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Dampyr: Aventuras em Portugal

Abordei este livro com curiosidade extrema.


Levei-o comigo nas minhas mini-férias, e foi na verdade o único em que peguei. O meu namorado fez a Colecção Bonelli inteira e, dos vários volumes, começou por me emprestar este (mas tenho curiosidade acerca de alguns outros!). A ideia de publicar duas histórias distintas que se passam em Portugal, por parte da Levoir/Público, é o tipo de coisa que costumo achar um bocadinho labrego - tipo as eternas notícias dos cães d'água portugueses do Obama -, mas aqui apreciei. Estava bem investigado, bem desenhado, fazia o seu sentido, e talvez as histórias tenham sido escolhidas para o público sentir uma maior proximidade.

Harlan Draka, a personagem principal, é Dampyr - um "dampiro", um ser que, segundo a mitologia balcânica, é fruto do cruzamento de um vampiro com uma humana (aparentemente, o contrário é raro). Estes seres têm fortes poderes, dado o seu sangue misto, e podem acabar com vampiros e outras forças do mal. Harlan Draka decide seguir este rumo para a sua vida, tendo alguns aliados na sua missão. Ao que parece, os primeiros volumes da série passavam-se nos países da ex-Jugoslávia (onde, lá está, surgiu a mitologia dos "dampiros").

Na primeira história deste volume, A esposa do vampiro, Harlan Draka faz-se acompanhar de Kurjak, ex-soldado e seu amigo, a um castelo abandonado (e fictício), Monforte da Estrela, em Trás-os-Montes, para investigar uma lenda; coincidentemente, é aqui que se está a dar a filmagem de um filme low-cost de terror. Vários eventos estranhos vão acumulando durante as filmagens, até que todos se apercebem que talvez o realizador tenha algo a esconder e não seja bem quem diz ser.

 

Na segunda história, Tributo de Sangue, acompanhamos dois turistas ingleses a visitar uma adega no Porto - algo bastante comum -, até que Maud pressente que um fantasma quer contactar com ela, e chama Harlan Draka para a ajudar nessa missão. Belíssimos cenários do Porto, história de Portugal (a inquisição, a perseguição aos judeus e as especificidades de Miranda do Douro), terror psicológico e uma força do mal que, desta vez, não é um vampiro, mostrando o quão variada pode ser a narrativa de Dampyr.

 

É difícil não mencionar o realismo dos cenários (não conheço Trás-os-Montes, mas o Porto está belissimamente representado, extremamente realista, desde a Ponte D. Luís à frente ribeirinha, e o eléctrico na capa!). Não sendo particularmente conhecedora de banda desenhada ou de novelas gráficas, e não sendo igualmente particularmente aficcionada de narrativas de terror ou de vampiros, devo confessar que esta obra me conquistou e me aguçou a curiosidade para mais volumes de Dampyr.

5/5

Podem comprar esta edição aqui.

Comentários

  1. You're welcome :p
    Também gostei bastante como sabes, achei uma excelente ideia o volume ser com duas histórias passadas em Portugal e os cenários estão top mesmo

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    1. Obrigada de novo :p
      Os cenários estão muito bons, a lenda do primeiro conto está excelente, o ambiente e investigação do segundo estão particularmente brilhantes! Dá vontade de conhecer mais de Portugal e acima de tudo mais do Dampyr :p

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  2. Excelente sugestão por acaso já não me lembro da ultima vez que li uma graphic novel :) ou até mesmo manga! eheheheh isto agora o tempo é extramamente limitado xD

    Beijinhos,
    O meu reino da noite
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    1. é verdade, o tempo é horrivelmente limitado! este volume é bastante bom, fiquei com muita curiosidade para ler a restante colecção, que é de BD italiana :) beijinhos!

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