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Moby Dick

O grande clássico americano (e por grande não me refiro só ao tamanho, não. O clássico é muito conhecido, o livro é grande, e baleias também).


Não há como ler este livro sem pensar no Heathers. Não há como não ouvir o Christian Slater (quando ainda era bem parecido - aqui está um exemplo de alguém que envelheceu mesmo mal) na minha cabeça "Ah, now you're talking. I can be up for that. I've already started underlining meaningful passages in her copy of Moby Dick, if you know what I mean.... Es-ki-mo". E isso obviamente torna o livro imediatamente melhor.

Passei o livro à procura da palavra eskimo, mas aborreci-me tanto durante a leitura que, se houve esquimós, não dei por nada. A sério.

Heather com a sua cópia já gasta de Moby Dick

Fica, portanto, a primeira ressalva - achei grande parte deste livro infinitamente aborrecida, o que é particularmente chato quando o livro não é dos mais pequenos. No entanto, cruzei-me, ao longo da minha leitura, na vida real e na internet, com pessoas várias que tinham lido ou também estavam a ler, e estavam a adorar. A Carolina escreveu no Goodreads que a "cada palavra sentimos a dedicação de Melville a este livro", e isso é verdade. O livro tem uma intensidade especial.

O livro é, aliás, especial de várias maneiras. O primeiro terço do livro prendeu-me. Call me Ishmael - uma primeira frase extremamente conhecida na literatura (embora, para mim, no que respeita às minhas preferências, longe do belíssimo Lolita, light of my life, fire of my loins. My sin, my soul. etc), prenunciava um bom início. A primeira frase é imediatamente digna de reflexão - não só pelo tom de comando, não só pela direcção da narrativa a um leitor, mas porque dá a entender que o nome do narrador não é, de facto, Ishmael. Tipo "chamo-me Curtis Jackson, mas podes-me chamar 50 Cent". Ninguém no livro o trata pelo nome - ou fala com ele sequer (Ishmael é um mero observador). É uma personagem sem nome, fora a frase introdutória. Na Bíblia, Ishmael é aquele tipo que foi banido para o deserto e andou anos à deriva, mas de quem Deus sempre cuidou, e a quem Deus salva no fim. E sim - referências à Bíblia são remotamente recorrentes ao longo do livro, portanto talvez seja interessante ter isto em mente.

Whalers, de JMW Turner

Ishmael, jovem, branco, decide mudar de vida, ir para barcos de pesca de baleias. Vai para Nantucket (algo que achei curioso devido à The Narrative of Arthur Gordon Pym of Nantucket, outra obra sobre o mar, sobre baleias, sobre naufrágios). Numa pensão, pela falta de quartos, é "obrigado" a partilhar cama com um arpoador (tive de pesquisar como se dizia "harpooner" em português) - Queequeg. A primeira impressão de Ishmael não é a melhor.

And what is it, thought I, after all! It’s only his outside; a man can be honest in any sort of skin.
(...)
What’s all this fuss I have been making about, thought I to myself -- the man’s a human being just as I am; he has just as much reason to fear me, as I have to be afraid of him. 

As primeiras páginas do livro tiveram interesse. A amizade homo-erótica entre Ishmael e Queequeg (eles acordaram abraçados), os jantares, a não muito vaga noção de racismo. A religião de Queequeg com o seu mini-ídolo, a premonição do tipo quando o Ishmael tinha escolhido o barco. Gosto do Queequeg! Apesar do julgamento ao longo do livro por pertencer a uma religião pagã, das suas tatuagens, da sua cor de pele, por pertencer a uma tribo canibal (da qual seria rei), ele é boa pessoa e não come ninguém. Eu estava interessada na vida dos habitantes de Nantucket, mas Melville parou com as expectativas que tinha criado com o início do livro.

