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Pardalita

"Qual é a distância a que se pode estar de alguém sem dar a entender que não se quer distância nenhuma?"



Raquel tem 16 anos e vive numa pequena cidade no Norte de Portugal. Costuma passar o seu tempo com os seus amigos, Luísa e Fred, e tem um namorado, Miguel, com o qual não tem passado tanto tempo. Um dia, Raquel repara na Pardalita, que começa a observar à distância, sem a conhece, até ao dia em que se ligam através do teatro.

Gostei muito desta história de auto-descoberta, primeiro amor, de compreender os sentimentos, de descobrir a beleza nas pequenas coisas e encontrar o seu lugar no mundo. Adoro que a Pardalita se chame "Pardalita", tornando-a menos numa personagem ou pessoa e mais num símbolo, num ideal, numa metáfora.


Há alguns temas ao longo da narrativa, os verbos irregulares em inglês (irregulares como a vida), gatos perdidos, a crescente consciência social da mãe de Raquel para temas como o meio ambiente e os imigrantes.

Na minha ausência reviram os verbos irregulares. São os verbos que não têm um passado igual aos outros.

O ritmo deste livro é lento e doce - tal como a forma como Pardalita entra na vida de Raquel. Muito do texto é belíssimo e expressivo, e gosto muito deste formato "misto", meio novela gráfica com texto a mais, meio livro ilustrado, com poemas, pequenas missivas, desenhos, que nos convida a acompanhar a Raquel naquilo que é quase um diário dela, com as suas visões da vida em pequenas passagens. Tudo tem enorme sensibilidade.


A arte destaca-se, especialmente em momentos mais evocativos de emoções, de movimentos, nos momentos em que interage com o texto, e nos detalhes que tornam tão vívidos e até reconhecíveis os espaços físicos onde se desenrola a obra.

Se eu estivesse daquele lado, atravessavas o Tejo a nado?

5/5

Podem comprar na wook.


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