempre  alguma coisa. As personagens principais deste livro, Quentin e Margo, são exactamente as mesmas dos seus dois livros anteriores. O John Green não se esforçou por esconder ou iniciar o plot de maneira a tentar parecer estar a escrever uma história diferente, quer dizer, o primeiro parágrafo é: The way I figure it, everyone gets a miracle. Like, I will probably never be struck by lightning, or win a Nobel Prize, or become the di

Cyrano de Bergerac

Este livro foi-me oferecido pela pessoa mais especial, comprado em segunda mão numa ida a Cascais, parte 2. Não sabia muito sobre  Cyrano de Bergerac , fora o nariz grande e a existência de um filme com o Gérard Depardieu, que nunca vi. De resto, é uma peça conhecida, é em francês,  et je dois l'étudier . A fama do nariz é comprovada cedo na peça: RAGENEAU: (...) Un nez!... Ah! messeigneurs, quel nez que ce nez-là!... On ne peut voir passer un pareil nasigère Sans s'écrier: "Oh! non, vraiment, il exagère!" No entanto, Cyrano não se deixa afectar, mesmo em duelo: LE VICOMTE: Personne? Attendez! Je vais lui lancer un de ces traits!... (Il s'avance vers Cyrano qui l'observe, et se campant devant lui d'un air fat): Vous... vous avez un nez... heu... un nez... très grand. CYRANO (gravement): Très! LE VICOMTE (riant): Ha! CYRANO (imperturbable): C'est tout?... O que quer que possam ter a dizer sobre o nariz de Cyrano, ele

Three Soviet Plays

Este livro foi-me oferecido pela pessoa mais especial, comprado em segunda mão numa ida a Cascais. Esta edição tem três peças de três autores diferentes, nenhum dos quais eu conhecia. Mas é a Penguin, são peças, e são soviéticos - toda uma receita de sucesso comigo que, mais uma vez, funcionou. A edição em si é óptima: tem toda uma introdução sobre teatro na União Soviética (na qual é mencionado o Bulgakov), e uma introdução a cada uma das três peças. The Bedbug , de Vladimir Mayakovsky Esta é honestamente das melhores peças que já li. Segundo a introdução, Vladimir Mayakovsky planeava, com o dinheiro que fizesse graças à peça, ir a Paris comprar um Renault, algo que conseguiu; o seu sucesso, no entanto, ficou-se pelo Renault. Esta peça tem como protagonista Prisypkin, proletário vulgar e alcoólico aspirante a burguês, cheio de insectos que a wikipedia me diz chamarem-se "percevejos de cama" em português, que tenta afrancesar o seu nome e se vai casar com uma mulher

The White Guard

O Bulgakov é possivelmente o meu russo favorito, e o The Master and Margarita é um livro que acho que toda a gente devia ler (porque gatos). Este parece que tem o Clint Eastwood na capa e veio do eBay. Muito diferente dos outros livros do Bulgakov que li (este foi o meu quarto), The White Guard  retrata o inverno de Kiev em 1918-1919 através dos irmãos Turbin, Alexei, Elena e Nikolka, uma família da classe média que apoia a monarquia, o Czar Nicholas e a sua família já assassinada pelos Bolcheviques (e estão em negação quanto a este facto). Isto em si é interessante pois, embora ucranianos, os Turbin sentem-se claramente russos. O nome desta família lembrava-me, de forma previsível e frequente, de um conhecido  hit  da música popular portuguesa. Sim, eu acabo de referir Ana Malhoa num  post  sobre um clássico russo refundido. Sabem porquê? Porque posso. Adiante, após a guerra civil que se seguiu à Revolução Bolchevique de 1917, Kiev foi ocupada pelo exército alemão, pelos Br

Big Sur

Li o On the Road há uns bons anos e, ao contrário do que esperava, não achei particular piada a tipos a andar de um lado para o outro, um chulando a sua tia enquanto o outro coçava a barriga  (dois bêbedos drogados preguiçosos e misóginos,  what's not to like ?). Decidi, não obstante, dar uma segunda oportunidade ao Kerouac. Continuo a ter um problema com o Kerouac, e é um problema que se chama stream of consciousness . É um problema que tenho com vários outros autores (estou a olhar para ti, Virginia Woolf/dêem-me o The Sound and the Fury todos os dias, porém), portanto não são eles, sou eu. Percebo que estar a pensar em pontuação e parágrafos seja uma seca quando se está inspirado, mas o meu attention span nunca foi grande coisa. Por exemplo, gostei muito da frase seguinte, mas leiam-na lá no seguimento e na pontuação que tem: Always so wonderful in fact to get away from that and back to the more human woods and come to the cabin where the fire's still red and y

The Collected Short Stories of Saki

Um livro baratíssimo com várias short stories de um tipo chamado Saki? Quero. Especialmente se o dito Saki nasceu no MYANMAR*. Gosto de short stories . É um género no qual estou sempre disposta a arriscar (sim, eu comprei o livro pelo simples facto de o autor se chamar Saki). É também um bom género para leitura em curtas viagens de autocarro e comboio, e neste caso as histórias têm 2-3 páginas. Com isto também aprendi que fazer reviews de histórias tão curtas é complicado. O livro tem vários conjuntos de histórias, e vou falar de todos, portanto isto vai ser longo. What did the Caspian Sea? O primeiro conjunto de histórias chama-se "Reginald", e inclui um conjunto de peripécias e opiniões do epónimo. A primeira introduz-nos Reginald como o primo com bom gosto em farpelas mas ou com pouca noção do que é socialmente aceitável, ou intencionalmente provocador, em que os seus únicos arrependimentos expressados em festas nas quais ofende coronéis e fala de coisas obs