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A Dance with Dragons

Finalmente acabo este colosso de livro(s), este colosso de série (até agora) e posso voltar a ver a série (a da tv).


Antes de mais: George Martin, por favor pára com as catch phrases. Não quero saber se words are wind ou se o Jon Snow não sabe nada, mas por favor pára de repetir a mesma expressão a cada 20 páginas. É chato e já chega.

Gosto de acreditar que não sou snob da literatura e não acho que existe uma correlação positiva directa entre popularidade e mediocridade, embora a escrita nestes livros seja realmente medíocre. Isto vale, como sempre, pela imaginação do autor, por todo um mundo que efectivamente constrói - e porque a série está realmente a ficar mais complexa. Não senti isso nos livros anteriores, senti neste.

Acho que a história está cada vez mais intrincada e começo a desconfiar que o próximo livro não vai sair nunca porque o autor não sabe o que fazer com isto. Há honestamente demasiada coisa a acontecer e não vejo solução possível.

Tenho, no entanto, algumas teorias/ideias/resoluções, que podem ou não ser absurdas e podem ou não ser originais, porque imagino que haja uma fandom imensa pela internet fora:

1) Os white walkers é que construíram a muralha para se defenderem dos humanos. Convenhamos, em toda a história da humanidade em geral, humanos só fazem porcaria. White walkers atacam humanos porque estão a invadir o seu território beyond the wall.

2) A Cersei é filha do Mad Aerys e vai pegar fogo àquilo tudo como o seu verdadeiro pai sempre sonhou.

3) Vão morrer todos (nada de surpreendente aqui) e Westeros vai-se tornar num sistema presidencial no qual será eleito um white walker, ou assim, e haverá paz eterna. Ou então o Davos, porque não?

4) O trono vai ser destruído no meio da guerra e de repente toda a gente vai deixar de ver um propósito e volta tudo ao normal num sistema feudal básico sem monarquia.

Sobre o livro em si posso dizer que, após o terror que é o A Feast for Crows, é muito bom. Tem aquelas cenas chocantes da série: a dinâmica Theon/Reek (que me fez muitas vezes querer atirar o livro à parede por vergonha alheia ou nojo), a walk of shame da Cersei, o Jon Snow a levar facada, a Khaleesi a fugir no dragão.

No entanto a Khaleesi (recuso-me a escrever Daenaeaerys até porque não o sei pronunciar) parece que se apercebeu que tem 15 anos e age segundo hormonas e não razão, e isso é um bocadinho chato. Tens uma cidade para governar, tipo. O livro traz-me muita admiração pelo Barristan Selmy e ele é outra personagem não central ou particularmente popular de quem eu gosto (tipo o Davos).

Odeio também o quase-romance que arranjam ao Tyrion e acho constrangedor e desnecessário. Também desnecessário acho, mas de parte da série, terem deixado de parte grande parte da viagem do Tyrion (a não romântica; acrescente-se também que não estou a acompanhar a nova temporada por ter estado a acabar esta leitura, portanto posso mudar de ideias em breve).

Gosto da introdução do ponto de vista da Melisandre e o quão pouca certeza afinal ela tem das suas visões. Gosto dos capítulos do Bran, que acho que prometem imenso, e da Arya, que honestamente já não tem nada a ver com o resto do livro. Alto twist final com o Varys. Este é um livro muito melhor que o anterior e tudo o que acontece a todas as personagens é entusiasmante, porém levanta tantas questões, tantas possibilidades de teorias.

Há muitas questões a resolver e acho que o autor nunca vai ser capaz de o fazer.

4/5 aguardando o próximo livro embora ache que nunca vai sair

Podem comprar esta edição aqui e aqui, ou em português aqui.

Comentários

  1. (tinha acabado de vir ao site à procura da review e 2 mins depois...) Óptima review, concordo plenamente, apoio e rezo para que 2) se concretize.

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    1. Bárbara delivers. Quero 2) e quero que 1) seja verdade!

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