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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2019

Reborn - Renascidos

Haverá vida depois da morte? Bonnie Black é uma septuagenária que vive num lar de idosos. Tem um historial de AVCs e, apesar da sua longa e preenchida vida, tem medo de morrer. Bonnie é uma professora reformada e é óptima pessoa. O seu pai e o seu marido morreram inesperadamente (o pai, num acidente, o marido, há 14 anos, assassinado por um sniper ). A sua filha e a sua neta adoram-na e não estão prontas para a perder. Mas Bonnie tem mais um AVC, e morre. O que acontece é que Bonnie descobre que a morte não é um fim, mas um novo começo. Desperta em Adystria, a terra para onde vão as pessoas boas quando morrem, num corpo de 25 anos. Aqui, reencontra-se com o seu pai e com o cão da sua infância, Roy-Boy, e descobre que há uma profecia que a tem como a imperatriz de Adystria, aquela que iria vencer todo o mal. É claro que ela está confusa.   A ideia de Millar, aqui, é que quando se morre, não se vai para o inferno ou para o céu, mas para um mundo de fantasia em qu

Hotel Melancólico

Não resisti a agarrar logo neste livro. Após ter adorado O Nervo Ótico , também de María Gainza, este lançamento, de uma obra igualmente curta e que prometia igualmente um misto de realidade com ficção, prendeu-me imediatamente. Foi uma questão de poucos dias entre o momento em que chegou a casa e o momento em que o comecei a ler. Sendo mais ficção que o livro anterior, não sei se esperava aquilo que encontrei - mas a maneira de narrar e a personalidade da autora, bem como a sua relação com a arte, estão aqui presentes. Aliás, María escreve a partir do seu amor pela pintura, como dá para sentir em cada parágrafo. O tema essencial, a arte, mantém-se; apenas a autoficção se transforma, lentamente, num mistério. A narradora recorda a sua juventude, quando, por "sugestão" (ou cunha) de um tio, começou a trabalhar no gabinete de avaliação de obras de arte de um banco, tendo como mentora Enriqueta, uma mulher mais velha, aparentemente séria e dura. Num momento inic

A Guerra dos Mundos

Sci-fi, oh my. Este é um clássico (género que leio com frequência) da ficção científica (género que não costumo apreciar). Desde cedo que tenho conhecimento da saga que foi Welles a narrar Wells, em plena rádio (adoraria ter acesso a esse áudio, mas nunca o procurei, porque sei que nunca o iria ouvir, dado que conteúdo áudio me aborrece e não me prende - não, não ouço audiobooks nem podcasts), algo que sempre me despertou enorme curiosidade. A Guerra dos Mundos é, de facto, um livro fundador daquilo a que hoje chamamos de ficção científica, ou ficção especulativa, tratando-se, à época, de um texto ficcional com tendências científicas e de uma imaginação única. Claro que, dada a época, a ciência e a verosimilidade não são o que poderiam ser hoje; mas, é claro, também à data, ninguém se atreveria a pensar que os acontecimentos, relatados com tanta minúcia, não fossem, talvez, ficção. Daí o impacto da narrativa teatral da rádio que, em 1938, espalhou o pânico, por ter sido ad

O Terrorista Elegante e Outras Histórias

Esta novidade chamou-me imediatamente a atenção devido à sua dupla autoria. Pelos dois motivos: por ser escrito a quatro mãos, contrariando, como diz Mia Couto no prólogo, a ideia da escrita enquanto acto solitário; e pelos dois autores, embora tenha apenas lido, até à data, uma obra de Agualusa  (não obstante ter duas outras na estante). A expectativa era considerável, e a obra corresponde. O livro reúne três contos, ou novelas, e é a leitura ideal para fazer numa tarde mais descontraída. Todas são baseadas em peças de teatro, também da autoria partilhada de ambos, e essa fonte subentende-se na riqueza dos diálogos, nas didascálias disfarçadas no corpo do texto. Todo o livro está envolto na musicalidade e no humor típicos dos autores, sendo de leitura muito agradável, como era, aliás, de antecipar. O primeiro texto da obra, aquele que lhe dá título, traz-nos Charles Poitier Bentinho, um angolano elegante, que veste marcas caras e fatos de alfaiate, que é detido por

Harrow County

Disclaimer: este post  é sobre os volumes 1-5. Confesso que desconhecia Harrow County, até Beja. No Festival Internacional de BD de Beja (doravante conhecido, neste blog, como "BD Beja") estavam patentes exposições de vários dos convidados do certame. Tendo evitado a exposição de Rita Alfaiate, para evitar potenciais spoilers , chamou-me, e muito, a atenção a arte de Tyler Crook. Assim, e desafiando os abrasadores 40ºC, fui ver a conversa com o ilustrador de Harrow County. E dei por mim, nessa noite, a comprar o primeiro volume de uma série de terror. Li-o no dia seguinte. Não tendo conseguido o meu autógrafo no BD Beja (porque ainda não tinha adquirido, muito menos lido, o primeiro volume, e porque as filas e o calor eram grandes e eu fiquei-me pelo autógrafo, lá está, da Rita), fui ao evento na Kingpin Books , dias mais tarde, onde falei um pouco com Tyler Crook: sobre Beja, e sobre o facto de também ele não ser fã de terror - pelo menos, não do terror &quo

2019 | Setembro

Mês tristemente parado pelo blog. Comprados & Recebidos Em contrapartida, foi um mês de belas adições à estante. Ora vamos lá: comprado em pré-venda, como já tinha anunciado aqui , o Vol. V da Obra Completa de Maria Judite de Carvalho, que tem, para não variar, uma capa lindíssima. Também cá chegou a caixa de Setembro do Books That Matter, com Circe , de Madeline Miller, uma novidade pouco consensual com a qual estou curiosa. Da Livros do Brasil, uma dupla maravilhosa: Fiesta: O Sol Nasce Sempre , de Hemingway, o meu Hemingway preferido, e O Homem Revoltado , de Albert Camus. Noutras novidades, as Meditações , de Marco Aurélio (já lidas), em reedição da Cultura Editora,  O Terrorista Elegante e Outras Histórias da dupla Couto/Agualusa, e a última novidade do mês,  Hotel Melancólico , de María Gainza. No tom infantil que já andava a faltar neste blog:  Hilda e a Dimensão de Nenhures , o terceiro livro da novelização da série da Netflix. Tenho leituras até o final d