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Si tu passes la rivière

Si tu passes la rivière , de Geneviève Damas, foi o primeiro livro que recebi com a La Kube e um dos meus favoritos de 2023 (não, não me enganei a escrever o ano). Como poderão saber, o meu pedido na La Kube é de livros francófonos de leitura fácil. Este livro foi-me recomendado assim pela livreira que mo escolheu: Bonjour Bárbara. J'ai choisi pour vous ce roman riche d'émotions et très bien écrit, dans lequel le narrateur raconte son enfance, son apprentissage, sa sensibilité étonnante et les secrets de sa famille. Un récit beau et lumineux qui, je l'espère, vous plaira :) François Sorrente vive numa zona rural de França ou talvez da Bélgica (a autora é belga, o lugar é indefinido). Sabemos que é novo, é analfabeto, cuida dos porcos, vive com o pai e os irmãos na quinta onde cresceu e da qual raramente saiu e, desde sempre, desde que era uma criança muito pequena, o pai proibiu-o de atravessar o rio ao lado da quinta, em cuja outra margem há uma outra quinta, queimada e d...
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Heartbreak Hotel

Recebi Heartbreak Hotel , de Micol Arianna Beltramini e ilustrado por Agnese Innocente, neste Natal, e li de imediato. Heartbreak Hotel  pode começar por parecer uma história young adult  comum, mais uma de muitas novelas gráficas com temáticas adolescentes e LGBT que têm (e bem!) surgido ultimamente, mas destacou-se rapidamente para mim - a história é muito mais complexa do que deixa entender ao início, sendo também adequada para leitores mais velhos (isto vindo de mim, que adoro literatura infantil e não costumo ler young adult ). Começamos por conhecer Maya, que era amiga de Laura desde pequena, e nutre por ela uma paixão secreta. Laura faz 16 anos, tem agora um namorado, e convida Maya para a festa. Maya declara-se a Laura, e é a última vez que a vê sorrir.   Maya acorda no Heartbreak Hotel, e tem um maneki neko (eu, na ausência de um, fotografei o livro com a Mimi), e percebe que há lá três outros hóspedes, todos eles com uma história de amor que lhes causou um ...

2025 | Janeiro

Comecei 2025 cheia de motivação - tanto nas leituras como pelo blog. Espero que seja um bom augúrio! Comprados & Recebidos Em Janeiro, chegou finalmente o meu La Kube de Dezembro, Archie , de Alia Cardyn, e o de Janeiro,  Un jardin en Australie de Sylvie Tanette. Na Indie (livraria de Cascais), comprei Free Love , de Tessa Hadley, uma autora que quero muito descobrir. Da Quetzal, chegaram duas reedições de livros que quero há anos ler: O Papagaio de Flaubert , de Julian Barnes (de cujo The Sense of an Ending  gostei muito), e A Visita do Brutamontes , de Jennifer Egan.  Lidos Janeiro correu surpreendentemente bem. Comecei o mês a ler Normal People , de Sally Rooney , escolha de Janeiro para o meu FOMO Challenge, que fiquei longe de adorar, porém se lê num ápice. A seguir (ando a tentar alternar livros de prosa/poesia/etc com novelas gráficas/mangas), li o Vol. 4 de Urusei Yatsura , de Rumiko Takahashi, prenda de Natal, continuo a adorar esta série. De seguida, peguei...

Normal People

Normal People , de Sally Rooney, foi o primeiro livro do FOMO Challenge 2025 , um desafio de leitura trazido até vós por mim, e partilhado em podcast com o John (companheiro de podcasts anteriores). A decisão que tomei foi de publicar a opinião no mesmo dia em que sairá o episódio, e os episódios sairão sempre dia 1. Este mês tive sorte, porque calhou Sábado! Foi-me dito que este livro era uma óptima primeira escolha para o clube, por alguém que confessou ter lido o livro precisamente por peer pressure . Esta não foi a minha primeira experiência a ler Sally Rooney - podem encontrar aqui a minha opinião de Mr Salary , e li há uns meses Conversations with Friends , cuja opinião prometo publicar eventualmente, dado que ainda tenho muito blog por actualizar. Normal People  é sobre Marianne e Connell, que andam na mesma escola mas são de mundos bastante diferentes: a mãe de Connell limpa a casa da família de Marianne. Ele é de classe baixa mas popular, ela de classe alta mas ninguém na ...

Caderno de Memórias Coloniais

Li este livro a convite do João , na leitura conjunta que ambos dinamizámos em Janeiro, para o seu podcast Livrólicos Anónimos , sendo que podem já ouvir o nosso episódio sobre esta obra . Tinha há já alguns anos curiosidade com a obra de Isabela Figueiredo, e tinha ideia de que nunca a tinha lido, até ter sido, recentemente, recordada de que um dos seus contos integrou esta colecção do Expresso . Pelo que escrevi há data (há já seis anos), foi um dos meus contos favoritos da colecção, mas claramente não ficou para a posteridade. A minha curiosidade para com a obra de Isabela Figueiredo, confesso, dirigia-se mais a A Gorda , mas também este Caderno de Memórias Coloniais  me intrigava, mais não seja porque também o meu pai é retornado - tendo nascido em Luanda e vivido na então Sá da Bandeira até aos seus 12 anos, altura do 25 de Abril, quando voltou para casa. Apesar de ter um pai (e avós) retornados, nunca cresci com a ideia da abundância que os portugueses viviam nas ex-colónias:...

El matrimonio de los peces rojos

O meu primeiro encontro com a obra de Guadalupe Nettel (cujo La hija única  foi super popular no ano passado, quando cá saiu) foi com El matrimonio de los peces rojos , um conjunto de contos. Este é um conjunto de cinco contos curtos, nos quais os problemas e dilemas dos personagens humanos se vêem espelhados nas vidas e problemas de criaturas várias nas suas vidas - gatos, cobras, peixes (como no título), baratas e até mesmo fungos. É um conceito que pode soar bizarro, mas que Guadalupe Nettel faz funcionar bem - e que explora também em La hija única , dessa feita com pássaros. Os contos são multidimensionais, apesar da curta dimensão, e são histórias credíveis, humanas. Cada um funciona individualmente, mas como conjunto funcionam muito bem, complementam-se entre si, parecendo quase variações do mesmo tema, com abordagens e animais (organismos?) diferentes. Los momentos decisivos de la vida - el nacimiento, la conquista de la madurez, el apareamiento y la reproducción, la enferme...