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Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2022

Cats of the Louvre

Cats of the Louvre , de Taiyo Matsumoto, é um de uma série de livros comissionados pelo Louvre, nos quais se inclui Os Guardiões do Louvre , editado em Portugal pela Levoir (e que eu ainda não li). Recebi este livro como prenda de Natal, acertadamente, porque Louvre e gatos. Li ainda no início do ano, chegando só agora a disponibilidade para escrever uma opinião. Sem surpresas, a grande maioria da narrativa é dentro do Museu do Louvre, nos seus jardins ou nas Tuilleries. Temos dois grupos principais de personagens: um grupo de pessoas que trabalham no Louvre (guias, guardas nocturnos) e uma colónia de gatos que vive no sótão do museu, e que é cuidada por um dos guardas nocturnos. Gosto muito do conceito de um grupo de gatos que vive dentro de um museu que outrora fora um palácio. À medida que a narrativa avança, descobrimos duas coisas: primeiro, que alguns indivíduos (humanos ou felinos, pouco importa) têm a capacidade de ouvir os quadros, a arte, e de entrar nos mesmos, como que por

Death and the Penguin

Tinha este livro na estante desde o ido verão de 2016, mas soarei básica quando disser que o que finalmente espoletou a sua leitura foi a guerra na Ucrânia e o subsequente desejo de ler algo ucraniano. (soarei menos básica porque não vi muita gente a fazer o mesmo, talvez) Death and the Penguin é uma obra satírica, dos meados dos anos 90, da autoria de Andrey Kurkov, e que tem uma sequela que não possuo e nunca li, intitulada Penguin Lost . O Pinguim do título é literal: quando o Zoo de Kyiv deixa de ter capacidade de alimentar todos os seus animais, coloca-os para adopção, circunstância na qual Viktor, um escritor não realizado, adopta Mischa, o pinguim, com quem vive em total solidão. Life was a road, and if departed from at a tangent, the longer for it. And a long road was a long life - a case where to travel was better than to arrive, the point of arrival being, after all, always the same: death. Viktor alimenta Mischa com peixe congelado, e enche-lhe a banheira. Ainda assim, Misch

2022 | Março

Dia 15 ainda é tempo, certo? Em Março, as leituras e o blog andaram meio murchinhos porque, com os poucos que aqui me seguem saberão, tenho uma cadela e uma gata. Ora, a Mimi, a gatinha acima retratada, teve alguns problemas de saúde que, não estando ainda totalmente debelados, me roubaram o tempo, a disposição e o sono. Comprados & Recebidos Também as entradas na estante foram parcas, este mês - mas tenho aqui comigo a novidade da Quetzal, Um casamento americano , de Tayari Jones. Lidos Terminei Painting Time , de Maylis de Kerangal , li  O caderno vermelho da rapariga karateca , de Ana Pessoa e Bernardo Carvalho, e Death and the Penguin , de Andrey Kurkov, que se arrastou largas semanas devido a preocupação gatinha. Creio não ter pegado, ao longo do mês, em The Red Comet , mas gostaria de rectificar isso em breve. Outros Que meses melhores venham?

Painting Time

Tinha muita vontade de ler Maylis de Kerangal porque consta que os seus livros são extremamente focados numa temática. Assim, peguei no seu mais recente, Painting Time , que segue Paula, uma jovem adulta francesa que, à falta de melhor vocação, decidira estudar, em Bruxelas, numa escola especializada, a arte do trompe l'oeil  - as imitações de materiais, de texturas, através da pintura. No início do livro, Paula reencontra-se com dois dos seus antigos colegas, Kate e Jonas, casualmente, anos após o final do curso. Paula hugs them in front of the hotel entrance, see you tomorrow, the big day, but she doesn't leave right away, stays there watching them through the glass, not letting her eyes leave them as they cross the lobby to the elevator, slow and calm; and then her eyes progressively frame them in a reality that has finally detached from her own in order to become theirs, as if they suddenly belonged to another world, as if they were characters in a film, moving inside a sto

O Sanatório

Já aqui tinha dito que esta é, para mim, uma leitura atípica. Em toda a sinceridade, estes estão a ser meses bastante atípicos para mim - mesmo que o início do ano seja, habitualmente, para mim, época de parcas leituras, tive algumas agravantes pessoais que me tiraram a (também já pouca) capacidade de concentração e leitura. Assim sendo, apesar de não ser uma escolha habitual (e de ter chegado cá a casa e sido lido antes das tais agravantes), O Sanatório  até foi uma leitura bem vinda para desanuviar um pouco. Não tenho nada contra thrillers  mas, verdade seja dita, creio que para além de Ira Levin (podem encontrar três reviews  aqui no blog), pouco ou nada leio. Por este motivo, poderei ter sido particularmente dura na minha avaliação global da obra: apesar de se ler com muita facilidade e celeridade (algo que creio ser típico do género), não consegui ver grandes qualidades na obra. Ao enredo, não lhe chamaria previsível; afinal de contas, faz-me confusão o medo suscitado por um anti