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Mensagens

A mostrar mensagens de julho, 2016

The Code of the Woosters

Never let a pal down! Já li o The Diary of a Nobody . Já li o Three Men in a Boat (To Say Nothing of the Dog)  e respectiva sequela. Ambos me deixaram com a sensação que não percebia o humor britânico em livros e a ter receio do género. Este livro mudou a minha vida nesse sentido. É daqueles de rir até chorar e que ao mesmo tempo conseguem trazer conforto. Preciso de mais Wodehouse na minha vida depois disto. Este livro é maravilhoso, dá-me vontade de sair por aí a dizer " right, ho! ", " what ho! " e frases semelhantes, de entrar em esquemas de evitar o final de noivados alheios e leiteiras em forma de vacas de prata, não tenho palavras; comprei este livro por impulso por cerca de 3€ e agora só quero ler a bibliografia inteira (e enorme) do autor. Eu sei que é injusto dizer isto com todos os livros bons que já li, mas este é dos melhores livros de sempre. "There are moments, Jeeves, when one asks oneself, 'Do trousers matter?'" &

Bárbara and the paperbacks

A interminável lista de livros por ler continua a aumentar. Mas depois de ter adorado Amor de Perdição tinha de aproveitar, certo? Colecção actualmente à venda com o Expresso.

Slam

A tentativa de Hornby no mundo young adult . Há uns anos comprei uma colecção de seis livros de Nick Hornby, dos quais só me falta ler um, Fever Pitch, que estou a guardar para daqui a uns tempos dado que irei ver um jogo da Premier League ao vivo e acho que fará sentido ler na altura. A grande qualidade nos livros de Nick Hornby é que se lêem bem, muito - a escrita é contemporânea e clara e flui. O problema é que quanto mais leio dele, menos qualidade a narrativa parece apresentar, e isto entristece-me um pouco. A coisa em comum nos livros que já li dele são as personagens principais com dificuldade em crescer e aceitar responsabilidades, e aqui vemos isso não da perspectiva de um adulto mas de um rapaz adolescente, Sam, que aos 15 anos é obcecado com o Tony Hawk (o que me faz confusão porque o livro é de 2007 e o Tony Hawk Pro Skater era a thing  na Nintendo 64, sendo um jogo para o qual nunca tive muito jeito, possivelmente por estar a jogar num emulador via teclado, mas a

Room

Mais um dia de baixa, mais um livro, mais uma review . Este livro começa no quinto aniversário de um rapaz, Jack. Jack é o narrador, e vive com a sua mãe, a quem chama apenas "Ma", num quarto confinado ao qual chama "Room". A mãe diz-lhe que tudo o que há na televisão é imaginário, e apenas o que há no quarto é real. Em consequência, Jack sente-se afeiçoado a objectos como o tapete, uma planta, a mesa, etc, e trata-os como se fossem seres vivos. Os dias de ambos são passados naquilo que Jack considera serem imensas coisas para fazer, ler os mesmos cinco livros vezes e vezes sem conta, comer, tomar banho, limpar as coisas, exercício, jogos, televisão (Dora the Explorer), ser amamentado e falar constrangedora e constantemente sobre que lado lhe sabe melhor - algo que a mãe claramente não considera suficiente - até que, chegada a noite, a mãe fecha Jack no armário para receber um homem a quem Jack chama " Old Nick " devido a algo que ouviu na tele

The Reader

Vamos todos começar por questionar o facto de este blog estar extremamente activo? * Ou quiçá o facto de eu ter um livro com a Kate Winslet numa banheira na capa, um tie-in  de um filme que nunca vi? There's no need to talk about it, because the truth of what one says lies in what one does.  Michael Berg, de 15 anos, tem hepatite, vomita a caminho da escola e conhece Hanna Schmitz, uma mulher de 36 anos da vizinhança que o ajuda e leva a casa. Entram numa relação, a qual é imediatamente questionável: de tom muito erótico (ou, se quisermos, puramente sexual), a diferença de idades é aterradora. A certa altura, Michael começa a ler para Hanna, a pedido dela. Esta é extremamente fechada e privada sobre o seu passado e a sua vida, algo que Michael acha encantador e misterioso. Ao mesmo tempo que se lê e sente a paixão entre ambos, sabe-se que é errado e as questões morais começam logo aqui: e é um elemento problemático que parece nunca ter grande redenção no livro. Quan