Depois há uma pregação religiosa qualquer e o livro começa a perder-me. Infelizmente, há pouco Queequeg no livro. Em vários momentos da narrativa, só quero que Ishmael morra para pôr fim ao meu sofrimento. O autor menciona que nunca ninguém escreveu o "livro definitivo" sobre baleias e a sua caça - é esta a sua pretensão. E claro que o fez, mas não é uma leitura agradável. Há demasiado conhecimento sobre baleias, anatomia de baleias, indústria de baleias, que poderia encher livros técnicos vários e tornou o livro demasiado aborrecido. Se calhar sou eu que não estou habituada a ler não-ficção; se calhar sou eu que não sou obcecada com baleias; não é que não compreenda a importância do livro, mas, mais do que um livro conceituado, eu gosto que um livro me entretenha.

Mas voltando à história: os amigos embarcam no Pequod, cujo comandante é o Capitão Ahab, um senhor pouco sociável que perdeu uma perna devido a um encontro infeliz com um cachalote branco, de seu nome Moby Dick. Imaginem a ideia de ex-namorado obsessivo: é o Ahab, mas a vítima aqui é uma baleia que lhe comeu uma perna. Depois há mais tripulação no barco, mas são demasiadas pessoas não suficientemente distintas (Starbuck, Stubb, etc) e confundo-os todos um bocado.

E depois entra a narrativa exaustiva sobre baleias.

The Pequod’s whale being decapitated and the body stripped, the head was hoisted against the ship’s side – about half way out of the sea, so that it might yet in great part be buoyed up by its native element. And there with the strained craft steeply leaning over it, by reason of the enormous downward drag from the lower mast-head, and every yard-arm on that side projecting like a crane over the waves; there, that blood-dripping head hung to the Pequod’s waist like the giant Holofernes’s from the girdle of Judith.

Um dos problemas (para mim, é claro) do livro é ser demasiado denso. Podia ser denso sobre outros assuntos, mas é denso sobre baleias. Sobre arpões, sobre a caça, sobre a anatomia da baleia, e nunca parece acabar. Caçar uma baleia começa a parecer mais fácil do que caçar este livro. Há um capítulo inteiro dedicado aos genitais masculinos de uma baleia.

Não tive tempo de ir à Praia da Torre; foto daqui.

Pior, há um capítulo inteiro dedicado a catalogações de tipos de baleias.

Imaginem estar anos a fio em alto mar, juntamente com o mesmo grupo de pessoas, a caçar baleias. Eu percebo que a experiência em si seja aborrecida e mesmo desesperante - a leitura torna-se aborrecida e mesmo desesperante, e eu juro que percebo que é tudo profundamente psicológico. E obviamente é impossível escapar ao homo-erótico quando se está a ler sobre um grupo de homens sozinhos, num espaço confinado, que só se têm uns aos outros, e cujo grande objectivo é encontrar um cachalote (em inglês, spermwhale; palavras repetidas frequentemente são sperm, spermacetti, etc. E repito que há um capítulo sobre genitais de baleias. Que, tal como elas, são enormes). Um livro sobre homens de mãos dadas a falar e a mexer em sperm e com uma baleia chamada Dick não podia prometer nada muito diferente - mas, ainda assim, não me convenceu.

Há uma parte em que decapitam um cachalote e falam da sua superioridade - aliás, da superioridade da sua cabeça:

Can you catch the expression of the Sperm Whale's there? It is the same he died with, only some of the longer wrinkles in the forehead seem now faded away. I think his broad brow to be full of a prairie-like placidity, born of a speculative indifference as to death. But mark the other head's expression. See that amazing lower lip, pressed by accident against the vessel's side, as as firmly to embrace the jaw. Does not this whole head seem to speak of an enormous practical resolution in facing death? This Right Whale I take to have been a Stoic; the Sperm Whale, a Platonian, who might have taken up Spinoza in his latter years.

Estás a gozar, Melville? Um cachalote que seguia Platão e quiçá Espinosa se o tivessem deixado viver mais tempo (como em, se não o tivessem matado antes)?

