Mais um post de recomendações, desta vez inspirado pelo Book Depository:
Imagem do Book Depository |
A verdade é que, embora a lista do Book Depository seja muito boa, a imagem dos gatos apaixonados era demasiado boa para não aproveitar e fazer um post de recomendações também. Isso e estou a aproveitar a deixa romântica de Fevereiro para publicar, que já tinha isto nos rascunhos há meses. Confesso que alguns dos primeiros livros que me lembrei foram o Gone with the Wind e o A Room with a View, mas não quis repetir: portanto podem ver essas recomendações, entre outras, neste post.
Alguns destes livros figuram também da selecção original; mas esta é a minha selecção, com pequenas justificações do porquê de recomendar.
Começando pelos clássicos, pelos romances bonitos e agradáveis e, nalguns casos, com finais menos felizes.
Emma, de Jane Austen. Não quis mencionar o óbvio Orgulho e Preconceito, nem o também óbvio Sensibilidade e Bom Senso. O Emma inspirou o Clueless, que é um filme excelente com a Alicia Silverstone, e é possivelmente o meu livro favorito de Jane Austen. Emma Woodhouse não se quer casar, mas adora interferir na vida amorosa de toda a gente. E é claro que isto nem sempre corre bem. Podem comprar aqui.
I Capture the Castle, de Dodie Smith. Este não existe em português, mas é sublime, e vou copiar para aqui o que escrevi na review: Um livro sobre o primeiro amor, o primeiro desgosto, segredos, barbas, bloqueios criativos, amores não correspondidos, mudanças que transformam uma pessoa (e a fazem crescer), as formas como vemos os outros que nem sempre são as mais correctas - como a vida tantas vezes nos surpreende. Podem comprar aqui.
A idade da inocência, de Edith Wharton, é um clássico com um final um pouco menos feliz; alta sociedade norte-americana, o casal prometido desde há muito, a prima divorciada que vem destabilizar tudo - esperem, divorciada? No início do séc. XX? Ah, sim. The Age of Innocence é um clássico e merece sê-lo. Podem comprar aqui (em inglês; esgotado em português, mas podem ter sorte em lojas Europa-América).
O adeus às armas, de Ernest Hemingway, é uma história de amor e de coragem, da I Guerra Mundial, de sonhos perdidos, de emoções intensas. É inesquecível, como todos os livros de Hemingway o são, e ter um desgosto à chuva nunca mais terá o mesmo significado. Podem comprar aqui.
Wives and Daughters, de Elizabeth Gaskell. Outro que não existe em português, o que é uma pena (o Norte e Sul existe, pela Relógio d'Água, mas ainda não o li). Sobre uma rapariga que cresceu numa vida pacata com o pai, médico, e que, de súbito, tem de aprender a amar uma madrasta e uma meia-irmã - e, pior, disputar o amor da sua vida com ela. Podem comprar aqui (em inglês).
Na segunda categoria de recomendações, amor não correspondido, porque há grandes romances que são feitos disto.
Grandes Esperanças, de Charles Dickens. Pip conhece Estella em criança e é loucamente apaixonado por ela desde então. Mas a sua mãe adoptiva, Miss Havisham, destroçada por ter sido abandonada no altar - e condenada a passar o resto da vida com o seu vestido de noiva, o bolo a apodrecer e os relógios parados - não a deixa aceitar nenhum homem. Podem comprar aqui.
A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera. Este é um pouco diferente: Tereza ama Tomaz, um neurocirurgião que é incapaz do amor e tem um séquito de "amizades coloridas" com mulheres - mas tenta encontrar o amor em Tereza. Ou seja, Tereza tem, fisicamente, o objecto do seu afecto, mas não tem necessariamente o seu amor. E, claro, passa-se em Praga em 1968, portanto tinha de recomendar. Podem comprar aqui.
Servidão Humana, de W Somerset Maugham. Philip Carey perde a mãe muito novo, e vive com tios avarentos e uma deformidade num pé. Não tem real talento artístico e não se conforma com a ideia de vir a ser médico. E tudo piora quando conhece Mildred, uma empregada de mesa vulgar, feia e sem qualquer noção de classe, que o trata mal, se aproveita dele, e o obriga a levá-la a musicais. Podem comprar aqui.
