Sobre aquilo que mais abomino: planear leituras.
Nunca gostei de planear leituras; se, por esta altura, pensar ler um livro no mês de Agosto, é certo que, chegada a data, vai-me apetecer ler outra coisa. Gosto de remar conforme as marés das vontades, e livros houve nos quais peguei mais que uma vez até ser o momento certo de os ler. No entanto, ultimamente, tenho sentido enormes desejos de ler alguns dos livros que povoam as estantes (a saber: Esteiros, de Soeiro Pereira Gomes, que será lido no âmbito do #lerosclássicos2021; My Sister the Serial Killer, de Oyinkan Braithwaite, que ainda por cima vai ser publicado em português agora em breve, é curtíssimo e acho que vou gostar; Passing, de Nella Larsen, para ler depois The Vanishing Half, de Brit Bennett; e queria continuar o The Giver Quartet, de Lois Lowry, que comecei há algum tempo e ainda só li o primeiro volume).
Também nunca fui menina de ler mais que um livro ao mesmo tempo, salvo algumas, raras, excepções - mas o que fazer quando nos apetece ler três ou quatro livros diferentes e estamos no meio (1/3, vá) de um conhecido calhamaço? Não quero largar Anna Karenina (que comecei ainda no final de Maio) a meio para intercalar com nenhuma das leituras acima, pois não é exactamente do meu feitio. Levei para a praia Esteiros (Anna Karenina é enorme e não exactamente prático para enfrentar a areia e o vento); é numa daquelas edições Europa-América... já li meia dúzia de páginas e fiquei apreensiva com a edição, além de que agora estou confusa com qual dos livros continuar a ler.
E este post vai de encontro ao #lerosclássicos2021, que me obriga não necessariamente a planear leituras (tenho sempre mais que um livro possível para cada categoria, pelo que posso escolher, chegada a altura, qual me apetecerá mais), mas que não deixa de ser uma condicionante. Não me apetecia, necessariamente, ler um clássico lusófono agora. Apetece-me ler imensa coisa, como disse acima, e pode ser efeito da edição Europa-América, mas já tenho vindo a sentir este tipo de desmotivação de há algum tempo para cá, pelo que pondero seriamente não voltar a fazer o desafio em 2021. É só uma ideia, mas é uma possibilidade em cima da mesa.
A vida, amigos, é demasiado curta para ler o que não apetece.
Então, é papel manhoso com letra manhosa? Muda! Alternativas não te devem faltar... Um Jorginho Amado? Um contos? Li os Esteiros em miúda, mas não me lembro de nada.
ResponderEliminarA sério? Estás a cumprir o desafio muito contrariada?
Sim, a vida é mesmo muito curta, por isso, é que abandono sem dó nem piedade. Mas também guardo alguns para dar outra hipótese mais tarde, admito.
Eu passei a ser poligama nas leituras por causa de um livro que não podia levar para lado nenhum, O Quarteto de Alexandria. Precisava de um que me coubesse na mala, depois, descobri os audiobooks, depois, achei que um livro de contos se lia melhor espaçadamente, e de repente... Muitos! :D Agora, acho que as leituras só fluem assim, um saltinho aqui, um saltinho ali.
Paula
sim, aquele selo de qualidade Europa-América, especialmente nos livros de bolso: a impressão, o encadernamento, o vale postal lá para o meio. mas acho (do muito pouco que li do livro) que vou gostar mesmo, e por isso vou continuar :) amanhã levo-o para a sala de espera do dentista!
ResponderEliminarnão estou muito contrariada, mas é já ano e meio de encaixar leituras por um tema e não por vontade 100% orgânica. 2022 vai ser o ano sem desafios :)
acho que me é raro pegar num livro do qual não goste nada e que me aborreça mesmo por o estar a ler. a última vez que isso aconteceu foi com o wole soyinka, mas ia mesmo convencida que iria gostar. regra geral, não erro muito!
ontem li uma novela gráfica! há algum tempo que não pegava em nenhuma, e soube bem. costuma ser o único tipo de poligamia que pratico, por o formato ser tão, tão distinto!
Boa foto
ResponderEliminarEu até gosto de planear leituras de vez em quando
Este ano tenho-o feito com o teu desafio e o intercalar entre mangas e novelas gráficas em geral, estou a gostar e motiva-me; é diferente porque por um lado escolho o que me apetece ler entre as novelas gráficas/mangas e depois escolho um livro que encaixe no teu desafio e que sinta curiosidade com o mesmo! O que eu gosto no teu desafio é que pego em livros que quero ler - porque de facto os tenho, mas nem sempre se trata de livros nos quais se calhar pegaria de imediato, porque lá está, temos muitos livros! Gosto disso e gosto de estar envolvido num projeto com outras pessoas
Não participei em nenhum dos teus encontros dedicados às leituras este ano mas estou ansioso por participar no próximo
foto de arrumação da estante :$
Eliminarpois, eu nunca fui muito fã, e ainda assim fiz um desafio que implica algum planeamento :o percebo isso, também tenho pegado em livros que, obviamente, tenho na estante e, como tal, tenho interesse neles; mas também é isso, pode não me apetecer ler nada das opções disponíveis no momento, e sinto-me condicionada...
acho que, este ano, houve apenas um skype, lá para fevereiro :$ até nisso ando a falhar... mas deve haver encontro presencial algures agora, mais não seja feira do livro!