Vi Picnic at Hanging Rock há uns bons anos, e a história tinha-me ficado sempre marcada. Mais pelas imagens do filme, talvez - na verdade, não me recordava totalmente da história, apenas das imagens quase-de-sonho, a música misteriosa, as sequências, os cisnes, o Botticelli -; mas a vontade de ler este pequeno clássico australiano tinha ficado, sempre. Ao passo que (do que me lembro), o filme não incluiu algumas cenas e personagens menores, este é bastante fiel e um bom retrato do livro. A sensação de mistério, de angústia, de confusão, de assombro permeia também o livro. É difícil de explicar - um mistério deveria ter sempre uma explicação, não é? -, mas o livro transmite, acima de tudo, uma sensação. É o dia 14 de Fevereiro de 1900, e está um belo dia de verão. Logo este conceito é algo confuso para o leitor do hemisfério Norte, mas estamos na Austrália, um país de contrastes, com a sua natureza hostil e o legado do colonizador, da Commonwealth, da Inglaterra vitoriana com os se...