Por último, histórias de amor que não têm nada para dar certo. Ou tudo para dar errado, como preferirem (Romeo e Julieta era demasiado óbvio para esta categoria)
Jules et Jim, de Henri-Pierre Roché. Jules e Jim, dois amigos, um francês e um alemão que não são separados nem pela guerra nem pelas mulheres que vão partilhando. Sonham encontrar numa mulher, naquela que será a mulher ideal, o sorriso arcaico de uma estátua grega. Encontram-no em Kathe, que mudará as suas vidas para sempre (fun fact, num dos primeiros encontros com o meu namorado fomos ver este filme). Podem comprar aqui (em inglês; não existe em português. Também se arranja em francês na WOOK).
O Fantasma da Ópera, de Gaston Leroux. Erik tenta que Christine goste dele, mas não consegue; acaba por não ser totalmente uma história de amor, apesar de ser um livro sobre o amor e sobre o desespero a que o amor pode levar. Raptos, mortes, e a belíssima Opéra Garnier como pano de fundo. Podem comprar aqui (em inglês; esgotado em português, mas podem ter sorte em lojas Europa-América).
O Monte dos Vendavais, de Emily Brontë. Até agora a minha Brontë preferida - e ressalvo que este livro não é verdadeiramente um romance, mas uma história de paixão, de revolta para com as convenções de classe e raça na sociedade inglesa do séc. XIX. Nunca queremos que Cathy e Heathcliff sejam um casal - mas tudo o que se desenrola quando essa possibilidade lhes é negada torna o livro trágico. Podem comprar aqui.
Expiação, de Ian McEwan. O amor tornado trágico por uma terceira pessoa. Adoro o filme, adoro o livro, odeio profundamente a Briony e espero que nunca encontre redenção. A segunda guerra mundial chega e Cecilia e Robbie nunca têm outra oportunidade. Podem comprar aqui (em inglês; esgotado em português. O autor é editado por cá pela Gradiva).
Medea, de Euripides. Não há desgraça maior que esta: Medea é desprezada pelo marido e tudo vai abaixo. Jasão, possivelmente não é boa ideia abandonar a mulher que matou o próprio irmão de modo a distrair o pai e poder fugir contigo - só uma ideia. Podem comprar aqui (não faço ideia se existe em português).
Alguns destes livros figuram também da selecção original; mas esta é a minha selecção, com pequenas justificações do porquê de recomendar.
Começando pelos clássicos, pelos romances bonitos e agradáveis e, nalguns casos, com finais menos felizes.
Emma, de Jane Austen. Não quis mencionar o óbvio Orgulho e Preconceito, nem o também óbvio Sensibilidade e Bom Senso. O Emma inspirou o Clueless, que é um filme excelente com a Alicia Silverstone, e é possivelmente o meu livro favorito de Jane Austen. Emma Woodhouse não se quer casar, mas adora interferir na vida amorosa de toda a gente. E é claro que isto nem sempre corre bem. Podem comprar aqui.
I Capture the Castle, de Dodie Smith. Este não existe em português, mas é sublime, e vou copiar para aqui o que escrevi na review: Um livro sobre o primeiro amor, o primeiro desgosto, segredos, barbas, bloqueios criativos, amores não correspondidos, mudanças que transformam uma pessoa (e a fazem crescer), as formas como vemos os outros que nem sempre são as mais correctas - como a vida tantas vezes nos surpreende. Podem comprar aqui.
A idade da inocência, de Edith Wharton, é um clássico com um final um pouco menos feliz; alta sociedade norte-americana, o casal prometido desde há muito, a prima divorciada que vem destabilizar tudo - esperem, divorciada? No início do séc. XX? Ah, sim. The Age of Innocence é um clássico e merece sê-lo. Podem comprar aqui (em inglês; esgotado em português, mas podem ter sorte em lojas Europa-América).
O adeus às armas, de Ernest Hemingway, é uma história de amor e de coragem, da I Guerra Mundial, de sonhos perdidos, de emoções intensas. É inesquecível, como todos os livros de Hemingway o são, e ter um desgosto à chuva nunca mais terá o mesmo significado. Podem comprar aqui.
