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A mostrar mensagens de dezembro, 2014

A Farewell to Arms

Mais Hemingway: E, surpreendentemente, um Hemingway do qual gostei mais que do Fiesta . A Farewell to Arms é um olhar cínico, semi auto-biográfico, para a Primeira Guerra Mundial, um evento que marcou e definiu não só a geração de Hemingway, como a história da Europa e do Mundo. Estive a pensar em quantos livros que abordem esta guerra já li - este é o primeiro. Parece-me uma guerra pouco popular em termos de literatura, especialmente quando comparada com a Segunda Guerra Mundial, prolífica tanto em termos de memórias como de ficção, mesmo em tempos recentes. Adiante, o livro relata a história do Lt. Frederic Henry, um jovem americano que se voluntariou enquanto condutor de ambulâncias no exército italiano numa altura em que os Estados Unidos não tinham ainda entrado na guerra. Frederic Henry passa por coisas como quase perder as pernas, escapar a uma execução e desertar o exército e ir para a Suíça de barco a remos com uma apatia invejável - algo que muitos dos personagens

O Perfume

Da série "coisas que toda a gente leu quando/porque saiu um filme há uns anos, excepto eu, porque me lembro de excertos que li quando era pequena e a minha irmã o leu para a escola". Também da série "não consegui encontrar o livro durante meses e pensei que a minha irmã o tinha levado com ela quando mudou de casa". * O meu maior defeito é possivelmente assumir que toda a gente viu o filme de tudo. Eu este nunca vi, como aliás de costume, mas lembro-me de ter saído. Mas neste caso o título do livro é tão explícito que acho que não me tenho de preocupar muito com spoilers . No século XVIII viveu em França um homem que se inseriu entre os personagens mais geniais e mais abomináveis desta época que, porém, não escasseou em personagens geniais e abomináveis. Jean-Baptiste Grenouille é um órfão nascido em Paris em 1738, numa banca de peixe, o quinto filho de uma mulher que deixara todos os seus filhos morrer à nascença - sendo quase imediatamente presa por aba

The Hunger Games

Este é um post sobre a trilogia, porque tendo em conta que cada livro me demorou praí dois dias a ler, e porque é uma trilogia e os li todos seguidos, me fez mais sentido (e me dá menos trabalho, confesso) que escrever sobre cada livro individualmente. Primeiro que tudo, as capas destas edições são bastante bonitas. Mesmo. Segundo, eu gosto de ler as contracapas dos livros. Estes dizem todos: "The Hunger Games is amazing" STEPHENIE MEYER O que seria para mim um argumento mais que lógico e suficiente para não os ler, mas vi os filmes aí há coisa de semanas e achei piada, e encontrei os três juntos tão baratinhos na Amazon (devia boicotar a Amazon - não sei se comprar aos vendedores que vendem por lá os ajuda de alguma maneira), que achei que devia comprar. Não me arrependo. E aviso-vos desde já que estou com preguiça e acho que a maioria das pessoas viu os filmes ou leu os livros. The Hunger Games Esta é uma história que se passa num futuro distópico

A Tree Grows in Brooklyn

Esta foi a leitura escolhida pela pessoa mais importante da minha vida, com o argumento (entre outros, claro está) que Brooklyn é no ghetto . Se isso não vos parece uma razão legítima, há algo decididamente errado nas vossas vidas. Este livro é sobre Francie Nolan e a sua família, no Brooklyn do início do século XX. Francie é uma rapariga inteligente e solitária que tenta encontrar beleza nos pequenos momentos da sua vida de pobre (confirmando portanto a parte ghetto do livro); o seu pai, Johnny, é óptima pessoa mas está demasiado preso no seu alcoolismo para conseguir sustentar a família; a mãe, Katie, é descrita como sendo lindíssima, adora a sua família, mas é forçada a sustentá-los e é frequentemente dura ( Francie’s mother is small and pretty but steely and tough but her father is warm and charming and, above all, a prisoner of his need for drink. ) ; Neeley, o irmão, é o favorito da mãe; uma das tias, Sissy, é das melhores pessoas do livro, mas gosta demasiado de homens

For Whom the Bells Toll

Estou oficialmente banida de comprar livros até serem publicados aqueles do Salinger que foram anunciados praí há um ano. Assim, estou num plano de leitura que envolve dar prioridade aos livros que tenho por ler há mais tempo. For Whom the Bells Toll é o primeiro desses livros. A coisa parva é que gostei muito de tudo o que li do Hemingway até agora e não tenho qualquer motivo para ter adiado tanto esta leitura. Como não gostar? Vou começar esta review logo com um enorme desrespeito, que é o facto de me ter rido logo na terceira ou quarta página ao ter lido: “Yes,” the young man said. “But we will eat later. How are you called? I have forgotten.” It was a bad sign to him that he had forgotten.  “Anselmo,” the old man said. “I am called Anselmo and I come from Barco de Avila. Let me help you with that pack.” E se o motivo pelo qual me ri não vos for óbvio: qualquer desculpa é uma boa desculpa para mencionar Anselmo Ralph, cantor de sucesso graças a Deus, ou não? Est

O Crime do Padre Amaro

Confesso: nunca vi o filme com a Soraia Chaves. Este é um livro sobre hipocrisia, sobre a corrupção do poder, sobre um padre católico que seduz uma jovem da sua paróquia, Amélia (aquela que no filme era a Soraia Chaves). Amaro Vieira cresce como filho de criados de gente de bem, gente de bem essa que lhe deixa no testamento a obrigação de ir para padre, algo para que nunca teve real vocação. Graças à influência política do marido de uma das filhas da mulher que o empurrou para tal caminho, consegue lugar em Leiria e, com a ajuda do cónego Dias, que havia sido seu mestre no seminário, arranja rapidamente alojamento na casa de uma senhora a quem chamam S. Joaneira, que vive só com a sua filha Amélia, jovem e bonita, que rapidamente chama a atenção do padre. Isto podia ficar por aqui, mas Amélia retribui o interesse - e pior, o Padre Amaro descobre o cónego Dias enrolado com a mãe dela, o que, a seu ver, legitima todas as acções que possa vir a ter no respeitante ao seu roman