A dose anual de Clarice. Este é o último livro da autora, uma novela na qual é relatado um tema ainda actual: a pobreza no Brasil. Rodrigo SM, o misterioso narrador do livro, diz que vai falar de uma outra pessoa, cuja identidade, a início, não é clara, no meio do monólogo errático do narrador - mas finalmente conhecemos Macabéa, a nordestina que procura uma vida melhor na cidade grande. – E, se me permite, qual é mesmo a sua graça? – Macabéa. – Maca - o quê? – Bea, foi ela obrigada a completar. – Me desculpe mas até parece doença, doença de pele. Rodrigo confessa a sua dificuldade em escrever sobre Macabéa, e é fácil compreender porquê. Macabéa é uma pessoa... diferente. Rejeitada desde a infância, em Alagoas, onde nascera, órfã desde muito cedo, maltratada pela tia que a criou. Mal Macabéa se tornou maior de idade, a tia procurou ver-se livre dela, e arranjou-lhe um emprego, ainda antes de morrer, no Rio de Janeiro, como dactilógrafa. Macabéa vive num cubí...