O meu primeiro Italo Calvino não foi o Se una notte d'inverno un viaggiattore, mas um livro sobre as reflexões de um homem sobre o mundo que o rodeia.
Homem nervoso, vivendo num mundo frenético e congestionado, o senhor Palomar tende a reduzir as suas relações pessoais com o mundo exterior e para se defender da neurastenia generalizada, procura, tanto quanto possível, manter as suas sensações sob controlo.
O livro divide-se em blocos de três partes, cada uma delas uma experiência do Sr. Palomar a explorar o mundo, de modo a conseguir respostas às várias questões da vida. O Sr. Palomar sente a necessidade de dar sentido a todos os momentos do seu dia-a-dia, de compreender o mundo, de saber que está a viver a sua vida da maneira como esta deve ser vivida, mas é um homem inseguro e desconfiado. Se por um lado o livro é profundamente desinteressante (não tem plot), por outro lado a narrativa é incrível.
Os capítulos nascem de uma observação ou actividade banal. O primeiro capítulo é sobre uma ida à praia:
Bastaria não perder a paciência, o que não tarda a acontecer. O senhor Palomar afasta-se pela praia fora, com os nervos tão tensos como quando chegara, e ainda mais inseguro acerca de tudo.
E todas as suas experiências, sejam na praia, em viagem, no supermercado, têm um final semelhante:
Nesta altura o senhor Palomar volta a ser assaltado pela angústia.
Há também todo um capítulo em que o Sr. Palomar observa tartarugas a acasalar. A descrição é incrivelmente cómica, pelo que fui procurar ao youtube. Como não quero turtle porn no meu blog, fica este vídeo de uma tartaruga com um espécime de calçado atroz:
O último capítulo, "As meditações de Palomar", foi a minha parte favorita do livro e é algo que recomendo a qualquer pessoa. Como podemos observar algo quando não compreendemos o sítio de onde estamos a observar?
O livro divide-se em blocos de três partes, cada uma delas uma experiência do Sr. Palomar a explorar o mundo, de modo a conseguir respostas às várias questões da vida. O Sr. Palomar sente a necessidade de dar sentido a todos os momentos do seu dia-a-dia, de compreender o mundo, de saber que está a viver a sua vida da maneira como esta deve ser vivida, mas é um homem inseguro e desconfiado. Se por um lado o livro é profundamente desinteressante (não tem plot), por outro lado a narrativa é incrível.
Os capítulos nascem de uma observação ou actividade banal. O primeiro capítulo é sobre uma ida à praia:
Bastaria não perder a paciência, o que não tarda a acontecer. O senhor Palomar afasta-se pela praia fora, com os nervos tão tensos como quando chegara, e ainda mais inseguro acerca de tudo.
E todas as suas experiências, sejam na praia, em viagem, no supermercado, têm um final semelhante:
Nesta altura o senhor Palomar volta a ser assaltado pela angústia.
Há também todo um capítulo em que o Sr. Palomar observa tartarugas a acasalar. A descrição é incrivelmente cómica, pelo que fui procurar ao youtube. Como não quero turtle porn no meu blog, fica este vídeo de uma tartaruga com um espécime de calçado atroz:
O último capítulo, "As meditações de Palomar", foi a minha parte favorita do livro e é algo que recomendo a qualquer pessoa. Como podemos observar algo quando não compreendemos o sítio de onde estamos a observar?
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