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Opéra Garnier

Post que devia ter saído há dois anos e meio... Houve dois factores que me levaram a publicar este post, não obstante o timing  se ter perdido há muito. O primeiro é a alguma saudade de viajar, que deve ser mais ou menos generalizada hoje em dia. O segundo motivo é mais abstracto. Após ter visto e adorado Cézanne et Moi , um filme sobre a amizade do pintor com Émile Zola, fiquei não só com uma vontade enorme de ler todos os Rougon-Macquart (por ordem - 2021 talvez? 2022? Tenho de os comprar primeiro), mas também com muita saudade da cidade que me acolheu durante dois meses e que mais vezes visitei.   A Opéra Garnier é, para mim, o expoente máximo da Belle Époque (em alternativa, o Moulin Rouge, eternizado - novamente, para mim - mais no French Can-Can  que no musical do início do século) e da cidade de Haussmann. Duas das três vezes que fui a Paris, tinha menos de 26 anos, o que significa que tinha acesso gratuito a vários dos museus e monumentos mais icón...

Thérèse Raquin

Adoro literatura francesa. (Tenho uma relação amor-ódio no que respeita a ler em francês) Thérèse Raquin foi a minha estreia com Émile Zola, por ter demasiado receio com a saga de Les Rougon-Macquart : quero imenso ler o livro dos mineiros, mas a linguagem mineira deve ser horrível. Também quero imenso ler o da prostituta, e o dos supermercados... respectivamente, os livros 13, 9 e 11 da saga, que tem uns modestos 20 livros, mas consta que se devem ler numa ordem diferente da ordem de publicação, pelo que seriam o 16, 17 e 8. E aparentemente, devo ler primeiro La Fortune des Rougon . Portanto, comecei com Thérèse, anterior à gigantesca obra Les Rougon-Macquart . É um livro repleto de sentimentos fortes, violência, crime e tragédia. Thérèse nasceu no Norte de África, filha de uma mulher nativa e de um soldado francês. Com a morte da mulher, o pai de Thérèse decide levar a criança à sua irmã, em Vernon, cidade à qual já tive oportunidade de ir (ver fotos), para ser ...

Notre Dame de Paris

A Catedral celebrada por Victor Hugo. Decidi fazer este post , bem como outro, que virá mais tarde, sobre a Opéra Garnier (ambos no prelo desde finais de 2017...), por se tratarem de lugares icónicos de Paris, tornados celebrado pela literatura. Se já escrevi sobre Vaux-le-Vicomte , estes dois monumentos fazem ainda mais sentido. Não foi a primeira vez que fui a Paris e, como tal, não foi a primeira vez que fui à Catedral de Notre Dame de Paris. É paragem obrigatória. A minha história com esta Catedral é, aliás, longa: corria o ano de 2010 quando tive um ataque de asma ao tentar subir as torres. A humidade é forte, desisti - só consegui subir em 2015, ironicamente com a bagagem toda da viagem (uma Eastpak transbordante) às costas.   O que vale é que para menores de 26 anos a subida é grátis. Feitos já os 26 anos, desta feita visitei apenas a Catedral em si (as fotos das torres e das gárgulas são mais antigas, sorry !). A Catedral começou a ser construída em 11...

Librairie Delamain

Apesar de já ter ido ao Palais Royal , foi apenas quase dois meses depois que descobri a Librairie Delamain, do outro lado da rua. E o pior é que, apesar das obras do edifício, como podem ver pelas fotos, até era bem visível. A Librairie Delamain é uma instituição - é a livraria mais antiga de Paris, fundada em 1700. Este facto levou-me a tentar perceber o porquê de não ser considerada mais antiga que a Bertrand do Chiado (que data de 1732), e creio que isto se deve ao facto da sua mudança de localização. De facto, a livraria "só" se encontra na rue St. Honoré desde 1906 - outrora, estava nas arcadas da Comédie Française.   Afirma-se como "uma livraria à antiga" ( une librairie à l'ancienne ), apesar de ter sido comprada pela Gallimard nos anos 80 - como, mais recentemente, a LeYa comprou a Buchholz e a Barata, suponho. Vende livros novos e livros usados, tem estantes altas e escadotes para ajudar. É acolhedora (como uma FNAC , por exemplo, nã...

Librairie Compagnie

Mais um dia, mais uma livraria. Quem me falou nesta livraria foi a Carolina , por ter lido sobre ela num livro que se chama, precisamente, Livrarias . Localizei-a após sair do Musée de Cluny, onde tinha ido com o melhor companheiro ver uns unicórnios e ficar um pouco desiludida - mais fiquei pois, sendo Domingo, a livraria estava fechada. Mas claro que anotei para lá regressar no fim de semana seguinte.   A Rive Gauche é agora a minha zona preferida de Paris. Fora as Tuileries, vá; se outrora preferia a zona em torno do Musée du Louvre, e mesmo quiçá uma Place Vendôme que não representa de todo a cidade real, desta vez o lado artístico, cultural e recheado de livrarias de St. Michel e St. Germain conquistou-me totalmente. Atravessar a Île de la Cité, descer pela Blvd St. Michel, virar à direita na St. Germain e seguir em frente até ser altura de virar novamente à direita e terminar no Musée d'Orsay parece-me o passeio de sonho (isto aconteceu). Mas estou-me a disp...

L'Écume des Pages  

Quantas livrarias lindíssimas haverá em Paris? Estava a fazer a Blvd St. Germain, lado a lado com o melhor companheiro do mundo, num Domingo - dia em que, tradicionalmente, as lojas de rua estão fechadas, incluindo livrarias (excepto a Shakespeare and Company, que se afirma orgulhosamente aberta 7j7), quando me deparei com L'Écume des Pages, aberta. Maravilhosa localização: mesmo ao lado do Café de Flore, um dos cafés mais antigos da cidade, notoriamente frequentado por Georges Bataille (que já esteve na minha wishlist , mas depois de perceber que tinha sido influenciado pelo trabalho do Marquis de Sade deixou de estar), Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre (que usavam o café como escritório), Albert Camus, Picasso, Zadkine, entre outros nomes conhecidos.   Talvez o nome da livraria seja inspirado por L'écume des jours , de Boris Vian, que também frequentava o café do lado; entrei na livraria e fiquei imediatamente fascinada com o aspecto, a beleza das estantes p...