Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2013

Guerras do Alecrim e Manjerona

Este livro era, supostamente, do meu pai; duvido, porém, que ele alguma vez tenha lido um livro na vida. O nome "António" está também escrito na folha de rosto. O meu pai não se chama António. Fica a dúvida. Tinha apenas duas informações sobre esta peça antes de a começar a ler: que, segundo a didascália, se trata de uma "ópera joco-séria, que se representou no Teatro do Bairro Alto de Lisboa, no Carnaval de 1737"; e que o autor é o Judeu, que morreu ao lado do Baltasar no enfadonho Memorial do Convento. Esta peça trata de D. Fuas e D. Gilvaz a tentar dar o golpe do baú a duas irmãs ricas que encontram na estrada, D. Nise e D. Clóris, de ranchos rivais (manjerona e alecrim). O problema surge quando estes não se apercebem não estarem atrás da mesma mulher e se julgam rivais, tentando cada um chegar primeiro ao seu alvo. O criado de D. Gilvaz apaixona-se pela criada das irmãs, Sevadilha, que lhe dá um malmequer. De modo a conseguirem alcançar o seu objectivo

Gabriela, Cravo e Canela

Jorge Amado foi dos primeiros autores dos quais gostei a sério, quando, com 13 anos, li o Capitães da Areia . Aventuro-me, dez anos depois, nesta conhecida fonte de telenovelas que nunca vi. A narrativa passa-se nos 1920s em Ilhéus, numa altura desde logo definida como sendo de mudança:  Modificava-se a fisionomia da cidade, abriam-se ruas, importavam-se automóveis, construíam-se palacetes, rasgavam-se estradas, publicavam-se jornais, fundavam-se clubes, transformava-se Ilhéus. Mais lentamente porém evoluíam os costumes, os hábitos dos homens. Assim acontece sempre, em todas as sociedades. Este conflito reflecte-se no desenrolar de um drama político, uma eleição próxima. De um lado, Coronel Ramiro, velho coronel de Ilhéus, autoridade política consagrada na região, que prefere matar (literalmente) pelos bons costumes a fazer algo pela cidade, mesmo que isto custe a prosperidade desta. Do outro, Mundinho Falcão, o candidato que fugiu de casa e da família, que promete progresso

La Porte Étroite

J'ai lu ce livre en portugais il y a quelques années, mais je voulais améliorer mon français. Ou qualquer coisa assim, que não sei muito bem se está a funcionar. André Gide era amigo do Oscar Wilde e ganhou o Prémio Nobel em 1947 (no ano a seguir ao Hermann Hesse, a quem não acho grande piada, e dois anos antes do William Faulkner, de quem gosto muito porque Caddy smelled like trees ). O título baseia-se nesta passagem da Bíblia (que segundo o Google é Mateus 7:13): Efforcez-vous d’entrer par la porte étroite, car la porte large et le chemin spacieux mènent à la perdition, et nombreux sont ceux qui y passent mais étroite est la porte et resserrée la voie qui conduisent à la Vie, et il en est peu qui le trouvent. Jérôme, orfão de pai, começa a ir com a sua mãe passar férias a casa do seu tio no Havre, com os seus três primos cerca da sua idade. Apaixona-se por uma das suas primas, Alissa, e passam belos e longos Verões lendo um para o outro no jardim. Jérôme quer-se cas