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O caderno vermelho da rapariga karateca

Já vi Ana Pessoa comparada a Alice Vieira no que respeita às suas narrativas. Como eu gosto muito de Alice Vieira, que cresci a ler, e gosto também muito de livros ilustrados, soube que esta era uma autora a explorar.



Decidi, assim, começar por este livro, o seu primeiro.


O caderno vermelho da rapariga karateca é a história de N, uma rapariga de 14-quase-15 anos que gosta muito de comprar postais e, um dia, numa papelaria na qual entrou para adquirir um postal, encontrou um caderno vermelho que a encantou. N gosta também muito de escrever, seja escrita criativa, sejam entradas mais pessoas que roçam o diário (mas insiste que o caderno não cumpre a função de diário). Também faz karate, e tem uma paixão secreta por Raul, um dos seus companheiros do karate.



Assim, a narrativa do livro divide-se entre relatos de eventos do dia-a-dia de N, pequenos fragmentos de escritos, listas, pensamentos soltos, contos, a escola, as actividades extra-curriculares, a família, o Raul, tudo isto de forma variada e intercalada, além de aventuras com gatos e as belíssimas ilustrações de Bernardo Carvalho em tons de preto, branco e vermelho.

História: Era uma vez uma expressão que tinha uma certa falta de expressão. Não se conseguia expressar. Certo dia encontrou na rua um lápis 2B, pegou nele e começou a desenhar. A expressão ficou feliz, porque tinha finalmente encontrado a sua forma de expressão.



Sempre tive na ideia que diários e a escrita pessoal, em geral, são a forma perfeita de expressão para quem tem dificuldades em se expressar, sobretudo para terceiros. Dessa forma, e apesar de o livro pecar talvez por a narradora parecer um pouco mais jovem do que os seus 14/15 (devido a alguma fantasia infantil, mas quem nunca alimentou essas fantasias até tarde ou mesmo adulto?), achei um livro muito bonito, uma leitura muito agradável para se fazer a partir dos talvez 10 anos.

4/5

Podem comprar esta edição na wook ou na Bertrand


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