Wives and Daughters, de Elizabeth Gaskell. Outro que não existe em português, o que é uma pena (o Norte e Sul existe, pela Relógio d'Água, mas ainda não o li). Sobre uma rapariga que cresceu numa vida pacata com o pai, médico, e que, de súbito, tem de aprender a amar uma madrasta e uma meia-irmã - e, pior, disputar o amor da sua vida com ela. Podem comprar aqui (em inglês).
Na segunda categoria de recomendações, amor não correspondido, porque há grandes romances que são feitos disto.
Grandes Esperanças, de Charles Dickens. Pip conhece Estella em criança e é loucamente apaixonado por ela desde então. Mas a sua mãe adoptiva, Miss Havisham, destroçada por ter sido abandonada no altar - e condenada a passar o resto da vida com o seu vestido de noiva, o bolo a apodrecer e os relógios parados - não a deixa aceitar nenhum homem. Podem comprar aqui.
A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera. Este é um pouco diferente: Tereza ama Tomaz, um neurocirurgião que é incapaz do amor e tem um séquito de "amizades coloridas" com mulheres - mas tenta encontrar o amor em Tereza. Ou seja, Tereza tem, fisicamente, o objecto do seu afecto, mas não tem necessariamente o seu amor. E, claro, passa-se em Praga em 1968, portanto tinha de recomendar. Podem comprar aqui.
O Grande Gatsby, de FS Fitzgerald. Adoro Fitzgerald e adoro este livro (que não é sobre o Di Caprio a dar festas de hip hop). As luzes verdes, as festas, as camisas. Tudo por amor a Daisy, que nunca soube realmente o que queria. Podem comprar aqui.
Cyrano de Bergerac, de Edmond de Rostand. O grande problema de Cyrano é o seu nariz e a sua paixão por Roxane; acaba por lhe escrever cartas de amor que são assinadas por outro, mas que a convencem da pureza do seu amor. Roxane ama as palavras de um homem e o aspecto de outro, e só quando Cyrano morre se apercebe do seu amor. Podem comprar aqui.
Servidão Humana, de W Somerset Maugham. Philip Carey perde a mãe muito novo, e vive com tios avarentos e uma deformidade num pé. Não tem real talento artístico e não se conforma com a ideia de vir a ser médico. E tudo piora quando conhece Mildred, uma empregada de mesa vulgar, feia e sem qualquer noção de classe, que o trata mal, se aproveita dele, e o obriga a levá-la a musicais. Podem comprar aqui.
Por último, histórias de amor que não têm nada para dar certo. Ou tudo para dar errado, como preferirem (Romeo e Julieta era demasiado óbvio para esta categoria)
Jules et Jim, de Henri-Pierre Roché. Jules e Jim, dois amigos, um francês e um alemão que não são separados nem pela guerra nem pelas mulheres que vão partilhando. Sonham encontrar numa mulher, naquela que será a mulher ideal, o sorriso arcaico de uma estátua grega. Encontram-no em Kathe, que mudará as suas vidas para sempre (fun fact, num dos primeiros encontros com o meu namorado fomos ver este filme). Podem comprar aqui (em inglês; não existe em português. Também se arranja em francês na WOOK).
O Fantasma da Ópera, de Gaston Leroux. Erik tenta que Christine goste dele, mas não consegue; acaba por não ser totalmente uma história de amor, apesar de ser um livro sobre o amor e sobre o desespero a que o amor pode levar. Raptos, mortes, e a belíssima Opéra Garnier como pano de fundo. Podem comprar aqui (em inglês; esgotado em português, mas podem ter sorte em lojas Europa-América).
O Monte dos Vendavais, de Emily Brontë. Até agora a minha Brontë preferida - e ressalvo que este livro não é verdadeiramente um romance, mas uma história de paixão, de revolta para com as convenções de classe e raça na sociedade inglesa do séc. XIX. Nunca queremos que Cathy e Heathcliff sejam um casal - mas tudo o que se desenrola quando essa possibilidade lhes é negada torna o livro trágico. Podem comprar aqui.
Expiação, de Ian McEwan. O amor tornado trágico por uma terceira pessoa. Adoro o filme, adoro o livro, odeio profundamente a Briony e espero que nunca encontre redenção. A segunda guerra mundial chega e Cecilia e Robbie nunca têm outra oportunidade. Podem comprar aqui (em inglês; esgotado em português. O autor é editado por cá pela Gradiva).