EVIL. Daqui.

Há um capítulo sobre animais brancos terem um aspecto malévolo (claramente escrito por quem nunca viu raposas do Ártico, ou uma daquelas focas fofinhas), há um capítulo sobre representações de baleias na arte, há vários capítulos sobre anatomia, há alguns sobre biologia e escavações em campos nos Estados Unidos nas quais se encontraram ossadas de baleias, é tudo muito descritivo e diverge e divaga demasiado da história. Sem todas estas digressões, Moby Dick é uma história de aventura repleta de simbolismo e personagens memoráveis. Mas as divergências da narrativa são dolorosas, entorpecedoras, frequentes e anularam qualquer entretenimento que eu poderia estar a tirar da leitura. Assemelham-se demasiado a um livro técnico, e eu não nasci para bióloga marinha.

It was the whiteness of the whale that above all things appalled me… yet for all these accumulated associations, with whatever is sweet, and honourable, and sublime, there yet lurks an elusive something in the innermost idea of this hue, which strikes more of panic to the soul than that redness which affrights in blood.

Voltemos a Ahab. Só conhecemos Ahab pelos olhos de Ishmael - que poderá não ser o narrador mais confiável. Não sabemos muito sobre o Capitão - apenas da sua perda, e da obsessão à qual se rendeu. A elusiva baleia branca reflecte aquilo que todos procuramos - aquilo que é diferente para cada um de nós, seja em forma, abordagem, ou como lidamos com essa procura/demanda. Ahab está num extremo, é obcecado ao ponto de não conseguir ver mais nada; sacrifica tudo e todos pelo seu propósito, pelo seu sonho, pelo seu desejo de vingança. Ahab é consumido por este objectivo destrutivo, e isso é triste; mas Ahab também é um grande líder porque consegue unir uma tripulação inteira na sua visão, com o seu carisma, tornando a sua obsessão num objectivo comum. Ahab era meramente capitão de um barco, mas estas são características visíveis em líderes de outras áreas da vida. E Ahab utilizou-as para levar à destruição e vingança cegas, em nome do seu orgulho.


E Homer Simpson também tem razão, estranhamente.

Moby Dick, a baleia, deixa de ser elusiva, deixa de ser um símbolo, nos últimos três capítulos do livro. É verdade - dá apenas a "cara" no final do livro, quando a ideia perseguida se torna aterradoramente real e decide contrariar Ahab, entrando numa perseguição e numa tentativa de convencer o leitor que não passa de um peixe, não obstante ser uma força da natureza majestosa. A perseguição é empolgante, mas é curta, muito curta para o tempo que o leitor espera até lá chegar.

Ler Moby Dick é, decididamente, goste-se ou não do livro, uma experiência única. É o livro norte-americano mais famoso de sempre e é fácil ler e pensar "por que é que não gostei?" "o que é que me passou ao lado?" ou coisas do género. Não é fácil perceber o porquê de ser um livro de tamanho destaque. É sobre obsessão - sobre vingança - sobre os lugares escuros onde a ambição nos pode levar - sobre o cristianismo na América - é uma seca colossal. Não querendo desiludir Melville, não consigo ver a caça de baleias como uma profissão nobre; pode ter sido em tempos uma necessidade, é certo, mas muito do que nos é apresentado é a motivação pelo lucro, e a crueldade e brutalidade da actividade estão presentes. Espetar um arpão numa baleia, cortar-lhe a cabeça, tirar-lhe a banha, dissecar o corpo para fins vários. Nobre!

Vale pelo início, vale pelo fim.

Buoyed up by that coffin, for almost one whole day and night, I floated on a soft and dirgelike main. The unharming sharks, they glided by as if with padlocks on their mouths; the savage sea-hawks sailed with sheathed beaks. On the second day, a sail drew near, nearer, and picked me up at last. It was the devious-cruising Rachel, that in her retracing search after her missing children, only found another orphan.

