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A mostrar mensagens de junho, 2020

Circe

Peguei neste livro no seguimento das minhas dificuldades em ler. O livro chegou à minha estante há quase um ano, através de uma caixa do Books That Matter , mas eu já ouvia maravilhas várias sobre o mesmo à data. Tinha curiosidade com o conceito, porque mitologia grega é algo que me desperta bastante interesse. Não foi à toa que utilizei horas várias da minha vida a jogar Zeus  (que, já agora, vou procurar reinstalar no computador, apesar de já estar a tentar, em vão, usar algum tempo livre para estudar italiano). Já li alguns dos clássicos gregos, embora muito poucos; dos latinos, a minha vergonha é maior, mas há lacunas várias que quero colmatar. Há uns anos, como poderão procurar aqui no blog, tive uma fase em que li algumas das peças e obras cruciais do cânone grego, mas faltam-me os épicos de Homero (fora os excertos d' A Odisseia que dei em português no 7º ano, em conjunto com a versão de João de Barros que não me entusiasmou), que quererei ler. Aqui, temos

Harrow County, 7: As Trevas Aproximam-se

A gémea má está de volta! Quando terminei este livro, adjectivei-o imediatamente de "intenso". Aparentemente, é o adjectivo que ando a dar a demasiadas das minhas leituras e episódios televisivos visionados cá por casa, mas juro que é intenso! As trevas estão de facto a aproximar-se - bem como a família de Emmy, que espreita na sombra. Kammi regressa ao mundo dos vivos (despedimo-nos dela demasiado cedo, não foi?) e traz o seu próprio exército, mas Emmy tem aliados novos, incluindo Bernice, que aprendera alguns truques úteis com Lovey. Chegamos a um clímax em que cada personagem e as suas motivações fazem com que os eventos façam sentido. As motivações de Emmy continuam a ser as correctas, embora a possam levar por caminhos errados; quão longe pode ela ir e continuar a ser considerada boa? Para Bernice, Emmy pode ter chegado a um ponto de não retorno, mas eu não estou, ainda, assim tão convencida; Cullen Bunn acaba por demonstrar, de modo eficaz, como a linha a a

Uma Abelha na Chuva

Peguei neste pequeno livro para ver se retomava algum ritmo de leitura. É uma belíssima obra, mas não funcionou (ainda). Esta obra curta, de 1953, que retrata um Portugal rural pequenino, situando-se a acção na aldeia de Montouro. A narrativa abre com a demonstração do desencanto que Álvaro Silvestre tem com a pequenez da sua vida, com o casamento com uma mulher que o despreza, com o irmão que vai voltar de África numa altura muito pouco oportuna. Mais que isso: com os pecados que pretende confessar, a troco de uma eventual redenção. O casamento de Álvaro com Maria dos Prazeres tinha sido convencionado, um casamento de interesse: ela, de origens fidalgas, de família falida, ele, pequeno proprietário rural e merceeiro.  Títulos e dinheiro, ambos interessantes, e um casamento enquanto moeda de troca. E quando ela fez dezoito anos, o pai fidalgo, que era Pessoa , Alva e Sancho (...) negociou o casamento da filha com os Silvestres, lavradores e comerciantes: sangue

Jessica Jones, Vol. 3: O Regresso do Homem-Púrpura

Já preciso de mais Jessica Jones - comecei a ver a série na Netflix e tudo. Este volume traz-nos a conclusão da segunda série de Jessica Jones por Brian Michael Bendis e Michael Gaydos. Como o título indica, assistimos ao regresso do Homem-Púrpura, Zebediah Killgrave, que arruinou a vida de Jessica Jones no passado, tendo-a feito desistir da sua breve carreira enquanto super-heroína. Este é o adeus de Bendis à personagem, e à Marvel, pelo que é adequado que haja este confronto final entre Jessica e o Homem-Púrpura. Isto tinha de acontecer. Jessica tenta proteger todos os que lhe são próximos, como Luke Cage, a filha de ambos, Dani, ou a sua melhor amiga Carol Danvers. O confronto entre o Homem-Púrpura e Jessica é mais psicológico que físico, e funciona muito bem. As conversas entre ambos são longas e intensas, com diálogos perfeitos idealizados por Bendis. Apesar da "falta de acção", é extremamente satisfatório ver como Jessica procura cicatrizar as ferid

sete anos

Dia 14 de Junho (anteontem!!) fez sete anos que escrevo por estes lados. Foi-me sugerido, em jeito de comemoração (e já em 2018...), escrever sobre os meus cinco livros preferidos de sempre, ou o preferido de cada um destes anos. Ambas as propostas são difíceis! Optei pelo segundo desafio. Li, ao longo destes sete anos, e segundo o Goodreads, 457 livros. Fica difícil escolher sete (porque já passou algum tempo desde a altura em que a proposta era escolher cinco). Os anos aqui não são civis, são de Junho-a-Junho. Ora, vamos lá. 2013-2014 La porte étroite , de André Gide . Esta era fácil porque foi a releitura, em francês, de um dos meus livros preferidos de sempre. Rapaz apaixona-se pela prima, ainda crianças, e a prima arruína as chances de felicidade de várias pessoas através da sua devoção religiosa. Menções honrosas: We Have Always Lived in the Castle , de Shirley Jackson , deliciosamente escrito, deliciosamente macabro. Gabriela, Cravo e Canela , de Jorg

