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René Goscinny. Au-delà du rire

Tive a oportunidade, quando em Paris, de ir a uma exposição sobre René Goscinny.


Diria que, em Portugal, Goscinny é maioritariamente conhecido pelo seu trabalho em Astérix, que criou juntamente com Albert Uderzo, e Lucky Luke, criado com Morris. O Musée d'Art et d'Histoire du Judaïsme decidiu homenagear o autor, pelos 40 anos da sua morte.

A vida do autor é fascinante - nasceu em 1926, em Paris, filho de imigrantes polacos judeus. Dois anos depois, a família mudou-se para Buenos Aires, devido ao emprego do pai de René, tendo assim a família escapado à II Guerra Mundial. René Goscinny dedicou-se desde muito cedo às ilustrações e, após alguns anos a trabalhar em escritórios de contabilidade para ajudar a sustentar a família (o pai morreu muito cedo), arranjou emprego na área. Mudou-se com a mãe para os Estados Unidos e, posteriormente, voltaram a Paris, em 1946.

 

René Goscinny escreveu várias séries de banda desenhada, todas elas de sucesso. Além de Astérix e Lucky Luke, há Le Petit Nicolas, uma série que escreveu juntamente com Sempé, Iznogoud (adoro o nome e quero imenso ler um dia) e outras, de tiragens mais pequenas. Revistas Pilote, histórias sobre as suas várias colaborações, tiras e páginas da sua obra. Um pouco cansativo para quem não adora ler em francês, confesso. René Goscinny morreu em 1977, de ataque cardíaco.

A loja da exposição era magnífica, com álbuns de toda a obra do autor, postais e outra memorabilia. Dava vontade de trazer tudo! Trouxe , como terão percebido pela foto inicial do post, o primeiro volume de Le Petit Nicolas.

 

A loja do museu em si, entretanto, era também magnífica. O museu dedica-se, conforme indica o nome, a Arte e História do judaísmo, falando da presença judaica em França (havendo registo de famílias importantes com nomes como Pereire - têm direito a uma estação de metro com o apelido e tudo - e sendo frequentes os Rodrigues e outros nomes afins); não fala do período da II Guerra Mundial, por existir um museu dedicado, o Memorial de la Shoah. O museu vale muito a pena e a visita é grátis no primeiro Sábado de cada mês.

 

Mas a loja - a loja! A loja é uma livraria enorme, com obras de autores judeus, ou obras com relevância para o judaísmo (por exemplo, muitas obras sobre a II Guerra Mundial). É um museu interessantíssimo, por mais rebuscado que possa parecer - e a livraria do museu é de visita absolutamente obrigatória. Note-se que os museus em Paris não têm necessariamente lojas, mas livrarias que vendem outros tarecos - neste dia, comprei outro livro, também num museu (Zadig, de Voltaire, no Musée Cognacq-Jay). Para quem lê francês, estas lojas são uma perdição.

Ficou a vontade imensa de ler mais banda desenhada e descobrir mais deste mundo, tão apreciado na francofonia. A quem for ou estiver em Paris: a exposição sobre René Goscinny está patente até dia 4 de Março.

Comentários

  1. Quem me dera ter ido :( isso para mim era um marco, ainda bem que gostaste :p

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    1. Oh! :( não era a exposição mais fácil de acompanhar... espero que tenhas gostado do postal :$

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  2. Quem me dera passar por esses sítios. Beijinhos*

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  3. Que bom! Deve ter valido a pena. Ainda no outro dia numa feira do livro estive com o Petit Nicolas na mão para o trazer...não o trouxe... :/
    Um beijinho e boas leituras

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    1. Há de haver novas oportunidades, Isaura! :) quando o ler digo se vale a pena :D
      Beijinhos! Boas leituras :)

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  4. Goscinny é imenso no humor e na criatividade. E Iznogoud é verdadeiramente hilariante. (É uma banda desenhada com desenho de Tabary, a infinita saga do pobre Grão-Vizir que, coitado, episódio após episódio - são muitas histórias curtas -, a única coisa que quer é "tornar-se califa no lugar do califa!).

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    1. É verdade, José! Li muito pouco de Goscinny, na verdade - e tive a oportunidade de, na exposição, ler algumas tiras de Iznogoud. Ler uma opinião tão favorável dá-me mais vontade de conhecer essa obra :)

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