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Alentejo Blue

A motivação para esta leitura foi a temática de férias no Alentejo.



Conheço mal o Alentejo. Fui lá em duas visitas de estudo com a escola e, desde então, fiz (creio que) quatro pequenas passagens por vários sítios da zona, incluindo estas férias. Também por este motivo, achei curioso uma autora inglesa escrever acerca do Alentejo, zona do meu próprio país que, em bom rigor, desconheço.

Um pouco como Winesburg, Ohio, Alentejo Blue é uma narrativa sobre uma pequena vila (aldeia?), a fictícia Mamarrosa, relatada através de pequenos quase-contos sobre alguns dos seus habitantes, com capítulos que trazem um protagonista (ou mais) diferente, velho ou novo, português, turista ou expatriado, cruzando-se personagens nalguns momentos (também alguns momentos se justapõem em capítulos diferentes, sendo descritos através de diferentes pontos de vista).

Gostei muito, muito do primeiro capítulo. Não sabia, quando comecei o livro, que cada capítulo seria uma "história" diferente, e confesso que muitas das histórias não tiveram grande impacto para mim. Há alguma cultura portuguesa pelo meio, alguma história, e menções a monumentos de Évora ou a árvores corticeiras.

She wore her black slingbacks and a white cotton dress with blue flowers that matched the paint that framed the door. Alentejo blue. There she was, in a picture, in a moment, setting out for the rest of her life.

Creio que o ponto alto do livro será como Monica Ali consegue colocar-se na pele de personagens tão distintos, transmitindo os seus pensamentos mais íntimos, os sonhos, paixões, ansiedades e segredos de cada um, as relações interpessoais realistas que cria, além da forma como narra problemas sociais vários, a pobreza, o isolamento da ruralidade em Portugal. Apesar disto, vários dos personagens aparentam ser apenas meio-formados, e o livro (após o dito primeiro capítulo) não me prendeu.

3/5

Este livro já esteve disponível português, mas encontra-se esgotado; talvez nas bibliotecas. Wook e Bertrand, actualmente, só oferecem em ebook.


Comentários

  1. Apesar do meu coração também ser beirão, não passo um ano sem ir ao Alentejo. Este mês, voltámos a Évora e foi óptimo! Ali, a tostar... :-) No ano passado, estivemos na praia de São Torpes e nas ruínas romanas. Há sempre o que visitar lá. Espero que se tenham divertido! Beijo.
    Paula

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    Respostas
    1. A minha relação com o Alentejo está muito longe de ser assim :) acho que Évora é a cidade/zona de que mais gostei. Fomos para Portalegre, também tostando; foram umas férias muito reclusivas, mas ali para os últimos dias já estava a chocar uma (covid) e não desfrutei por aí além do descanso. Acredito que as tuas tenham sido muito melhores :)

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