E a ideia de um homem achar que é o seu direito, ou o seu objectivo final, enfrentar a natureza de forma destrutiva e extingui-la enquanto gesto triunfal é também assustadora. A ideia de o Homem querer vergar a natureza às suas necessidades claramente não é nova. Mas a forma como tudo termina para Ahab deverá ser uma recordação daquilo a que nos sujeitamos quando o tentamos fazer.

3/5

Podem comprar uma outra edição em inglês aqui, ou em português aqui.

Comentários

  1. Ainda atrasado, ainda lendo. Sinto que contestarei review.

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    1. Aguardo contestação! Eu senti que o livro foi uma seca.

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    2. Belo post!
      Gostei especialmente da forma como descreves a história e do sentido de humor. A minha frase preferida foi : "Caçar uma baleia começa a parecer mais fácil do que caçar este livro". Brutal!!!
      Beijinhos
      Edite

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    3. Muito obrigada, Edite :) o engraçado nessa frase é que me enganei - queria dizer "mais fácil do que acabar este livro" - mas pelos vistos já marcou algumas pessoas :D beijinhos!

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  2. Não li Moby Dick, mas está ali a assombrar-me a consciência na minha prateleira enquanto sabe que tenho medo de o ler.
    Não me fica bem ser bisneto de um baleeiro, viver numa terra onde a cultura baleeira é uma referência, ter adorado o filme e ter medo do ler um livro que sei ser além de um romance cujo desfecho conheço, também uma enciclopédia de baleação.
    Assumo, não será o primeiro livro tido por muitos como chato que depois ao ler delirei... o último foi o calhamaço Piada Infinita e o mais famoso foi Em busca do tempo perdido.
    Mas tenho como objetivo ler esse livro ainda este ano.

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    1. Carlos, com todo esse background acredito que o entusiasmo (e o peso na consciência!) para ler este livro seja muito. Desconhecia também a ligação dos Açores com a cultura das baleias, e é algo que irei investigar. Acho que faz bem em ler o livro o quanto antes!

      Eu ia com bastante entusiasmo para este livro, exactamente por já ter lido uns quantos que outros acharam chatos, mas os quais adorei (nunca li David Foster Wallace, nem a grande obra de Proust, porém) - não sabia o desfecho do livro, porém, nem sabia do seu carácter enciclopédico. O final do livro foi muito bom, foi a enciclopédia que me perdeu totalmente. Conheço quem ache muito bom por isso - por ser completamente imersivo, obsessivo de várias maneiras (ou seja, não só Ahab com a vingança, mas Ishmael com a catalogação). Comigo, não funcionou...

      Ficarei à espera da sua opinião!

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  3. Nunca li e fiquei mega curiosa com a tua review!!

    Novo post: http://abpmartinsdreamwithme.blogspot.pt/2018/04/ootd-76-spring-look.html

    Beijinhos ♥

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  4. Uau
    Tenho de esclarecer desde já que escrevi demasiado, ao ponto de ter de dividir a minha resposta porque o teu blogue não aceitava mais que eu continuasse a escrever :p

    Alta foto logo a começar :p não sabendo eu já de antemão o que achaste do livro diria que o coração no capuccino faz antever algo diferente!

    Eu não gostei muito do Heathers como sabes, vamos ver o que acharei do Moby Dick

    Conseguiste falar de Lolita e 50 cent no mesmo parágrafo, kudos por isso obviously

    Ah, JMW Turner, muito bom

    Já leste o The Narrative of Arthur Gordon Pym of Nantucket?

