Leitura feita numa espécie de celebração tardia do Dia Mundial da Poesia.
Tendo visitado o blog a gun in the garland, onde Madalena de Castro Campos escreve poemas, fiquei com uma enorme curiosidade acerca desta obra, o seu segundo livro publicado (acabado de lançar, inclusive).
Não sou a melhor a escrever sobre poesia; já tentei, neste espaço, escrever sobre poemas de autores como Sylvia Plath, Pablo Neruda ou, mais recentemente, Florbela Espanca, e sinto que falho sempre em me expressar. Não é um género que leia com frequência, e, no fundo, é mais fácil escrever sobre uma narrativa mais longa - sobre prosa.
Os poemas de Madalena de Castro Campos não têm o romance de Neruda, nem a melancolia de Florbela. Não têm a beleza muitas vezes associada à poesia, mas provocam emoções fortes: são poemas crus, duros, cínicos, violentos, femininos e marcadamente sexuais, com imagens e palavras explícitos, roçando por vezes o vulgar.
Exploram, na sua maioria, o papel e o "lugar" da mulher na sociedade actual, numa espécie de revolta ou denúncia quanto ao facto de se ser, frequentemente, apenas uma entidade sexualizada; retratam, por um lado, a submissão e, por outro, o seu reconhecimento e a vontade de lhe escapar.
São poemas fortes, são poemas sentidos; não são poemas para toda a gente, não para aqueles que procuram na poesia o belo, o romântico; e não para aqueles que procuram o macabro imaginado de Edgar Allan Poe, mas talvez para aqueles que não têm medo do macabro que é o dia-a-dia, a vida real, para quem não tem medo de poesia que evite lugares-comuns, que desperte sentimentos, que evoque o real.
Sem dúvida uma voz forte da poesia.
Sem dúvida uma voz forte da poesia.
A tua review deixa-me com vontade de ler mais poesia, que como sabes não é a minha forma preferida e por isso kudos pela review :p
ResponderEliminarTambém não é a minha forma preferida, não sei bem nunca como interpretar, o que devo retirar! Mas quero ler mais também :$
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