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Kick-Ass

Já tinha muitas saudades de pegar numa novela gráfica.


Decidi, então, pegar numa lacuna nas minhas leituras: Kick-Ass. Dave Lizewski, um rapaz adolescente que adora super-heróis, vive com o pai após a mãe ter falecido com um aneurisma. Ele é um típico nerd, adora ler comics de super-heróis, tem fantasias adolescentes com a professora de biologia e está muito apaixonado por uma rapariga da turma dele que não lhe liga nenhuma. Assim, e porque está aborrecido (maioritariamente isso, vá), decide comprar um fato e tornar-se um super-herói.

Ora, o mundo de Kick-Ass não é muito diferente do nosso mundo. Há telemóveis e coisas que vão parar à net, há pessoas idiotas, mas não há monstros, mutantes, super-vilões ou cientistas malévolos. É um mundo normal, com crime "normal". Também não há uma "origin story", uma picada de uma aranha, um homicídio que deixa Dave órfão... novamente, ele não encontra nada melhor para fazer com o seu tempo e parece-lhe boa ideia. E, de fato vestido, Dave sai de casa uma noite, enquanto o pai trabalha, e é óbvio que tem tudo para correr mal.

Após levar um enxerto de porrada (por parte de um grupo de vândalos que, a bem da verdade, Dave provocou), Dave pensa em desistir, mas não consegue fugir do fato. Tudo piora quando descobre que as suas façanhas começaram a ser imitadas, e que outras pessoas começaram a comprar fatos e a ficar com a fama que deveria ser, por direito, sua.

 


O livro fica muito violento muito depressa, quando Hit-Girl (uma garota de dez anos) e o seu pai, Big Daddy, super-heróis ainda mais disfuncionais e sem sentido que Kick-Ass, aparecem em cena, aparentemente motivados por trauma, com uma suposta "origin story".

Mark Millar faz um trabalho fantástico a partir da noção que os super-heróis são sobre-humanos, fortes, invencíveis, pegando num rapaz banal e mostrando as consequências possíveis se o cidadão comum decidir enveredar pela vida de usar uma capa - para além da fama, dos seguidores nas redes sociais, e do ego inflamado pelo grande segredo, existem os danos físicos e mentais que podem advir de más escolhas.

Será assim tão interessante ser super-herói? Ou será que é a ideia de ser super-herói - de ser mais que o normal, de estar acima da lei (ser a própria lei) que é mais atraente?

5/5

Podem comprar esta edição directamente à editora.



Comentários

  1. Acredito, há quanto tempo não lias uma? Gosto muito de ler uma novela gráfica/manga à noite
    A história em si parece interessante e diferente, é de que ano?
    Ainda assim, o tema em si não deixa de ser super-heróis, o que não me apela muito.. no entanto, tu gostaste
    bastante e recomendas.. e também tenho confiança na gfloy, pelo que poderei ler um dia; há mais livros ou?

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    Respostas
    1. desde abril, parece! :(
      o livro é de 2010; percebo o que dizes, mas no fundo este livro goza um pouco com o fascínio por livros de super-heróis! existem algumas sequelas/alguns livros na mesma série, a g floy só publicou uma, cá, que também consta ali da estante :p

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