Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2019

Ana de Castro Osório

Sou fascinada pela colecção "Grandes Vidas Portuguesas" desde que li o volume sobre a Marquesa de Alorna . Há, ainda, poucos volumes sobre mulheres: além destes dois, existe apenas aquele sobre a empresária Antónia Ferreira. Este volume, ilustrado por Marta Monteiro e escrito por Carla Maia de Almeida, fala sobre Ana de Castro Osório, escritora, defensora da educação, e activista dos direitos das mulheres. Pela sua relevância nestas áreas, o seu nome foi atribuído à Colecção Especial da Biblioteca de Belém. Decidi complementar a leitura deste volume com a leitura de um livro de contos infantis da autora, que me foi oferecido há talvez vinte anos. O livro da Pato Lógico começa por falar, estranhamente, de Carolina Beatriz Ângelo e da sua luta pelo voto: rapidamente compreendemos ser este um enquadramento, pois foi o pai de Ana de Castro Osório, magistrado, que permitiu à sufragista a sua inclusão nos cadernos eleitorais. Assim, compreendemos de onde vinham "a

As Melhores Histórias de Donald & Patinhas

Primeira nota: este não é o original de Don Rosa. Segunda nota: este livro foi absurdamente caro, e comprei-o numa espécie de desespero. Sou uma das pessoas que viu com enorme alegria o ressurgimento das edições Disney pela mão da Goody, há já alguns anos. Recebi, inclusive, um volume no Natal de 2013, pelo valor simbólico. Tinha crescido nos anos 1990 a ler e reler os álbuns da minha irmã (aqueles cujas lombadas faziam desenhos bonitos), que foram humidificando, descolando e desfazendo aos poucos no sótão da casa dos meus avós. Resgatado, um volume muito, muito velho da Pedra Zodiacal , que adoro e trouxe comigo para Lisboa (não me importaria nada de reler e escrever sobre, havendo interesse...). Portanto, este não é o original The Life and Times of Scrooge McDuck. É uma compilação feita pela Goody. O original está num qualquer estatuto de collector's item , e é absurdamente caro e difícil de encontrar. Este volume não foi tão caro quanto esses, mas foi caro,

Marco Paulo é a minha religião

Comprei este livro pela capa e pela temática incrível. Sou fã e defensora da música popular portuguesa, bem como do à-vontade com que Marco Paulo sempre se dispôs a revelar que apenas em 2007 lançou um álbum só de originais. Pessoalmente, aprecio enormemente Taras e Manias , sou fã da " Ánita ", linda de  blue jeans e blusão de cetim, mas, acima de tudo, a minha música favorita do seu repertório (e do de outra pessoa qualquer) é Ninguém, Ninguém: Que inveja destes pulmões e capacidade de dizer palavras seguidas sem parar para respirar! O título, aliado à capa psicadélica-humorística, tinham-me já convencido em Maio, numa visita à Gateway City Comics ; em Novembro regressei à loja e aproveitei para adquirir o volume. Eu tinha de ter este livro, embora não soubesse de todo ao que ia. Este volume tem várias histórias curtas, da autoria de Pepederey e João Tércio, em torno das letras de Marco Paulo (ou de quem quer que as tenha escrito), com interpretações

Notre Dame de Paris

A Catedral celebrada por Victor Hugo. Decidi fazer este post , bem como outro, que virá mais tarde, sobre a Opéra Garnier (ambos no prelo desde finais de 2017...), por se tratarem de lugares icónicos de Paris, tornados celebrado pela literatura. Se já escrevi sobre Vaux-le-Vicomte , estes dois monumentos fazem ainda mais sentido. Não foi a primeira vez que fui a Paris e, como tal, não foi a primeira vez que fui à Catedral de Notre Dame de Paris. É paragem obrigatória. A minha história com esta Catedral é, aliás, longa: corria o ano de 2010 quando tive um ataque de asma ao tentar subir as torres. A humidade é forte, desisti - só consegui subir em 2015, ironicamente com a bagagem toda da viagem (uma Eastpak transbordante) às costas.   O que vale é que para menores de 26 anos a subida é grátis. Feitos já os 26 anos, desta feita visitei apenas a Catedral em si (as fotos das torres e das gárgulas são mais antigas, sorry !). A Catedral começou a ser construída em 1163 n

As I Lay Dying

Por onde começar, naquela que foi a minha segunda experiência com William Faulkner? Recordando, talvez, a primeira: em Fevereiro de 2011 (nas férias entre semestres do primeiro ano do meu mestrado), li The Sound and the Fury  num ápice. É, ainda hoje, um dos meus livros preferidos: costumo equipará-lo ao equivalente emocional de se ser atropelado por um camião TIR. Demorei a ler um segundo livro do autor, um pouco por medo de não corresponder às, agora, muito altas expectativas. Mas As I Lay Dying  é uma obra-prima, tal como The Sound and the Fury  o fora, uma obra prima sobre uma família disfuncional, grotesca, a história de uma roadtrip  contada por vozes tão loucas como as do livro que eu outrora lera. É um livro confuso, diria mais que The Sound and the Fury , pelas diversas vozes que o contam: cada capítulo é-nos apresentado por um narrador diferente, e não é fácil entrar na dinâmica familiar. São 59 capítulos, por 15 narradores diferentes. É um livro repulsivo e violent

Pretty Guardian Sailor Moon #1

A minha estreia em mangá não poderia ser outra. Sailor Moon foi o primeiro anime (e quiçá desenho animado, em geral) que eu adorei. Lembro-me de haver umas Barbies das personagens (que eu não tive - tive posteriormente das Spice Girls), vário merchandising absurdamente caro que nunca tive, e de eu ter tido um disfarce feito à mão entre mim e a minha irmã (sim, um cosplay  incipiente, se quiserem). Vi em 1995 ou 1996, quando deu pela primeira vez em Portugal, revi tudo no Batatoon com 10, 11 anos, e revi ainda com cerca de 15 no Canal Panda. E estou a rever agora. Como já referi antes, adoro o RPG para Super Nintendo. Preciso de explicar mais o quanto adorei esta prenda de Natal? Muitos estarão familiarizados com o anime; no primeiro episódio, passamos muito do tempo a estabelecer a personagem principal, Usagi Tsukino (Bunny, em português). Usagi acorda consistentemente tarde, esquece-se do almoço, está atrasada para as aulas (como sempre), ralham com ela por comer enq

Princípio de Karenina

Possivelmente a minha última tentativa na obra de Afonso Cruz (sou capaz de dar umas chances às Enciclopédias , vá). Meio por desafio da Rita , li, já em Novembro, a obra mais recente de Afonso Cruz. Estou a "dever-lhe" esta  review  há meses e aposto que entretanto ela até já se esqueceu. Princípio de Karenina tem este título pois, aparentemente, o começo de Anna Karenina fala nas semelhanças (ou falta delas) das famílias infelizes, mencionado já em Ada , de Nabokov (dois livros que tenho na estante e que nunca li). É narrado por um homem, contando a sua vida à sua filha que, segundo nos revela, não fala a mesma língua que ele - mistério que se irá desvendar no final da obra. Entre secções do livro, algumas imagens, a preto e branco, reminiscentes da capa. O narrador, cujo nome não me recordo (é-nos sequer dado?) tem a sua vida e personalidade formadas por dois factores: um pé boto (qual Peter Carey - também aqui há uma mãe que acaricia a deformidade);