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A mostrar mensagens de julho, 2021

Anna Karenina

Será possível falar deste livro sem incorrer num discurso quase tão longo quanto o mesmo? Anna Karenina é um livro que habitava o meu imaginário há vários anos, a minha lista do Goodreads há cerca de doze, e as minhas estantes há quatro. Faço algo frequentes piadas sobre livros grandes e escoliose (que, efectivamente, tenho), e decidi novamente que o facto de trabalhar em casa, não obstante me roubar o tempo do autocarro para a leitura , me facilita a leitura de livros maiores sem prejudicar as minhas costas. E, após ouvir algumas pessoas dizer que Anna Karenina é essencial; após ver a Rory Gilmore de 16 anos a partilhar o livro com o Dean (odeio o Dean); após muito debate interno, foi desta que peguei no livro. A leitura não foi seguida, mas sim intermitente com outras obras, por motivos vários - salas de espera, praia, mood geral  -, mas foi uma experiência agradável e recomenda-se. Comecemos pelo início. Happy families are all alike; every unhappy family is unhappy in its own way É

Tigers are Better-Looking

No âmbito do #lerosclássicos2021 , li este conjunto de contos da autora caribenha Jean Rhys. No ano passado, o tema de Julho era um clássico africano ou asiático; este ano, expandindo esta forma de exclusão do cânone ocidental, decidi incluir outras geografias menos lidas: a Oceania e o Caribe. (acho que nunca li nenhum livro de alguém da Oceania, mas tenho há demasiados anos, por ler, uma compilação de contos de Katherine Mansfield) De Jean Rhys, só tinha lido Wide Sargasso Sea , que é um livro do qual gostei mesmo muito (mais do que daquele que o inspirou !) e que acho que merece ser lido pelas várias temáticas que aborda: o sentimento de não-pertença, as marcas do colonialismo, a doença mental, a fragilidade feminina na sociedade. Tigers are Better-Looking  está muito longe de ser das obra mais conhecida da autora e, antes de lhe ter pegado, nem sabia que se tratava de contos. Esta edição entrou na minha colecção através do awesome books (choremos pelo Brexit), pois tinha sempre fi

Daisy Jones & The Six

Falemos de livros populares que toda a gente adora. (a foto deste livro foi tirada ainda no tablet porque li meia dúzia de páginas no tablet antes de comprar o kobo) Vejo este livro como sendo querido de muita gente. Tendo sabido de uma leitura conjunta do mesmo, e face à curiosidade que eu já tinha (e que mencionei aquando da minha review  do Evelyn Hugo ), decidi juntar-me. Ia com expectativas muito elevadas, mas não funcionou, de todo, para mim. Atenção: esta review  terá alguns spoilers . Taylor Jenkins Reid criou uma banda fictícia, chamada The Six, e uma cantora igualmente fictícia, chamada Daisy Jones, que terão colaborado algures na década de 1970 (tipo Nico & The Velvet Underground, vá). Este livro é uma espécie de entrevista a todos os membros da banda, individualmente, decalcando e fazendo uma "colagem" dos seus testemunhos de modo a narrar a sua breve história. I had absolutely no interest in being somebody else's muse. I am not a muse. I am the somebody.

My Sister, the Serial Killer

Leitura escolhida para levar para a praia face à incapacidade de ler num tablet com tanto reflexo + dimensão do Anna Karenina . Tendo sido cá lançado recentemente, talvez seja um livro do qual muitos já tenham ouvido falar. Às vezes perguntam-me por que escolho algumas leituras, e este foi um dos livros questionados. Reparei nele quando foi uma das opções do Books That Matter, há mais de dois anos. Apesar de não comprar as caixas deles (comprei talvez duas ou três, há já uns anos, mas os portes subiram muito e houve o Brexit), costumo estar atenta aos títulos sugeridos, embora saiba que nem todos me vão agradar. Comprei este no Awesome Books, em Abril, pouco antes de ter sido editado por cá. My Sister, the Serial Killer  é narrado por Korede, enfermeira, irmã mais velha de Ayoola, a serial killer  do título. Sendo título, não será exactamente spoiler dizer que Ayoola já matou, mais que uma vez, e o livro abre com o jantar de Korede, interrompido por um pedido de ajuda da irmã, que tem

When Breath Becomes Air

Lido no âmbito do #médicosescritores, curiosidade já aguçada por motivos de maleitas de pneumologia. Possivelmente a obra mais conhecida que versa sobre cancro do pulmão é Breaking Bad ; em When Breath Becomes Air , Paul Kalanithi mostra que é possível enfrentar o cancro sem recorrer ao tráfico de drogas. Piadas aparte, vá. Esta curta obra engloba memórias de Paul Kalanithi, neurocirurgião, que relata a sua curta vida e carreira, o que o levou a escolher a neurocirurgia (após uma licenciatura e mestrado em literatura, como que fugindo ao "destino de família", pois o pai e um irmão mais velho eram médicos) e a forma como, mais tarde (mas ainda muito novo), descobriu e lidou com o diagnóstico de cancro do pulmão. Kalanithi fora fã de livros toda a sua vida, tendo lido avidamente na juventude e inicialmente debruçado os seus estudos na leitura; procurando respostas a algumas das perguntas mais difíceis da humanidade, acabou por chegar à medicina e, como consequência, ao cérebro.

2021 | Junho

Apesar da bastante pouca actividade aqui pelo blog, Junho acabou por ser bastante activo em leituras e afins. Comprados & Recebidos Destaco a última compra à Livros Cotovia (que, afinal, parece ainda ter uns suspiros), fotografada acima. Quando os lerei? Não sei, ainda. Lidos Comecei o mês a ler Anna Karenina , que ainda não terminei, relutante em alternar com outras leituras - mas, entre o #lerosclássicos2021 (que tenho muita vergonha se não cumprir no mês certo) e idas à praia em que o livro se revela muito pouco prático, acabou por acontecer. Inicialmente, para tentar contrariar um pouco, li Kick-Ass , de Mark Millar , começando assim por uma novela gráfica (não pegava numa há imenso tempo!). Para o desafio, então, li Esteiros , de Soeiro Pereira Gomes , e recomendo esta leitura a toda a gente. Para o #médicosescritores, li When Breath Becomes Air , de Paul Kalanithi. Falarei melhor deste livro numa opinião (a publicar aqui em breve), mas adianto que gostei muito. Também li My