Uma história fundadora de um dos nossos detectives favoritos.
A primeira coisa a notar é que a edição italiana original, aparentemente, é a cores - e não no preto e branco habitual de Dylan Dog - e esta edição, da G Floy/A Seita/Colecção Aleph recupera o monocromatismo, sendo, portanto, inédita. E a imagem da capa, que é belíssima?
Aqui, Dylan Dog era ainda agente da Scotland Yard. O ambiente vivido era pesado - este volume tem como pano de fundo a luta pela independência da Irlanda do Norte, conflito muito recente e muito marcante, com maiores proporções nas décadas de 1970 e 1980. Este contexto dá uma carga política e realista interessante à obra, que questiona vincadamente tanto o IRA como a Scotland Yard nos seus modos de operação.
Um colega de Dylan Dog morre, ao seu lado, num atentado do IRA, evento que muito o marca; e é nesse momento que conhece a irlandesa Lillie Connolly, activista do IRA, com quem se envolve romanticamente. Os conflitos são múltiplos: desde o conflito de interesses óbvio, sendo Dylan Dog representante das forças de segurança do Reino Unido, a todos os comportamentos de Lillie, passando, lá está, pelas questões morais que são levantadas sobre a justiça num momento débil.
A paixão que Dylan Dog vive com Lillie é trágica, e possivelmente viria a afectar todas as relações futuras do detective, tornando-se também no motivo que o afasta da Scotland Yard e o leva a iniciar a sua actividade em privado. É uma história marcante, e mostra como surgiram alguns personagens, nomeadamente o seu futuro assistente Groucho Marx, com quem tem um breve encontro, e também o inspector Bloch, dando algum contexto à sua relação.
Embora tenha sido publicada em celebração do 10º aniversário de Dylan Dog, Até que a Morte vos Separe remonta às suas origens. O título original italiano, Finché morte non vi separi, quer antes dizer que a morte não vos separe, um título forte que se refere às memórias indeléveis que Dylan Dog terá sempre de Lillie.
(edição: já me ensinaram que, em italiano, língua que estou longe de dominar, a expressão é assim mesmo: até que a morte não vos separe. Torna-se, assim, exactamente na mesma expressão utilizada nos títulos. Grande curiosidade!)
É, por todos estes motivos, possivelmente o livro ideal para começar a ler Dylan Dog (digo eu, que li pouco).
4,5/5
A primeira coisa a notar é que a edição italiana original, aparentemente, é a cores - e não no preto e branco habitual de Dylan Dog - e esta edição, da G Floy/A Seita/Colecção Aleph recupera o monocromatismo, sendo, portanto, inédita. E a imagem da capa, que é belíssima?
Aqui, Dylan Dog era ainda agente da Scotland Yard. O ambiente vivido era pesado - este volume tem como pano de fundo a luta pela independência da Irlanda do Norte, conflito muito recente e muito marcante, com maiores proporções nas décadas de 1970 e 1980. Este contexto dá uma carga política e realista interessante à obra, que questiona vincadamente tanto o IRA como a Scotland Yard nos seus modos de operação.
Um colega de Dylan Dog morre, ao seu lado, num atentado do IRA, evento que muito o marca; e é nesse momento que conhece a irlandesa Lillie Connolly, activista do IRA, com quem se envolve romanticamente. Os conflitos são múltiplos: desde o conflito de interesses óbvio, sendo Dylan Dog representante das forças de segurança do Reino Unido, a todos os comportamentos de Lillie, passando, lá está, pelas questões morais que são levantadas sobre a justiça num momento débil.
A paixão que Dylan Dog vive com Lillie é trágica, e possivelmente viria a afectar todas as relações futuras do detective, tornando-se também no motivo que o afasta da Scotland Yard e o leva a iniciar a sua actividade em privado. É uma história marcante, e mostra como surgiram alguns personagens, nomeadamente o seu futuro assistente Groucho Marx, com quem tem um breve encontro, e também o inspector Bloch, dando algum contexto à sua relação.
Embora tenha sido publicada em celebração do 10º aniversário de Dylan Dog, Até que a Morte vos Separe remonta às suas origens. O título original italiano, Finché morte non vi separi, quer antes dizer que a morte não vos separe, um título forte que se refere às memórias indeléveis que Dylan Dog terá sempre de Lillie.
(edição: já me ensinaram que, em italiano, língua que estou longe de dominar, a expressão é assim mesmo: até que a morte não vos separe. Torna-se, assim, exactamente na mesma expressão utilizada nos títulos. Grande curiosidade!)
É, por todos estes motivos, possivelmente o livro ideal para começar a ler Dylan Dog (digo eu, que li pouco).
4,5/5
Podem comprar esta edição directamente à editora.
Ah Dylan Dog, gostei tanto do que li mas nunca mais nada li
ResponderEliminarOk, só pela tua descrição dá-me imensa vontade de ir buscar o livro e ler, gosto muito de ler sobre a Irlanda e todo esse período
Quando iremos ler os nossos livros em italiano? Who knows who knows
Gostei muito do post
Tens de ler mais, tu e eu :p
EliminarÉ um livro muito bom, este! Recomendo que lhe pegues!
Quando finalmente aprendermos italiano? :$