    'Gosto do Queequeg!', 'Infelizmente, há pouco Queequeg no livro.' ahah tão fofinha

    'Em vários momentos da narrativa, só quero que Ishmael morra para pôr fim ao meu sofrimento.' :o

    'se calhar sou eu que não sou obcecada com baleias' o Da Vinci era com pregos por isso

    'Caçar uma baleia começa a parecer mais fácil do que caçar este livro.' oh no you didn't

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    1. Não conhecia o nome de Augusto Cid mas a cauda da baleia é um clássico

      'E repito que há um capítulo sobre genitais de baleias. Que, tal como elas, são enormes' desnecessário mas percebo

      'Um livro sobre homens de mãos dadas a falar e a mexer em sperm e com uma baleia chamada Dick não podia prometer nada muito diferente - mas, ainda assim, não me convenceu' estás bué sassy neste post xD

      Ahahahah a foto da raposa, muita coisa a acontecer neste post :o gosto :p

      'Moby Dick é uma história de aventura repleta de simbolismo e personagens memoráveis' mas isso não vai um bocado contra o que disseste antes 'Depois há mais tripulação no barco, mas são demasiadas pessoas não suficientemente distintas (Starbuck, Stubb, etc) e confundo-os todos um bocado.'? :$$$$$

      'Ahab era meramente capitão de um barco' nunca se é um mero capitão Ba, tenho de discordar contigo aqui :$

      'E Homer Simpson também tem razão, estranhamente.' ahah gostei, tanto da frase como de teres metido o vídeo
      Este post está a ser qualquer coisa :p

      'Não é fácil perceber o porquê de ser um livro de tamanho destaque.' eu mesmo sem ler acho que consigo perceber, realmente não há outro livro assim, e essas aventuras eram consideradas extremamente perigosas e corajosas, há todo um simbolismo, não sei

      'E a ideia de um homem achar que é o seu direito, ou o seu objectivo final, enfrentar a natureza de forma destrutiva e extingui-la enquanto gesto triunfal é também assustadora. A ideia de o Homem querer vergar a natureza às suas necessidades claramente não é nova. Mas a forma como tudo termina para Ahab deverá ser uma recordação daquilo a que nos sujeitamos quando o tentamos fazer.' estou muito curioso com o livro mesmo

      Engraçado como o teu post é longo, como o Moby Dick, mas é muito muito bom (ao contrário da tua opinião sobre o livro claro), dos melhores posts para mim

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    2. Dividir a resposta, damn :o alto escritor :p

      Haha o coração do cappuccino não fui eu que fiz :$ é alta arte de café do Wish no LxFactory :p onde bebi cafezinho e li o livro com chuva torrencial lá fora!

      Sei o que achaste do Heathers sim :$ mas se o livro faz tantas referências culturais e artísticas, achei por bem incluir também várias! Incluindo Lolita e 50 Cent :p

      Acho que todos os blogs precisam de mais Turner :p também não conhecia o nome do Augusto Cid, mas aquela estátua é realmente icónica! O que me lembra que não vamos lá há algum tempo :o

      Já li sim :p num livro de contos e poemas do Poe que tenho! Queres? :p

      É verdade! O Queequeg é uma personagem excelente e fascinante, muito mais cristão que todos os cristãos do livro (perdoa, ama o próximo, respeita tudo e todos, etc); tudo isto, enquanto é um canibal tatuado que podia ser rei da sua tribo!

      O Ishmael é o narrador, soooo :$$$

      Hahahaha os pregos :p

      O engraçado dessa frase é que me enganei, mas já és a segunda pessoa que a realça :( era "Caçar uma baleia começa a parecer mais fácil do que acabar este livro.", mas a dislexia atacou-me... e agora tem de ficar :$

      Sassy? :o juro que "sperm" "spermwhale" "spermacetti" e afins aparecem a cada três linhas no livro! Isso e homens a dormir juntos e de mãos dadas :$ o que faz com que o livro tivesse muito mais potencial :(

      Achas que a raposa parece malévola? :$

      Personagens memoráveis: o Ahab, o Queequeg, o próprio Moby Dick! O Ishmael mais ou menos. Personagens esquecíveis: a restante tripulação :$ havia um terceiro "Mate" que nem listei aí porque nem me lembrei como se chama. Flask?

