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A Clash of Kings

Valar Morghulis.


Este é um bom livro, mas ao mesmo tempo é o livro que me mostrou que não vou ser capaz de ler a série toda de seguida, porque ao contrário dos Hunger Games ou dos livros do Sherlock Holmes, por exemplo, são enormes e exaustivos e já vou em 1500 páginas disto e mesmo o War and Peace não consegui ler todo seguido. A narrativa arrasta.

Por outro lado, quero saber tudo o que vai acontecer a seguir, até porque é também aqui que a série parece começar o seu divórcio dos livros.

Dilemas, dilemas.

Power resides only where men believe it resides. (...) A shadow on the wall, yet shadows can kill. And ofttimes a very small man can cast a very large shadow.

Infelizmente, uma das coisas que não mudou foi a morte do Renly, senão eu seria team Renly. Como já tinha ideia do que o esperava, poupei-me o desgosto. É talvez estranho apoiar uma personagem com tão pouco tempo dedicado no livro, mas realmente isto compensa as várias páginas de detalhes sobre navios e combates de navios e roupa e mais roupa e não quero saber o que o Petyr Baelish tem vestido com o desenvolvimento das personagens (para além do que elas vestem, quero dizer). Os capítulos em forma de point of view ajudam, muito.

E voltando ao Renly, com ele fora não sei quem apoiar nas suas pretensões ao trono. Se bem que lá está, os reis que estão a "clashar" têm pretensões um pouco diferentes: o Joffrey está no trono que o seu tio Stannis quer, ambos pelo reino todo; o Robb é o auto-proclamado King in the North, um movimento separatista apoiado pelas casas que apoiam Winterfell (com alguma dissensão subreptícia), e os Greyjoys querem o Norte também. A Daenerys está demasiado longe para ser uma ameaça, a cuidar dos seus dragões.

Crowns do queer things to the heads beneath them.

Sei quem não apoio, pois o livro deixou-me a reflectir sobre quem será pior pessoa: o Theon ou o Joffrey, e acho que quem viu a série ou leu o livro sabe o quão difícil é ser tão má pessoa quanto o Joffrey. O George R R Martin falhou ao não dar capítulos ao Joffrey, porque acho que isso seria hilariante. Um rei que está sempre a chorar pela mãe, a brincar com uma besta, a acusar a sua noiva (cujo melhor amigo é o leal guarda-costas do Joffrey) das traições do irmão.

A Arya continua a ser fierce embora os capítulos dela pareçam tão desencaixados como os da Khaleesi.

Speak the name, and death will come. On this morrow, at the turn of the moon, a year from this day, it will come. A man does not fly like a bird, but one foot moves and then another and one day a man is there, and a king dies.

Várias personagens têm visões, do passado, do presente e do futuro, e isso é entusiasmante porque interpretá-las é giro. O Tyrion continua a ser das melhores personagens, assim como o seu escudeiro Podrick Payne; e o Jon Snow beyond the wall perde todo o protagonismo para o Qhorin Halfhand, que não faz muito mais no livro do que comer um ovo e dizer meia dúzia de frases. O Jojen é tão desinteressante no livro quanto na série e acho que até gosto do Roose Bolton.

4/5

Podem comprar esta edição aqui, ou em português aqui.

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