Já aqui tinha dito que esta é, para mim, uma leitura atípica.
Em toda a sinceridade, estes estão a ser meses bastante atípicos para mim - mesmo que o início do ano seja, habitualmente, para mim, época de parcas leituras, tive algumas agravantes pessoais que me tiraram a (também já pouca) capacidade de concentração e leitura.
Assim sendo, apesar de não ser uma escolha habitual (e de ter chegado cá a casa e sido lido antes das tais agravantes), O Sanatório até foi uma leitura bem vinda para desanuviar um pouco.
Não tenho nada contra thrillers mas, verdade seja dita, creio que para além de Ira Levin (podem encontrar três reviews aqui no blog), pouco ou nada leio. Por este motivo, poderei ter sido particularmente dura na minha avaliação global da obra: apesar de se ler com muita facilidade e celeridade (algo que creio ser típico do género), não consegui ver grandes qualidades na obra.
Ao enredo, não lhe chamaria previsível; afinal de contas, faz-me confusão o medo suscitado por um antigo edifício dedicado à pneumologia (talvez por ter passado tanta da minha vida em consultas da especialidade) - entendo que possa haver um clima de insegurança por se estar num local remoto, snowed in, mas isso nunca é abordado pela autora, ou pela sua personagem principal. O medo é derivado de tratamentos para a tuberculose, não pela isolação. No momento em que me apercebi disto, senti de imediato que tinha pensado melhor no cenário do que a autora, o que me poderá ter inquinado para a leitura subsequente.
A personagem principal, Elin, é pouco cativante e tem medos e motivações que fazem pouco sentido. A sua relação com o irmão também é bizarra e faz pouco sentido, bem como a relação com a noiva dele, que fora sua amiga na infância. Todas as relações interpessoais e interacções de Elin, na verdade, caem na categoria do incompreensível.
Talvez como consequência da minha incompreensão (do género, do cenário, da protagonista), e apesar da leitura rápida, foi-me muito difícil ter interesse no enredo e no mistério, bem como na sequela que o epílogo antecipa.
O Sanatório, de Sarah Pearse, será, não obstante, um muito bom livro para muita gente, ou não fosse a sua enorme popularidade e sucesso.
Tradução de Elsa TS Vieira
2/5
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