Veinte poemas de amor y una canción desesperada

Quiero hacer contigo lo que la primavera hace con los cerezos. Uma das obras de poesia mais conhecidas, e também uma das obras mais conhecidas do mundo hispanohablante do séc. XX, esta foi a minha primeira vez a ler Pablo Neruda e também a ler em espanhol. Este livro foi publicado quando o autor tinha 19 anos, e dá para sentir essa adolescência e juventude na forma delicodoce e quase lamechas com que algumas descrições são feitas - algo que não faz dos poemas menos bonitos. He dicho que cantabas en el viento  como los pinos y como los mástiles.  Como ellos eres alta y taciturna.  Y entristeces de pronto, como un viaje.  --- Para mi corazón basta tu pecho Muitas, a maioria das imagens é relacionada com a natureza, a beleza dos rios e das nuvens e a escuridão do mar e do céu à noite e das montanhas. É um livro sem dúvida para quem está ou já esteve apaixonado, para quem conhece as emoções e desgostos do amor e acaba, como o próprio título da obra indica, co

Luuanda

Minha estória. Se é bonita, se é feia, vocês é que sabem. Eu só juro que não falei mentira e estes casos passaram nesta nossa terra de Luanda. Este livro surpreendeu-me de diversas maneiras, a primeira das quais o facto de ser um livro com três contos (algo que eu não sabia nem esperava - esperava uma narrativa contínua). Também não é uma leitura fácil: não só pelas expressões e frases inteiras em quimbundo, língua com a qual não estou de todo familiarizada (o que me levou a recorrer frequentemente a um glossário no final do livro) - o português usado é muito, muito africano -, como pelas situações de miséria descritas. As personagens são sempre muito humildes: a avó pobre, desiludida com o passado, e o neto que , desiludido com o presente e com a falta de emprego, apesar da falta de dinheiro e da fome, da muita fome, quer camisas coloridas para arranjar namorada; o deficiente que só queria o amor de uma rapariga e o disputa com um papagaio, segundo entende; a luta por um ov

Aldeia Nova

Small town Alentejo. Esta obra, um conjunto de contos, reúne episódios ou vividos pela família do autor, ou imaginados, todos eles no Alentejo. São contos de miséria financeira e emocional, nos quais se sente uma sequência cronológica, não só pelo lugar, físico, onde acontecem, mas por acompanharem Rui Parral desde a infância até não talvez a velhice, mas o momento em que é o único membro sobrevivente da sua família. De certa forma, lembra Winesburg, Ohio , de Sherwood Anderson, obra que eu acho fundamental para muito que foi escrito no séc. XX nos Estados Unidos, que entre os seus contos se foca no crescimento de uma personagem, George, que consegue fugir à cidade pequena onde vivia. Maria Campaniça sente ainda mais fundo o peso dos filhos e da solidão que enche o vale. Ela também quisera partir quando era solteira e mesmo depois de viver com  o seu homem. Quisera partir... Agora sonhou aquele sonho: morrer de velha em Valgato. As palavras da mãe aí estavam:  - Que

Jane Eyre

Mais uma review  infinitamente atrasada porque honestamente só me apetece dormir e sinto que tenho muito a dizer. Jane Eyre  é um livro que eu já tinha lido, em português, aos 16 anos, e do qual na altura retirei pouco mais que "é uma seca, mulher maluca no sótão, romance parvo". Desta vez retirei mais - sendo que talvez fosse triste se não fosse o caso, dez anos corridos - e é aí que vamos. O livro começa na infância da protagonista que dá o nome ao livro, contando a sua infância difícil ao ser criada por familiares (da parte da mãe) que não a querem e a tratam mal, seguida de oito anos num internato para órfãos com péssimas condições. Nesta escola ela conhece a sua primeira amiga, Helen Burns, que ao mesmo tempo que é uma personagem que faz sentido e é inteligente, traz consigo um dos meus problemas com este livro: toda a temática do cristianismo. Helen tenta ensinar Jane a aceitar as dificuldades da vida de uma forma inteligente e forte, tenta fazer dela uma p

I won't let your trick me twice

Ora portanto, isto de não comprar livros não está realmente a correr lá muito bem. Mas quando este clássico que inspirou um filme do Hitchcock que nunca vi estava a 1€ (sim, leram bem), poderia resistir?

Jedi Academy

Mais um emprestado pelo Jedi que protege o meu universo. Este é um daqueles livros engraçados e confortáveis. O Roan quer ir para a Pilot Academy, tal como o seu irmão mais velho e o seu pai - vivendo em Tatooine, a única alternativa é a Plant Academy, que oferece um não-desejado futuro na agricultura. O Roan não entra na Pilot Academy e acha que a sua vida acabou - até receber um convite surpresa para ir para a Jedi Academy, do próprio Yoda. Aliviado, embora confuso, Roan está desesperado para sair de Tatooine, e aceita. Contado através de banda desenhada, diários, desenhos e cartas, este livro segue Roan no seu primeiro ano naquilo que creio ser o nosso ensino preparatório ou básico (talvez mais o 7º ano) num colégio interno longe de casa. Usar a Força é difícil, arranjar amigos é difícil, e ser bullied  por alguém com um lightsaber e com a mesma cara que o Darth Maul mais difícil me parece. Isto é uma espécie de twist  Jedi do sistema de ensino normal, em vez de