Medea, de Euripides. Não há desgraça maior que esta: Medea é desprezada pelo marido e tudo vai abaixo. Jasão, possivelmente não é boa ideia abandonar a mulher que matou o próprio irmão de modo a distrair o pai e poder fugir contigo - só uma ideia. Podem comprar aqui (não faço ideia se existe em português).
Já li várias destas, embora todas elas tenham amor/paixão na trama, têm grandes temas de fundos diferentes. Grandes Esperanças a capacidade de agradecer quem nos faz bem, independentemente de dos méritos ou deméritos foi-me marcante.
ResponderEliminarGostei muito do Great Gatsby, Servidão Humana, mas o Adeus às Armas talvez seja aquela que mais me tocou, até porque tem um grande apelo pacifista.
É verdade, Carlos, todos estes livros têm temas diversos, mesmo tendo tentado agrupá-los pelo romance da narrativa. Quais não leu? O Adeus às Armas é sem dúvida um dos meus livros favoritos, é devastador não só pelo final mas por todo o cenário de guerra envolvente.
Eliminar'a imagem dos gatos apaixonados era demasiado boa para não aproveitar e fazer um post de recomendações também'
ResponderEliminarPercebo :p
Uau, por onde começar? Post intenso :p muito boas recomendações, não li todos os livros mencionados, nem de perto mas fiquei com vontade de ler os que me faltam! A última recomendação parece épica xD 'possivelmente não é boa ideia abandonar a mulher que matou o próprio irmão de modo a distrair o pai e poder fugir contigo - só uma ideia'
'histórias de amor que não têm nada para dar certo'
É neste sector que li mais/vi mais filmes/teatro etc. :o
O Monte dos Vendavais é obrigatório, têm de ler porque é simplesmente destruidor, tanto o livro como o filme, embora diferentes como sabemos, o filme só conta parte da história
O Fantasma da Ópera é simplesmente muito bom
Jules et Jim, só vi o filme mas vi contigo :p e é claramente diferente de tudo o resto e por isso também recomendo :p
'Romeo e Julieta era demasiado óbvio para esta categoria', that may be mas têm de ler, é tão bom
Cyrano de Bergerac só assisti a uma peça mas foi épico :p lembraste? :p
O Grande Gatsby.. bem é bastante conhecido agora, ou mais conhecido agora graças ao filme com o Di Caprio sem dúvida mas tem de se ler o livro, é simplesmente genial, the green light and such
E são esses os títulos que consigo comentar :p gosto muito do teu blogue!
Oh, são gatos :p
EliminarE concordas que não têm nada para dar certo? :o concordo que o Wuthering Heights é obrigatório :p mas ainda assim fui um pouco "falaciosa", porque acho que não deve de todo ser lido como um romance, acho que isso estraga a história!
Clássico lodge do Fantasma da Ópera :p e clássico Jules et Jim :p obrigada por teres ido comigo :$
Claro que me lembro, no Maria Matos :D
Di Caprio e suas festas de hip hop, luzes verdes :p é um bom livro!
Obrigada :$ por comentares, por tudo :p
Não acredito que não têm nada para dar certo, apenas em retrospectiva é um pensamento natural mas eu sou muito esperançoso na maioria das vezes :p
EliminarAlto romântico :p
EliminarExcelentes recomendações :) Já li vários deles e gostei também. "Wives and daughters" e "Servidão humana" são dois que estão na estante e que eu quero muito ler um dia :) bjs
ResponderEliminarLê ambos! :D Servidão Humana é uma obra monumental, acredito que vás gostar! Beijinhos :)
EliminarDos que mencionas adoro o Wuthering Heights e A Insustentável Leveza do Ser. Great Expectations não mexeu muito comigo. Fiquei ainda mais curiosa por ler o I Capture the Castle, o teu blog leva-me à falência xD
ResponderEliminarAcho que o Great Expectations é um livro "complicado" e não super apelativo, mas eu pessoalmente gosto muito da tortura e luta pessoal do Pip, sobre as suas origens e a forma como o condicionam, sobre as origens do seu benfeitor mas o facto de este lhe dar realmente dinheiro, as coincidências absurdas ao longo do livro, a loucura da Miss Havisham... :) eu adorei o I Capture the Castle! Se leres, avisa :D
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