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A mostrar mensagens de fevereiro, 2018

Librairie Compagnie

Mais um dia, mais uma livraria. Quem me falou nesta livraria foi a Carolina , por ter lido sobre ela num livro que se chama, precisamente, Livrarias . Localizei-a após sair do Musée de Cluny, onde tinha ido com o melhor companheiro ver uns unicórnios e ficar um pouco desiludida - mais fiquei pois, sendo Domingo, a livraria estava fechada. Mas claro que anotei para lá regressar no fim de semana seguinte.   A Rive Gauche é agora a minha zona preferida de Paris. Fora as Tuileries, vá; se outrora preferia a zona em torno do Musée du Louvre, e mesmo quiçá uma Place Vendôme que não representa de todo a cidade real, desta vez o lado artístico, cultural e recheado de livrarias de St. Michel e St. Germain conquistou-me totalmente. Atravessar a Île de la Cité, descer pela Blvd St. Michel, virar à direita na St. Germain e seguir em frente até ser altura de virar novamente à direita e terminar no Musée d'Orsay parece-me o passeio de sonho (isto aconteceu). Mas estou-me a disp

L'Écume des Pages  

Quantas livrarias lindíssimas haverá em Paris? Estava a fazer a Blvd St. Germain, lado a lado com o melhor companheiro do mundo, num Domingo - dia em que, tradicionalmente, as lojas de rua estão fechadas, incluindo livrarias (excepto a Shakespeare and Company, que se afirma orgulhosamente aberta 7j7), quando me deparei com L'Écume des Pages, aberta. Maravilhosa localização: mesmo ao lado do Café de Flore, um dos cafés mais antigos da cidade, notoriamente frequentado por Georges Bataille (que já esteve na minha wishlist , mas depois de perceber que tinha sido influenciado pelo trabalho do Marquis de Sade deixou de estar), Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre (que usavam o café como escritório), Albert Camus, Picasso, Zadkine, entre outros nomes conhecidos.   Talvez o nome da livraria seja inspirado por L'écume des jours , de Boris Vian, que também frequentava o café do lado; entrei na livraria e fiquei imediatamente fascinada com o aspecto, a beleza das estantes p

Librairie Galignani

Fui a esta livraria após um longo dia passado no Musée du Louvre. A Galignani fica na rue de Rivoli, nas arcadas perto do Jardin des Tuileries, após uma enxurrada de lojas de souvenirs da candonga (e ao lado do mítico chocolate quente Angelina). Conhecia esta livraria de nome, por ser a livraria preferida da Mathilde , uma das minhas bookstagrammers favoritas. Foi a primeira livraria na Europa continental a vender livros em inglês, e por esse motivo (pois estava acompanhada pelo meu amor, que queria comprar um Dumas ou um Victor Hugo), aliado à proximidade relativamente ao Louvre, decidimos lá ir.   Tirei estas (poucas) fotos antes de me aperceber que não o podia fazer. A livraria é bonita - há toda uma parede de livros de capa dura em inglês, aqueles da Penguin super bonitos. A Mathilde, no seu post intitulado " Paris English Bookshops ", alerta que, aqui, os livros são caros - livraria independente, e tal. No entanto, eu não esperava que fossem tão caros .

The Waves

Dez anos depois, voltei a ler Virginia Woolf. A minha relação com esta autora é profundamente complicada: corria o ano de 2007 e, inspirada por uma citação no meu livro de Sociologia do 12º ano, decidi ler Orlando. Tinha 17 anos e, não obstante me interessar imenso pela temática, o livro aborreceu-me muito. Um pouco descontente com os 3,09€ gastos, decidi esquecer a autora durante uns anos. Era 2012 e um grande amigo meu decidiu ler Virginia Woolf. Pegou em Mrs Dalloway e a coisa não correu particularmente bem (desistiu após cerca de 30 páginas). Contei-lhe acerca da minha experiência acima, fizemos piadas várias sobre a nossa incapacidade de ler a obra da autora. Mais tarde, naquilo que me pareceu um acesso de insanidade, ele leu The Waves. E adorou. Posteriormente, ofereceu-me uma cópia, e em Dezembro de 2017 finalmente peguei nela. Imaginem uma biografia de seis melhores amigos, da infância até ao fim dos seus dias, não contada de forma tradicional, não contando os

melhores histórias de amor

Mais um post  de recomendações, desta vez inspirado pelo Book Depository: Imagem do Book Depository A verdade é que, embora a lista do Book Depository seja muito boa, a imagem dos gatos apaixonados era demasiado boa para não aproveitar e fazer um post de recomendações também. Isso e estou a aproveitar a deixa romântica de Fevereiro para publicar, que já tinha isto nos rascunhos há meses. Confesso que alguns dos primeiros livros que me lembrei foram o Gone with the Wind e o A Room with a View , mas não quis repetir: portanto podem ver essas recomendações, entre outras, neste post . Alguns destes livros figuram também da selecção original; mas esta é a minha selecção, com pequenas justificações do porquê de recomendar.       Começando pelos clássicos, pelos romances bonitos e agradáveis e, nalguns casos, com finais menos felizes. Emma , de Jane Austen. Não quis mencionar o óbvio Orgulho e Preconceito , nem o também óbvio Sensibilidade e Bom Senso . O Emma inspir

René Goscinny. Au-delà du rire

Tive a oportunidade, quando em Paris, de ir a uma exposição sobre René Goscinny. Diria que, em Portugal, Goscinny é maioritariamente conhecido pelo seu trabalho em Astérix, que criou juntamente com Albert Uderzo, e Lucky Luke, criado com Morris. O Musée d'Art et d'Histoire du Judaïsme decidiu homenagear o autor, pelos 40 anos da sua morte. A vida do autor é fascinante - nasceu em 1926, em Paris, filho de imigrantes polacos judeus. Dois anos depois, a família mudou-se para Buenos Aires, devido ao emprego do pai de René, tendo assim a família escapado à II Guerra Mundial. René Goscinny dedicou-se desde muito cedo às ilustrações e, após alguns anos a trabalhar em escritórios de contabilidade para ajudar a sustentar a família (o pai morreu muito cedo), arranjou emprego na área. Mudou-se com a mãe para os Estados Unidos e, posteriormente, voltaram a Paris, em 1946.   René Goscinny escreveu várias séries de banda desenhada, todas elas de sucesso. Além de Astérix e