We

Desafio para Junho : um clássico de sci-fi ou fantasia. Ler We não foi só responder ao desafio; foi também o cumprir de uma leitura desejada há mais de dez anos. Quando, há mais de dez anos, li 1984 , estava ainda a tentar compreender qual o cânone dos clássicos (ocidental, claro está) e comecei a pesquisar e a querer descobrir mais livros e leituras. Foi aí que surgiu o nome de Yevgeny Zamyatin, e a obra que inspirara George Orwell (e, segundo este, Aldous Huxley, mas o Huxley nega). Estamos no século XXVI, e não em 1984; há um Estado unificado, o OneState, vedado do "exterior", selvagem, por uma grande muralha verde. Em vez de um Big Brother, há um Benefactor. A ideia é que a liberdade e a felicidade são incompatíveis; é um mundo gerido e ditado por matemática, lógica, tabelas horárias, taylorismo - sem imaginação, emoção ou sonhos (mesmo a dormir - sonhos são sinal de doença mental). Não há individualidade; há supervisão e controlo constantes por parte do Bureau

o "reading slump"

Sabem quem não passou a ler mais por estar em casa? Eu. Estou em casa, em teletrabalho, desde 12 de Março (inclusive). Nunca achei que a situação me ia dar mais tempo para ler: quem me conhece, ou quem estiver particularmente atento ao conteúdo deste blog, sabe que eu sou maioritariamente leitora de autocarro e de café. Há já vários meses, mesmo antes desta situação, que não vou a um café para ler, pois a mudança de casa para uma zona totalmente diferente, além das responsabilidades acrescidas por ter adoptado duas miúdas peludas, me trocaram um pouco esse ritmo. (na foto, já agora, o muito saudoso Wish, do LxFactory, o café onde passei mais tempo a ler - e que encerrou portas em Novembro) Ora, se desde dia 11 de Março não entro num autocarro, fiquei sem esse "tempo para mim". É absurdo, mas sim: sempre vi o tempo despendido nos transportes, nas deslocações casa-trabalho-casa, como tempo para mim. Por motivos vários, não tenho qualquer previsão de data de reg

Ms. Marvel, Vol. 4: Os Últimos Dias

O fim do mundo. É verdade: neste volume, adequadamente intitulado Os Últimos Dias , Kamala Khan depara-se com algo maior do que ela, e muito para além das suas capacidades: há um planeta em rota de colisão com a Terra, mais propriamente, Manhattan. Isto é parte de um story arc  maior da Marvel, o  Secret Wars/Last Days of the Universe , e aqui vemos o que acontece com Ms. Marvel enquanto a maior acção decorre em Manhattan. Kamala está num momento difícil, no seguimento do seu desgosto amoroso , e tem várias dúvidas quanto a si mesma (ao passo que come demasiados cachorros-quentes para o seu próprio bem). O pior é que, como se o apocalipse iminente não bastasse, Kamran tem mais planos para estragar a vida de Kamala, raptando o seu irmão, Amir. Assim, ao mesmo tempo que Ms Marvel tenta gerir a crise em Jersey City, tem uma crise pessoal para resolver, enquanto Kamala - e é aqui que finalmente conhece a sua grande heroína, Carol Danvers, a antiga Ms Marvel, de cujo nome se

Pretty Guardian Sailor Moon #3

Regressando a Sailor Moon! Em primeiríssimo lugar, adoro como as capas dos volumes têm, cada um, sua Sailor Senshi. Em segundo lugar: este volume termina o primeiro arco, do Dark Kingdom , e dá início ao segundo, o Black Moon ; no anime, cada um destes arcos correspondeu a uma temporada. Ou seja, a primeira temporada de Sailor Moon vê-se aqui resumida a uns 14 ou 15 capítulos. A narrativa inicia logo com a chocante afirmação, por parte da Queen Beryl, que Endymion/o mascarado tinha realmente morrido, mas ela o tinha ressuscitado. Há muita morte nestes livros, e acaba por perder algum impacto porque não parece ter custos reais - o lado emocional é comprometido. Entretanto, Mercúrio envia o grupo para uma dimensão alternativa, onde se dá a batalha com a Queen Beryl. Os eventos, o seu ritmo e o tom são francamente diferentes do anime. A Queen Beryl muda de aspecto e temos acesso a alguma da sua história anterior, parte da qual gostei muito. Conseguimos perceber as suas mo

2020 | Maio

O resumo do mês que devia ter trazido a Feira do Livro de Lisboa e o Festival Internacional de BD de Beja. Comprados & Recebidos Pela iniciativa "Livraria às Cegas", da RELI , com a Livraria Distopia, chegou, no início do mês,  Voices in the Evening , de Natalia Ginzburg. Os livreiros foram super amáveis - tivemos ainda uma conversa sobre gostos similares e Chuck Palahniuk - e souberam acertar num livro que não tenho na estante, nunca li, e tenho interesse em ler. Perfeito! Chegou uma grande embalagem da G. Floy, com o primeiro  Kick-Ass , do Mark Millar, o enorme Roughneck , do Lemire, o quarto volume de Ms. Marvel (que encerra este arco), o terceiro e último desta série de Jessica Jones , e os penúltimos de Descender  e Harrow County  (quinto e sétimo, respectivamente). Foi-me oferecido o terceiro volume do mangá de Sailor Moon , e adquiri, em grande promoção na Wook , Cinzas , de Grazia Deledda. Ou seja: um mês em cheio. Lidos O mês começou com