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Mensagens

A mostrar mensagens de julho, 2014

Cem Anos de Solidão

O meu segundo (!!) García Márquez, e espero que o último numa tradução portuguesa. Este é um livro sobre uma pequena cidade, Macondo, fundada pelos Buendías, uma família que acompanhamos ao longo de várias gerações, através de nascimentos, mortes, casamentos, guerras, ciganos, bananas, dilúvios, e na qual toda a gente tem o mesmo nome: Por seu lado, Úrsula não conseguiu disfarçar um vago sentimento de contrariedade. Na longa história da família, a obstinada repetição dos nomes tinha-lhe permitido tirar conclusões que lhe pareciam determinantes. Os Aurelianos eram retraídos mas de mente lúcida, ao passo que os Josés Arcadios eram impulsivos e empreendedores, mas marcados por um signo trágico. É que nem os russos são tão confusos. O livro conta com vários acontecimentos e comportamentos bizarros: José Arcadio Buendia faz longas investigações científicas incitadas por Melquíades, cigano itinerante que a certa altura ressuscita, e acaba atado a um castanheiro; a sua esposa vive

Jurassic Park

Houve uma ida à Feira do Livro que culminou numa conversa de horas, passando pelo jogo do Jurassic Park para a Mega Drive, a eu mencionar que o filme foi baseado num livro, o que me levou a correr ao BookDepository logo que entrei em casa. Passando à frente a ironia do facto de eu ter comprado um livro como consequência de uma ida à Feira do Livro, fora da Feira do Livro: toda a gente viu o filme. Até eu vi o filme (!), embora isso tenha acontecido em talvez 1995 e eu só me lembre que havia dinossauros - mas também, com cinco anos, que é que esperavam de mim? Eram dinossauros! E que criança não gosta de dinossauros? (Aqui talvez vocês respondam que raparigas raramente gostam de dinossauros - o que significa que eu desafio papéis sociais de género desde pequena, tinha óculos de sol estilo Wayfarers vermelhos com um padrão de dinossauros, dinossauros são e sempre foram épicos, e  o Em Busca do Vale Encantado é um filme do caraças ) Mas adiante. Dinossauros! A partir do momento

Breve História do Tempo

Não é o meu género habitual de livro, sem dúvida - mas também não é meu, portanto há isso. À medida que lia este livro, só me conseguia lembrar de coisas que o seu proprietário me contava que via no Cosmos (a série nova, não a com o Carl Sagan), do último episódio do Cosmos que guardou para vermos juntos, e que vimos juntos, nos braços um do outro, e como ia dizendo ao longo do episódio que certas coisas eram aqui mencionadas. Isso fez logo com que grande parte da experiência de ler este livro fosse incrível. Vou ser sincera: não percebi ao certo qual o público-alvo deste livro, tendo em conta que o Stephen Hawking parece não compreender ao certo a forma como oscila entre explicação de conceitos simples em linguagem simples, e aqueles que são mais técnicos e que roçam o incompreensível, quase assumindo conhecimento prévio do assunto. Há coisas que passei a compreender melhor, ou que compreendi (acho) sem ter familiaridade com o que ele dizia - mas há partes que acho que

Restless

A FNAC ofereceu-me este livro no verão de 2009 na compra de uns quantos Pinguins. Ficção histórica e espionagem nunca me pareceram dos meus assuntos favoritos, mas quem diz não a livros grátis? Mesmo que demore quase cinco anos a pegar neles? A história alterna entre o relato de Eva, espia durante a II Guerra Mundial, e a vida da sua filha, Ruth, nos anos 70 em Oxford, que até então desconhecia a verdade sobre a sua mãe, que afinal não se chama Sally e é russa e foi espia e todas essas coisas giras. A narrativa é construída tentando estabelecer paralelismos entre a vida de ambas - isto é feito de forma muito fraca, tentando meter radicalismo alemão e iraniano pelo meio. Isto não funciona, primeiro porque me parece uma tentativa de reforçar a parte mais fraca do livro, e por não me fazer sentido que uma mulher leve o filho de praí seis anos a manifestações da SAVAK que se poderiam tornar violentas (se bem que o puto fala como se tivesse quarenta anos, portanto também há isso); s