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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2015

The Secret Diary of Laura Palmer

Quase um ano após ter visto a série e indagado juntamente com a pessoa mais importante da minha vida quem matou a Laura Palmer, eis que leio o diário fictício de uma personagem que não chegou a ter vida na série que, de certa maneira, protagonizou. Não há exactamente muito a relatar sobre este livro: Laura Palmer recebe um diário pelo seu 12º aniversário, e vai escrevendo de forma errática e irregular ao longo dos seis anos seguintes. Esta não é, obviamente, uma obra prima da literatura - nem é um livro que faça sentido ler sem ter acompanhado a série e sem a ter fresca na memória. É o diário fictício de uma rapariga, que por um lado lhe dá a vida que nunca teve na série (apenas no filme posterior, que retrata os últimos dias da sua vida e a sua morte), mas que por outro lado é triste, triste, infinitamente triste. P.S. I hope BOB doesn’t come tonight. Dá para ler aquela frase, escrita no final do dia em que Laura completava doze anos, sem se pensar no quão complet

Total Recall - My Unbelievably True Life Story

Possivelmente o livro mais inesperado em todo este blog? Quando eu tinha para aí quatro anos, eu era super fã do Schwarzenegger. Não sei ao certo quais os filmes que vi dele na altura, mas tenho uma memória muito clara de o adorar em criança. Comprei uma t-shirt do Terminator 2 há talvez ano e meio numa loja. Ainda assim, esta dificilmente seria a minha primeira escolha de livro - e apesar de se tratar do meu herói de infância, li-o porque me foi emprestado. Arnold Schwarzenegger é um homem cheio de ambição e com mente para o negócio, não é apenas um idiota musculado. A sua vida não aconteceu por acidente - ele tornou-se campeão de culturismo, actor de sucesso, marido de uma Kennedy e governador da Califórnia porque trabalhou para isso, muito. If I can see it and believe it, then I can achieve it. O problema é que não restam dúvidas que ele é incrivelmente arrogante. A sua vida é sem dúvida interessante, e sem dúvida ele chegou ao topo de todas as "carreiras

A Paixão Segundo GH

Review mil atrasada, parte 893794. A Paixão Segundo GH  é mais um livro escrito em stream of consciousness . É a descrição de uma crise existencial de uma escultora, apenas conhecida como GH, o monograma nas suas malas de viagem, e a descrição do dia em que decide entrar no quarto da sua empregada interna que foi embora e descobre uma barata. Estou tão assustada que só poderei aceitar que me perdi se imaginar que alguém me está dando a mão. Ao descobrir a barata, GH começa um monólogo sobre o seu nojo pela espécie e, num laivo de coragem, tenta matá-la ao entalá-la na porta de um armário. Isto não corre exactamente bem, resultando apenas num ferimento e não na morte do bicho. GH senta-se a contemplá-la e aqui colapsa toda a sua noção de humanidade e da sua própria identidade. O erro é um dos meus modos fatais de trabalho. Este livro não é para qualquer um. Achei muito bom, mas não "gostei" exactamente do que li e consigo ver muita gente a odiar. É daq

Marie Antoinette

Qu'ils mangent de la brioche! A famosa frase que Marie Antoinette nunca disse. Não sabia muito sobre esta mulher cujo nome ficou para sempre na história antes de ler esta biografia; porém, a personagem sempre me intrigou - última rainha de França, o nome apontado como causa da Revolução Francesa, supostamente excêntrica e dada a excessos. Num clássico, apesar da curiosidade, nunca vi o filme da Sofia Coppola, supostamente fortemente baseado neste livro. Não sei muito de história, pelo que me é difícil apurar a rigidez histórica do livro - dá para perceber que a autora queria favorecer a imagem da rainha, mas é difícil perceber o quanto. Porém, não ser um livro objectivo ajuda a que seja mais fácil ler a história desta mulher que foi a mais odiada de França, considerada como uma espia sexualmente leviana que estava a levar o país à falência. Maria Antonia nasceu na Áustria, 15ª filha da Imperatriz Maria Teresa da Áustria. Como 15ª filha, não recebeu muita atençã

Memória de Elefante

Numa recente incursão por autores lusófonos, a pessoa mais importante para mim decidiu que era hora de, de entre os meus livros, eu ler pela primeira vez António Lobo Antunes. Nesta obra autobiográfica, sem estrutura narrativa definida (com um claro stream of consciousness  e passagem de um narrador da terceira para a primeira pessoa), temos como personagem central um psiquiatra a atravessar uma crise, tendo abandonado a mulher, em quem ainda pensa, tendo voltado para Lisboa após prestar serviço na guerra colonial, uma Lisboa que não é exactamente a que ele conhecera antes. Amo-te tanto que te não sei amar, amo tanto o teu corpo e o que em ti não é o teu corpo que não compreendo porque nos perdemos se a cada passo te encontro, se sempre ao beijar-te beijei mais do que a carne de que és feita, se o nosso casamento definhou de mocidade como outros de velhice, se depois de ti a minha solidão incha do teu cheiro, do entusiasmo dos teus projectos e do redondo das tuas nádegas,

Le Fantôme de l'Opéra

Lido em conjunto com a pessoa mais especial da minha vida, em preparação para a nossa viagem a Paris. Li esta obra em inglês há já alguns anos, mas o tempo passado e as leituras feitas no entretanto trazem sempre novas perspectivas. A minha opinião sobre o livro não mudou - no entanto, desta vez achei comparável a personagem principal (ou pelo menos que dá o título ao livro nas duas línguas em que o li) a Heathcliff, o anti-herói de Wuthering Heights , vilões complexos odiados desde pequeninos por motivos que não causaram, movidos por enormes paixões. Não visitei muito do mundo, mas sem dúvida que Paris é uma cidade incrível, fascinante e inspiradora. Baseadas na sua arquitectura temos obras como esta e, antes ainda,  Notre-Dame de Paris , de Victor Hugo. Nada disso me surpreende. Esta história passa-se na Opéra Garnier, em Paris, que é possivelmente dos edifícios mais bonitos e majestosos que tive a oportunidade de não só contemplar mas visitar: A foto obrigatória (c