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Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2016

Othello

Entrando no Shakespeare após anos de hiato, em mais um empréstimo do melhor companheiro de sempre. Othello é um General norte-africano em Veneza, um herói de guerra, um ideal renascentista de confiança, honra, coragem e valentia, que se apaixonou por Desdemona, filha de um Senador, Brabantio, e com ela se casa em segredo; Brabantio não fica contente, pois Othello é, afinal, africano, e o nobre Roderigo seria um muito melhor par para a sua filha. No entanto, Desdemona apaixonara-se pelas histórias de bravura de Othello, e com ele fica. Brabantio despede-se com as seguintes palavras: BRABANTIO Look to her, Moor, if thou hast eyes to see: She has deceived her father, and may thee. Othello é o líder militar extremamente profissional, demasiado nobre para se deixar levar por emoções - unido por honra a soldados como Cassio e Iago, que trabalharam sempre com ele, do seu lado. Othello é um homem negro numa sociedade branca, o que possivelmente o leva, no fim, a interpretar

Amor de Perdição

Isto pode soar parvo, mas não estava à espera de gostar tanto deste livro. Há já algum tempo que estava com saudades de ler um romance, um clássico. Nesse sentido, além de ter superado expectativas, Amor de perdição  encheu-me totalmente as medidas. Da obra, em concreto, tinha pouco mais que uma vaga ideia. Expoente do Romantismo em Portugal; uma espécie de Romeu e Julieta (no sentido do clássico "amor proibido"); Teresa e Simão. Se viveres, um dia serás livre; a pedra do sepulcro é que nunca se levanta. Trágico, trágico e dramático, relato supostamente verídico ou pelo menos baseado em factos reais. Simão, filho problemático e longe de predilecto de um corregedor e de uma dama da corte, gosta de lutar e arranjar drama; manifesta bizarra melhoria de comportamento ao, secretamente, se apaixonar por Teresa, sua vizinha de família inimiga da sua, por motivos de política e justiça: este amor não era proibido por serem de classe social diferente, mas por sere

Humboldt's Gift

Finalmente, uma review . Como disse há uns posts atrás, este livro foi uma das leituras escolhidas para o book club  que iniciei no trabalho. Este livro é brilhante desde o início: Charlie Citrine, um jovem intelectual amante de literatura, escreve ao seu ídolo, o poeta Humboldt Fleisher, e é convidado por este para o visitar, começando aí uma profunda e marcante amizade em que Charlie é seu protegido. Humboldt estava no auge do seu sucesso, auge esse que durou pouco e culminou numa decadência profunda. To talk to him was sustaining, nourishing. But I used to think, when he mentioned people who had been his friends, that it could be only a question of time before I too was dropped. He had no old friends, only ex-friends. He could become terrible, going into reverse without warning. Entretanto, Charlie escreve algo que se torna numa peça da Broadway de imenso sucesso e lhe traz imenso dinheiro e fama e títulos honoríficos franceses; Humboldt sente-se base para a person

Fui à Livraria Lello

Quoth the raven, nevermore. Imaginem-se todos contentes a querer entrar numa loja bonita (acrescento, já agora, que desconhecia a ligação da livraria ao Harry Potter até o meu melhor companheiro mo dizer). Imaginem agora que vos cobravam para entrar na dita loja - 3€. São, mais que um bilhete, um voucher dedutível em compras na livraria, informam. Porque, dizem eles, muita gente ia só para ver e tirar fotos das escadinhas bonitas e não compravam nada, e há que pensar no negócio, e nas filas, e não sei quê. Recusei-me a ir e fiquei ofendida e indignada por me cobrarem para entrar numa loja. Quem nunca entrou na Zara e saiu sem saco na mão que atire a primeira camisa. Acrescente-se que a Bertrand do Chiado é a livraria mais antiga do mundo e nunca cobrou nada. Voltei dois dias depois porque queria mesmo ver - confesso ter ido um bocado resignada. A fachada estava em obras, motivo pelo qual não a vi - nem aos vitrais - e as filas que o bilhete procurava evitar não se tradu

Mais Feira

As últimas compras dos próximos tempos, ou o post em que me assumo Targaryen não incestuosa. Destaques super positivos da Feira do Livro: Hora H, sempre; banca do El Corte Inglés, pela enorme selecção de Wordsworth Editions ainda mais baratas que o habitual e os espanhóis aos quais o acesso não é o mais fácil em geral; os clássicos da Porto Editora; a Leya, sempre um mundo. Comprei mais um livro de Clarice Lispector após ter absolutamente adorado o que comprei no ano passado - é neste momento a maior inspiração na minha escrita, e é uma autora na qual quero investir mais.  Três Wordsworth: um Shakespeare, porque o meu amor anda a descobrir e adorar Shakespeare e eu só li dois e preciso claramente de mais na minha vida; um do Dickens, porque é o primeiro autor que li em inglês e preciso também de mais Dickens; e o Tristram Shandy , porque a descrição parece bastante eu, de certa maneira: As its title suggests, the book is ostensibly Tristram's narration of his l