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A Árvore dos Desejos

Quando vi este livro na banca da Ponto de Fuga, na Feira do Livro, não consegui resistir: não só se trata de William Faulkner (num registo no qual nunca o tinha lido), como um livro infantil, ilustrado (por Don Bolognese).


Rapidamente percebi por que motivo não esperava encontrar um livro infantil de Faulkner: este foi o único que o autor escreveu, escrito especialmente como prenda para a filha de oito anos de uma amiga, em 1927. A intenção por trás desta obra nunca foi a sua publicação, que só aconteceu postumamente.

- Desce, Dulcie. Desce, Dulcie.
- Mas que coisa tão estranha! - surpreendeu-se ela, e olhou para o rapaz ruivo, que remexia, atarefado, na sua pequena sacola.
- É porque fazes anos - explicou ele.
- Mas nunca aconteceu nada assim no meu dia de anos.

Em A Árvore dos Desejos, Dulcie acorda no seu aniversário - uma manhã que deveria ser como outra qualquer - e descobre um rapaz ruivo misterioso, Maurice, no seu quarto. Rapidamente, Dulcie encontra-se com o rapaz, o seu irmão, outras crianças da rua, a sua empregada Alice e um nonagenário desconhecido numa demanda fantástica em busca da árvore dos desejos - apenas para descobrir que não precisamos de uma árvore dos desejos para tornar os sonhos realidade.

Longe de ser o meu Faulkner favorito (tem um pouco de moralidade cristã que acho excessiva), talvez essencial para quem seja coleccionista do autor ou, como eu, goste tanto de Faulkner como de literatura infantil.

Tradução de Vladimiro Nunes e Fátima Fonseca

3,5/5

Podem comprar esta edição na wook ou na Bertrand


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