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Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2018

Bichos

A minha primeira vez a ler Miguel Torga. Miguel Torga é um dos grandes nomes da literatura portuguesa do séc. XX e, como tal, eu nunca o tinha lido. O meu afastamento geral dos autores portugueses é conhecido de quem me conhecer e/ou seguir este blog há algum tempo; é um afastamento que ando a tentar colmatar. O meu companheiro decidiu há uns anos ser o momento para conhecer o autor - e gostou, muito. Eu, ainda assim, andava reticente, pois a minha experiência com contos de autores portugueses não era, até aqui, a melhor - vejam-se as minhas reviews  sobre Aldeia Nova ou Jogos de Azar . Portanto, contos de autores (homens) portugueses não eram, até agora, parte das minhas leituras predilectas. Mas Miguel Torga conquistou-me. O pé, sem ela querer, foi escavando e arrastando terra... Aos poucos, o seu segredo ia ficando sepultado... Bichos  é um conjunto de contos que versa, precisamente, sobre animais. Aqui, Miguel Torga cria um conjunto de bichos que torna humanos - não

wishlist - edição Feira do Livro

A Feira do Livro de Lisboa aproxima-se e, com ela, a altura do ano em que se dá a facadinha extra na eterna promessa de comprar menos livros (ou não os comprar de todo). Vamos então à lista de desejos para este ano! Post  mais pictórico do que outra coisa (mas não se habituem, que eu gosto de escrever). Tudo livros com mais de 18 meses: os únicos que compensa guardar para a feira, acrescente-se, por serem os únicos que terão descontos dignos de tal.                                          Claro que não vai acontecer tudo isto - claro que alguns não virão comigo, e outros não planeados tomarão o seu lugar. E vocês, o que já leram desta lista? E que livros têm em mente?

O Nervo Ótico

Vamos aprender mais sobre arte, artistas e história. É difícil não gostar deste livro quando se tem sensibilidade à arte. A capa, aliás, agarrou-me de imediato. E este livro prova que a arte e a memória podem andar de mãos dadas. Isso porque este livro mistura o relato biográfico com história de arte, e é único nesse sentido. Maria Gaínza é crítica de arte, e é dessa sua experiência que parte esse livro: da ideia de deformar a realidade através da vida e obra de vários pintores, contando assim a vida de uma família (da sua família? Não consegui apurar até que ponto esta obra é autobiográfica e não apenas ficção); ou a forma como parte da história familiar para falar de arte. De alguns artistas eu nunca tinha ouvido falar. Rothko, por exemplo, que preenche vários parágrafos da narrativa, e cuja obra eu acho que não seria capaz de apreciar. É, aliás, louvável a forma como Gaínza consegue criar imagens mentais através das suas descrições. Porque este é um livro visual: sobre q

No Caderno da Tangerina

Bárbara Ferreira lê banda desenhada. Comprei este livro no Contacto 2018, o evento de literatura fantástica/de fantasia que houve no Palácio Baldaya dia 7 de Abril. Como já escrevi em tempos no Facebook do blog, fui a este evento um bocadinho por arrasto do meu namorado, que queria muito ir (não sou a maior fã de fantasia/ficção científica/literatura fantástica), mas acabei por sair de lá com horizontes alargados e conhecimento de novos projectos. Saldo positivo, portanto. Saí de lá também com um único livro (tendo-me portado muito melhor que ele!), que foi No caderno de Tangerina , de Rita Alfaiate, muitíssimo recomendado pelos responsáveis da Legendary Books. A sinopse diz o seguinte: Quando conheci a Tangerina, a minha nova colega de escola, fiquei feliz porque ela era diferente, e podia ser minha amiga. Mas a Tangerina era distante, havia algo que eu não compreendia. Ela tinha um caderno, um caderno estranho. Descobri que era nele que residia todo o seu mistério.

Little Women & Good Wives

Com a companhia da Daniela e da Marta , dediquei-me finalmente à releitura de um clássico da minha infância. Li As Mulherzinhas  uma boa meia dúzia de vezes quando tinha 10, 11 anos. Na altura, relia muito - até os meus 17 anos reli muito. Há algum tempo tinha comprado esta edição, em inglês, com vontade de reler a obra, no seu original, em adulta, para ver o que poderia ter perdido. Lembro-me que na altura gostava muito do livro (e cheguei a ver um anime de adaptação!), excepto duas coisas: a parte do Pilgrim's Progress  e a parte do Clube Pickwick. É engraçado serem precisamente duas referências literárias que me tenham marcado como chatas na obra, ao longo de tantos anos: isto significa que nunca vou ler John Bunyan e que o Pickwick Papers  está fora da minha lista de Dickens lidos e a ler. Possivelmente estou a perder bastante; sou capaz de ceder ao Dickens um dia. Little Women  tem uma história de publicação particularmente original: foi escrito por encomenda