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A mostrar mensagens de agosto, 2021

Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica

O tema do #lerosclássicos2021 de Agosto era um livro censurado ou banido. Eis um livro cuja história, para mim, em muito excede o conteúdo. Já por cá falei, inúmeras vezes, da minha relação com poesia. A verdade é que a minha curiosidade com este livro foi sempre mais histórica do que exactamente literária. Recomendo, desde já, caso nunca o tenham feito: vejam a série "3 Mulheres", disponível na HBO, que fala de Natália Correia, Snu Abecasis e Maria Armanda Falcão (Vera Lagoa); grande parte do relato sobre Natália, nesta série, versa precisamente sobre a edição e publicação da obra que hoje vos trago, bem como as suas consequências. Em Dezembro de 1965, foi publicada, pela Editora Afrodite, a Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, na qual Natália reuniu poemas (e não só! Há textos em prosa) de autorias diversas, desde a Idade Média até a poetas seus amigos e contemporâneos. Saliente-se, desde já, que há apenas quatro mulheres representadas na Antologia, incluindo

WISHLIST | feira do livro 2021

A Feira do Livro de Lisboa aproxima-se e está na altura de revelar como planeio entrar em insolvência. Vamos então à lista de desejos para este ano, inspiradíssima em anos anteriores! Com alguns dos mesmos livros e a mesma estrutura... Mais uma vez, tudo livros com mais de 18 meses: os únicos que compensa guardar para a feira, por serem os únicos que terão descontos dignos de tal.                      Novamente... claro que alguns não virão comigo, e outros não planeados tomarão o seu lugar. Este ano, planeio também comprar livros de receitas. E vocês, o que já leram desta lista? E que livros têm em mente?

Passing

Peguei neste livro porque consta que tem alguma intertextualidade com The Vanishing Half , que quero muito ler. Talvez intertextualidade possa ser uma palavra forte - a verdade é que ambos os livros tratam do mesmo tema, e este é um clássico que já queria ler há algum tempo. Publicado pela primeira vez em 1929, Passing , de Nella Larsen, um clássico do Harlem Renaissance  (movimento do qual, vergonhosamente, nunca tinha lido nada) é um bom mote para levar o leitor a questionar questões raciais. Porque "passing" se refere a pessoas de cor que, sendo "claras" o suficiente, passam por caucasianas. É um assunto interessante, sobre o qual nunca tinha pensado. Talvez possa ser interessante explorar um pouco a biografia de Nella Larsen: biracial, saberia intimamente as possibilidades de passing , e o quanto esse gesto transgredia a cultura negra, mas também conheceria bem as contradições da sua identidade, quando as identidades tinham de ser absolutamente divividas quando

The Queen's Gambit

Sou possivelmente a única pessoa que ainda não viu a série. O hype  em torno da série quando saiu, no ano passado, não me passou ao lado, e por acaso até tenho subscrição da Netflix, mas ainda não aconteceu. A ideia de uma história no mundo do xadrez interessou-me, por tocar num mundo competitivo que conheço mal. Quando estava no básico, tinha um colega na turma que, em garoto, tinha ganhado um qualquer campeonato de xadrez, e às vezes jogava com ele, e é tudo. Não obstante esta falta de conhecimento da história em particular, decidi ler este livro, por motivos de recomendação. A sinopse será, portanto, conhecida da maioria: numa narrativa situada algures nos anos 50/60 nos Estados Unidos, Beth Harmon, a personagem principal, fica órfã aos oito anos, vivendo os anos que se seguem num orfanato onde, privada de amor e afecto, toma tranquilizantes todos os dias (tal como todos os outros órfãos). Rapidamente se apercebe que pode ir guardando os comprimidos para uma altura em que lhe façam

The Master and Margarita: A Graphic Novel

Quando comprei esta biografia gráfica de Van Gogh , descobri a editora SelfMadeHero. Além de outras biografias gráficas - de pintores e não só! -, é uma editora com várias adaptações de livros clássicos, uma editora cujo catálogo me parece fascinante. Ao explorar, fiquei logo com metade (ou mais) em wishlist . Li The Master and Margarita , de Mikhail Bulgakov, faz agora dez anos. É um dos meus livros favoritos; mal terminei a leitura, recomecei o livro e li uma segunda vez. Vi três vezes a mini-série russa de 2005 (e foi com pesar que, recentemente, constatei que esta já não consta do YouTube com legendas de qualidade em várias línguas). É uma história maravilhosa, e é sem dúvida a obra prima de Bulgakov (li outros três livros dele entretanto, e infelizmente não se comparam). Manuscripts do not burn. A ideia de uma novela gráfica adaptando esta obra entusiasmou-me particularmente porque a narrativa tem imagens belíssimas, de uma enorme riqueza. Assim, tendo-me sido oferecida esta novel

The Silent Patient

O advento do digital a levar-me para leituras que não seria provável ter na estante. (e, verdade seja dita, não tenho!) Ando, como todos nós, de cabeça em água, pelo que peguei num thriller  (riam-se comigo!) que prometia leitura rápida. Leituras de verão e o quê. Peguei neste em particular porque "ganhou" um Goodreads Choice Award há uns anos. Sim, este é definitivamente o tipo de livro que eu não costumo ler, e tudo o que sabia sobre o livro é que o autor lançou um novo, recentemente, e diziam que este era muito bom. O livro abre com as páginas de diário de uma mulher, Alicia, que menciona andar algo psicologicamente instável (o que não seria inédito nela) e que acha que escrever o diário a poderá ajudar. O livro não consiste, no entanto, inteiramente no diário: algumas entradas são intercaladas com a narração de Theo Faber, psicanalista, que começa a sua "parte" do livro com a informação chocante que Alicia terá matado o seu marido, Gabriel, de forma absolutament

2021 | Julho

A exaustão apoderou-se de mim este mês. Comprados & Recebidos Afectuosamente , edição bilingue do livro de poesia de Margaret Atwood ( Dearly ) deu entrada na estante este mês. Aproveitou-se a subscrição do Público para comprar, com desconto, alguns títulos antigos da Colecção Novela Gráfica da Levoir. Também houve algumas adições digitais, mas essas, como não ocupam espaço, não contam... certo? Lidos Olhem, poder-se-ão já ter apercebido, mas acabei de ler o Anna Karenina ! Noutras leituras: The Silent Patient , de Alex Michaelides, Tigers are Better-Looking , de Jean Rhys , para o #lerosclássicos2021, a adaptação para novela gráfica do The Master and Margarita , de Andrzej Klimowski e Danusia Schejbal, comecei o The Queen's Gambit , de Walter Tevis (devo ser a única pessoa que não viu a série sequer) e Afectuosamente , de Margaret Atwood. Fiz mil planos de leitura, ficou tudo mais ou menos a meio. Agosto é um novo mês! Ler os Clássicos Julho foi mês de ler um livro que fugisse