Très vite dans ma vie il a été trop tard. Ressuscitemos este blog, sim? Apesar da minha imensa curiosidade, que durava já anos, nunca tinha lido Duras. Foi sobre L'amant , um livro curto, de narrativa não-linear, possivelmente o seu mais conhecido, que recaiu a escolha da minha primeira leitura. A ideia base do livro será talvez conhecida do público geral: nesta obra de auto-ficção, uma rapariga de 15 anos e meio (Duras), de origem francesa mas a viver na Indochina (actual Vietname, mais ou menos), tem uma relação ilícita com um homem chinês, com cerca do dobro da idade dela, muito rico. Pela diferença de idades, de classe, de etnia, por ser o ano de 1929, a relação, mais que ilícita, é tabu, e um segredo aberto. A narradora, a quem nunca é atribuido um nome, órfã de pai, sai da escola todas as tardes para se encontrar com ele numa espécie de motel; por vezes, o amante leva-a, à mãe dela e aos seus dois irmãos, a jantar. Os irmãos jantam e nunca lhe dirigem a palavra. A relação, c...