Este livro era, supostamente, do meu pai; duvido, porém, que ele alguma vez tenha lido um livro na vida. O nome "António" está também escrito na folha de rosto. O meu pai não se chama António. Fica a dúvida. Tinha apenas duas informações sobre esta peça antes de a começar a ler: que, segundo a didascália, se trata de uma "ópera joco-séria, que se representou no Teatro do Bairro Alto de Lisboa, no Carnaval de 1737"; e que o autor é o Judeu, que morreu ao lado do Baltasar no enfadonho Memorial do Convento. Esta peça trata de D. Fuas e D. Gilvaz a tentar dar o golpe do baú a duas irmãs ricas que encontram na estrada, D. Nise e D. Clóris, de ranchos rivais (manjerona e alecrim). O problema surge quando estes não se apercebem não estarem atrás da mesma mulher e se julgam rivais, tentando cada um chegar primeiro ao seu alvo. O criado de D. Gilvaz apaixona-se pela criada das irmãs, Sevadilha, que lhe dá um malmequer. De modo a conseguirem alcançar o seu objectivo