      Era o capitão de um barco - não era um líder político, religioso, etc - e ainda assim influenciou um grupo vasto de gente a segui-lo na sua convicção. Era nesse sentido!

      O Homer sabe :p

      Haverá outros livros assim, tipo livros técnicos sobre cetáceos a discriminar sub-espécies e a explicar como dissecar :$$$ mas em 1851 quiçá não houvesse, não. Mas sim, há simbolismo, muito - aposto que bem mais de metade me passou ao lado -, e eu até percebo o porquê de ter ficado no cânone. Mas não gostei muito :(

      Oh, essa parte refere-se às últimas 30 páginas apenas :$ mas pronto, se queres assim tanto ler :p

      E muito obrigada :$$$

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    3. 'Achas que a raposa parece malévola? :$' não mas está com um ar sneaky :p

      'havia um terceiro "Mate" que nem listei aí porque nem me lembrei como se chama. Flask?' ahahah

      'Acho que todos os blogs precisam de mais Turner :p' mal não faz sem dúvida :p

      'Já li sim :p num livro de contos e poemas do Poe que tenho! Queres? :p' Sabes que gosto muito do Poe obrigado Ba :p

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    4. Não é nada sneaky, está tão fofinha :o

      Noted :p irei procurar o livro!

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  5. Sinceramente, nunca senti nenhum tipo de atracção por esta chamada "obra-prima" da literatura norte-americana e agora, após ter lido o teu texto, muito menos. "Seca colossal", anatomia das baleias, enciclopédia da actividade baleeira, não, obrigada, não quero mesmo e não tenho problema nenhum em dizê-lo ;)
    É mais um colosso da literatura mundial com o qual não perderei o meu tempo!
    Obrigada por reforçares o que já era uma certeza!

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    1. Ana, eu, pelo contrário, desde que tenho o livro no imaginário (desde praticamente sempre, portanto) que o queria ler! Mas é isso: se, tal como eu, não nasceste para bióloga marinha ou tripulante de um navio baleeiro, e, acima de tudo, se já não estavas interessada, pode não ser para ti :) o início e o fim são muito bons! O problema é que o livro tem mais cerca de 400 páginas sem ser isso...

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  6. Estou tentar a procurar as minhas impressões após a leitura. É que também já descobri, que depois de um período de reflexão, há novas "leituras".
    Recordo-me que também senti que os capítulos enciclopédicos tinham algumas partes cansativas, mas talvez pelo facto de o tema me interessar, até dessa parte gostei.
    Foi o meu clássico favorito? Não, mas as leituras que fiz posteriormente, mostraram o quanto vários autores lhe seguem a pisada. Por exemplo, H for Hawk e Lab Girl (dois dos meus livros preferidos) usam a mesma estrutura, intercalado capítulos enciclopédicos com memórias.
    O Housekeeping da Marilynne Robinson também usa muitas referências do Moby Dick, começando pela escolha de nomes mitológicos (a escolha de Ruth) e até no início do romance: "My name is Ruth."
    Gostando mais ou menos, parece-me que ser uma leitura incontornável.

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    1. É verdade, Cristina - às vezes, com o passar do tempo, a interpretação e as impressões transformam-se :)
      Possivelmente o interesse por tais temas ajudou - o meu é nulo e, como tal, o cansaço ter-se-á acumulado rapidamente. Se fosse uma enciclopédia que viesse ao encontro dos meus interesses, possivelmente a minha visão teria sido outra, de entusiasmo!
      Nunca li nenhum dos livros mencionados (só ouvi falar do H is for Hawk, mas nunca o li), mas acredito que muitos e muitos livros sigam estruturas, influências, pisadas deste. É uma obra magistral, sem dúvida - inovadora a vários níveis, icónica a outros tantos - eu é que, de facto, não consegui gostar.

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