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A mostrar mensagens de maio, 2017

Leituras de verão - recomendações

Inspirado numa iniciativa do Goodreads . O Verão (cerca de Maio-Setembro, vá) é, regra geral, a altura do ano em que leio mais (algo que não se verificou este ano ainda, dado que passei grande parte de Maio sem muito tempo). É também a altura em que a maioria das pessoas tem maior disponibilidade para se dedicar à leitura, devido aos períodos de férias. Fui alegremente ver a tal lista que o Goodreads fez e confesso que fiquei desiludida. Não tenho nenhum dos livros (importante em alturas de contenção de gastos e compras) e, mais que isso, nenhum deles me apela particularmente. Assim, e a pedido da minha colega do lado no trabalho de muitas famílias, ficam aqui as minhas recomendações de leituras de Verão. Para este fim, queria focar-me em livros que estão traduzidos para português... mas, pela minha pesquisa, muitas edições portuguesas estão esgotadas. Mas esforcei-me! Fica portanto um misto linguístico, com links  para posts  mais antigos. Para quem quer ler um calhamaço

Feira do Livro - o pré-gasto

Falta uma semana para a Feira do Livro. Podem ler aqui sobre a minha ida à Feira do Livro de 2014, aqui e aqui  sobre a Feira de 2015, e aqui e aqui sobre a de 2016. Gosto da Feira do Livro maioritariamente pelo ambiente. Gosto mais ou menos da confusão (da mesma maneira como abordo festivais de verão: adoro o ambiente, adoro a música - não em todos, é certo -, às vezes fico mal disposta com tanta gente), gosto de andar colina acima, colina abaixo, acho piada haver tanta coisa e tanta gente num evento focado em livros e, por vezes, em sandes de leitão. Quem se der ao trabalho de ler o post que referi como sendo acerca da Feira do Livro de 2014 vai ver que é sobre um livro que comprei online após uma ida à Feira do Livro, na qual não comprei nada (portanto o post  acaba por não ser exactamente sobre o evento em si). Anos antes, ia lá só para passear. Nos dois anos seguintes, no entanto, fui mais do que uma vez e comprei imensa coisa. O que mudou, perguntam vocês?

A falta de sentido na vida

Este é possivelmente dos livros mais atípicos aqui falados e, no entanto, é um livro que eu quis ter mal soube da sua edição em Portugal. Há uns anos li a obra mais conhecida de Viktor Frankl, Man's Search for Meaning , sobre a qual escrevi aqui . No entanto, foi-me impossível na altura - e ser-me-á impossível agora - escrever realmente o que esse livro significou para mim. Continua a ser o livro mais forte e mais inspirador que alguma vez li; em Man's Search for Meaning , Frankl relata o tempo que passou num campo de concentração, e como encontrou significado e um motivo para viver no meio de todo o sofrimento - porque tinha simplesmente de haver um motivo. E a forma como tudo isto influenciou o seu trabalho como psiquiatra. Portanto também Viktor Frankl é a pessoa mais inspiradora que já li. Frankl argumenta que, na impossibilidade de mudar o mundo, devemos mudar-nos a nós mesmos. Frankl afirma que há um significado na vida de todos nós, e que é a falta de signifi

Memórias Póstumas de Brás Cubas

Uma das minhas grandes memórias de 2010 é a leitura de Dom Casmurro  numa tarde de chuva passada no 738. E gostei muito do Dom Casmurro , da eterna intriga brilhantemente colocada, da construção das personagens, do romance de Bentinho e Capitu. Dom Casmurro tornou-se num dos meus livros preferidos, e claro que passei os últimos cerca de sete anos a pensar em chegar a mais alguma obra de Machado de Assis. As Memórias Póstumas  é um livro incrivelmente modernista, com capítulos compostos apenas de longas reticências, e partindo de uma premissa singular: são, efectivamente, memórias póstumas, decidindo o narrador contar a sua história partindo da sua morte, para depois regressar à infância e chegar, connosco, à idade adulta. Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas Tal como na Crónica de uma morte anunciada , pelo título sabemos, a priori , que o narrador falece. Aquando da sua luta contra a morte

Le Grand Meaulnes

Post tardio pós-semana atribulada. Já acabei de ler este livro há uns dias, mas o tempo tem escasseado. Peguei no Le Grand Meaulnes  por diversas razões, sendo a principal o desejo e necessidade, por motivos de ordem também profissional, de regressar à prática do francês - algo que, quem for ler posts  mais antigos, saberá que é uma ambição antiga. Escolhi  Le Grand Meaulnes  por ser um livro de orientação mais jovem; os próprios protagonistas são adolescentes em idade escolar, e pensei que a língua fluiria mais facilmente - coisa que não aconteceu ao longo de vários capítulos, mas que se foi solucionando com o tempo e prática (como, aliás, acontecerá com qualquer língua). Meaulnes, o grande Augustin Meaulnes de 17 anos, vai estudar para a escola onde o pai de François Seurel (o narrador) é professor. François é tímido e tem um joelho mau, o que o impede de brincar com os outros rapazes; isto muda com a chegada de Meaulnes, que, ao quebrar com a rotina escolar, rapidam

Ler Devagar

Confissão da vergonha: moro quase aqui ao lado e vim aqui umas cinco vezes, se tanto. Quem nunca tirou uma foto igual a esta que atire a primeira bicicleta. Vou pouco ao LxFactory. Vou para revelar fotos (coisa que evito sobretudo fazer no inverno em horário pós-laboral porque acho o canto onde fica a Print Factory aterrador sem luz), fui para comer bolo de chocolate com a minha antiga chefe/grande amiga, fui poucas vezes mais. Ajudei vários turistas a lá chegar. Uma vez vim mesmo para a Ler Devagar porque ouvi dizer que era um sítio agradável para estudar. Ou seja, possivelmente não venho aqui tantas vezes como deveria. Mas, quando passo no LxFactory, qualquer que seja o motivo, quase sempre, invariavelmente, entro aqui. Mesmo quando estou em modo de contenção de gastos e de não comprar livros (sem ser na Feira do Livro, que já aí bate à porta), gosto de entrar em livrarias e de perder tempo lá. Na Ler Devagar, é fácil uma pessoa perder-se a olhar para as estantes, q