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Mensagens

The Pumpkin Eater

Continuamos na luta e na labuta que é colocar publicações em dia. Quem tenha ouvido o podcast em 2023, decerto já me ouviu falar sobre este livro. The Pumpkin Eater é um livro de 1962, que deu origem a um filme poucos anos depois, que eu nunca vi. É amplamente baseado na vida da própria autora, Penelope Mortimer, e no seu casamento com o também escritor John Mortimer, e parece ter sido uma experiência de escrita em busca de alguma catarse. Toca em temáticas como o casamento, a maternidade, a saúde mental e o papel da mulher na sociedade, e parece estar algo à frente do seu tempo, talvez também pela abertura com que fala de aborto. À narradora, personagem principal, não conhecemos um nome próprio - conhecemo-la apenas pelo seu mais recente nome de casada, Mrs. Armitage. Já foi casada várias vezes (quatro), tem "vários" filhos (o que dá a entender que serão mais que quatro) dos vários casamentos, está grávida do marido (que lhe é infiel), uma criança que ele activamente não qu
Mensagens recentes

2024 | Abril

Abril foi lento no blog (peço desculpa) e lento em leituras. Comprados & Recebidos Abril foi mês de aniversário. Por essa ocasião, recebi Quando eu for grande , de Ella Bailey, o vol. 1 de  Léonarde , uma nova novela gráfica de Anne-Catherine Ott, e comprei, na Salted Books, Our Wives Under the Sea , de Julia Armfield. Em Cascais, na Indie, para fins de clube de leitura da Biblioteca de Belém, comprei Hurricane Season , de Fernanda Melchor (não tinham em português, e era para fins de clube de leitura, portanto veio em inglês). Não foram só livrarias independentes que tiveram a minha atenção, mas também editoras independentes: Catarina e a Beleza de matar fascistas , de Tiago Rodrigues, editado pela Tinta-da-China,  Maria Lamas, amor, paz e liberdade , de Mafalda Brito, pela Edições Barca do Inferno, A Baleia , de Benji Davies, da Orfeu Negro e, no Festival Contacto, comprei Neon , de Rita Alfaiate, da Escorpião Azul. Com a La Kube, veio Nos vies , de Marie-Hélène Lafon. Da Porto Ed

Desafio de Leitura para 2024

(Para a segunda metade do ano, vá) Após pedido de algumas, poucas e boas, famílias, decidi fazer um desafio literário para a segunda metade de 2024 (e Maio), um pouco como o Ler os Clássicos (que fiz em 2020 e em 2021 ), em que cada pessoa escolhe o livro que vai ler mediante um tema pouco restritivo. A novidade principal (além de não ser Janeiro-Dezembro): desta feita, não estamos limitados aos clássicos. A ideia aqui é ler o que se tem na estante. Os livros são de qualquer género: ficção, não-ficção, contos, novelas gráficas, poesia, infanto-juvenis, não interessa! Assim, os temas são: Maio - livro que está há mais tempo por ler. Esta é fácil, e embora seja uma categoria "restrita", porque só um livro pode ser o que aguarda há mais tempo, será um livro diferente para todos nós. Teremos todos vergonha de admitir há quanto tempo esse livro aguarda. E se calhar nem temos a certeza qual é ao certo o livro que foi tanto tempo preterido - aceitam-se estimativas. Junho - livro

2024 | Março

Março foi um mês atípico em várias frentes. Comprados & Recebidos Da La Kube, a escolha do mês foi Le Soldat Desacordée , de Gilles Marchand, um livro que versa sobre o período entre-guerras (um período histórico do qual gosto muito). Já recebi um ano de La Kubes, pelo que devo fazer um post  sobre a experiêencia em breve. Comprei, como auto-prendas de aniversário antecipadas, Anya's Ghost , de Vera Brosgol, e Roaming , das Tamaki. O meu respectivo foi a Paris e a Madrid sem mim, e trouxe-me Fugitive Parce que Reine , de Violaine Huisman, Le Lac des Cygnes , de Pierre Coran, um catálogo belíssimo dos trabalhos de Gabrielle Vincent ( Ernest et Célestine ) e La hija única , de Guadalupe Nettel, autora que adorei descobrir no ano passado. Da Bertrand, veio Os Moedeiros Falsos , de André Gide (autor que só tinha no original francês) e, do próprio autor, Alex Couto,  Sinais de Fumo . Lidos Mês particularmente atípico aqui. Li, num fim de semana,  To Dance , de Siena Cherson Siegel e

O Natal da Família Gato

O segundo livro de Natal do qual queria falar (fora de época, claro está), desta vez um verdadeiro livro do advento. Escrito por Lucy Brownridge e ilustrado por Eunyoung Seo, O Natal da Família Gato é o primeiro de dois livros a relatar aventura da Família Gato (o segundo ainda não existe por cá e é o Cat Family at the Museum, título que tem imenso potencial). Este relata os preparativos da Família Gato - Pai Gato, Mãe Gata e os seus quatro gatinhos (Luca, Janico, Pinti e Arturo), doze dias antes do Natal, em variadas actividades natalícias a partir do momento em que as férias começam: decorar, cozinhar, preparar cartas para o Pai Natal, ir buscar os Avós Gato ao comboio, cantar cânticos pela vila... há muita coisa ainda por preparar até ao Natal. O livro é cartonado e tem doze páginas duplas (24 páginas no total), todas elas com abas que se podem abrir para descobrir o conteúdo de caixas, bolsas e gavetas, pequenos segredos, tesouros, e até a história de uma família paralela. Não cont

Bisa Bia, Bisa Bel

O livro que mais me intrigava da Colecção Pererê da Tinta-da-China (só tenho os primeiros cinco volumes, a primeira colecção) era Bisa Bia, Bisa Bel , de Ana Maria Machado, por estar listado nos 1001 Children's Books You Must Read Before You Grow Up. Este livro, de leitura muito simples (li-o numa tarde) começa com Isabel, uma rapariga pré-adolescente que, enquanto a mãe faz limpezas na casa, descobre numa caixa um retrato da sua bisavó, Bia, que nunca chegara a conhecer. Este retrato exerce sobre Bel um fascínio quase infantil, e ela pede à mãe que lhe empreste o retrato, talvez para que possa conhecer melhor este membro da família que nunca antes tinha visto. A verdade é que, mais que um retrato, nesta jornada de descoberta, "Bisa Bia" começa a acompanhar Bel, a ser quase parte dela, enquanto Bel vai aprendendo mais da sua família, das gerações passadas, de costumes de outros tempos. O passar das décadas tem o seu peso, e Bel acha que algumas das ideias da bisavó não sã