No passado Domingo fui passear ao quintal da casa do Marcelo.
Fui sem intenção alguma de adquirir mais livros; fui pelo espaço, que constava ser lindo (e é!) e por estar a 15 minutos a pé de casa, e porque pessoa que gosta de livros não perde uma oportunidade destas, certo?
Aquilo
que mais me surpreendeu foi a fila que estava, e que se formou atrás de
mim. Percebi, já mais perto da entrada, que esta se devia ao facto de
se ter de passar os pertences num scanner, e de nem toda a gente
aparentemente perceber que "tire tudo dos bolsos" significa "tire tudo dos bolsos".
O espaço, esse, é sem dúvida lindíssimo, e faz com que a visita valha imediatamente a pena. Alguém sabe se os jardins também estão abertos para visita, como o museu? Sei que pessoas (como por exemplo, a minha irmã) tiveram oportunidade de ver o dono da casa, mas não tive essa experiência. Passei uma vista de olhos rápida pelas bancas: a Livros Horizonte tinha descontos excelentes, a Companhia das Ilhas tinha uns packs de livros a preços jeitosos, a maioria das restantes editoras nem por isso. A selecção também era pequenita, porque o espaço também não era o de um Parque Eduardo VII, mas estava bastante digno.
Acontece
que olhei para a Europa-América. A Europa-América é uma editora para a
qual em geral não olho muito, porque não editam há anos (estão só em
fundo de catálogo) e lembro-me de uma edição que saiu há dez anos com o
Diário de Notícias que era o Inferno, de Dante, em prosa, e achei
esquisito (embora tenha lido inúmeros outros livros da editora, e adore
por exemplo o facto de terem publicado uma edição bilingue de Pygmalion,
de George Bernard Shaw). E como pessoa que, em Portugal, consome
maioritariamente lusófonos, acaba por não ser a editora mais
interessante. À primeira vista, pelo menos.
Ando há imenso tempo à procura de "Subterrâneos da Liberdade". Mencionei, aliás, aqui o facto de o Livro I (trata-se de uma trilogia) ter esgotado e não estar mais à venda pela D. Quixote e como isso complicava o meu desejo de ler esta obra. Ora, na banca
da Europa-América salta-me logo à vista o facto de Jorge Amado estar em
destaque - e um dos livros da trilogia estar a olhar para mim. Fui logo
ver se estavam lá os três - estavam. A rapariga da banca apercebeu-se, e
tive com ela uma agradável conversa sobre Jorge Amado, que ela tinha
lido num verão inteiro - disse-me também que Tereza Batista cansada de guerra, que comprei na Feira do Livro, é lindo e essencial, e que eu precisava de ler os Subterrâneos da Liberdade
(algo de que eu não precisava de ser convencida). A rapariga
responsável pela banca aplicou-me o desconto simpático que estava apenas
válido para os livros de bolso - um "leve 3 pague 2" - e ainda trouxe O Amor do Soldado, uma peça de teatro da autoria de Jorge Amado, cuja existência desconhecia.
Vale pelo passeio, sem dúvida - e valeu especialmente pela surpresa que foi ter encontrado esta obra. A voltar em 2018.
Excelente post :p
ResponderEliminarO sítio parece bastante agradável sim, belas fotos :p e fico feliz por teres conseguido arranjar esses livrinhos, principalmente a tal trilogia do Jorge Amado :p
muito obrigada :p é muito bonito o espaço, sim! também estou muito contente, embora desiludida comigo mesma por ter cedido à compra :$
EliminarHá oportunidades que têm mesmo de ser aproveitadas :p
EliminarNão fui, tal como no ano passado. Contenção de custos e demasiados livros para ler... Sei que acabaria por desgraçar-me.
ResponderEliminarAdoro Jorge Amado. Se não leste, lê o «Farda, Fardão, Camisola de Dormir». É hilariante.
Já a Europa-América... Só se forem edições do tempo em que era mais cuidadosa com as traduções e com os livros. Fora isso nem pensar. Na Faculdade de Letras, se comprares uma Odisseia ou uma Ilíada da Europa-América (ou qualquer outro autor), quase te esfolam no átrio principal. Nas epopeias gregas, a edição foi feita a partir de uma tradução francesa e como o nome da personagem era AgamémNON (notem-se as maiúsculas da minha responsabilidade), a edição portuguesa da E.A. passou a ter uma personagem chamada AgamémNÃO. Infelizmente, a maior parte dos livros de Jorge Amado só ainda existem nessa editora, mas por outro lado, são quase todos já tão antigos que escapam.
Boas leituras!
Haha, eu armei-me em blogger/pessoa que mora a distância percorrível a pé e fui a pensar que não ia acontecer nada... aconteceu. Preciso de conter não os custos, mas a minha pessoa.
EliminarComprei esse do Jorge Amado este ano na Feira do Livro, também. Hei de lhe pegar!
Pois, acredito que o que li deles talvez não seja o mais cuidado, após ter visto aquele "Inferno". Fui a correr comprar em inglês. Li o Pygmalion no inglês, tive alguma curiosidade para ver a tradução que acompanhava mas passou pouco daí. Deles, li também "Dom Casmurro" há uns bons anos - lá está, desisti depois do Dante. Nunca li Odisseia nem Ilíada (li a Odisseia do João de Barros no 7º ano, que obviamente não conta) - possivelmente lerei em inglês, ou edição Cotovia, que creio ter os clássicos todos. Agamémnão é esquisito e evitável :/ já fiz trabalho de tradução (sem ter qualquer tipo de curso), e vejo que há traduções portuguesas que doem tanto, mas tanto... não compreendo, aposto que há formados maravilhosos, gente super competente, como é que estas coisas insistem em acontecer?
Sim, os livros que comprei eram antiquíssimos, amarelos de estante/fundo de armazém mesmo. Suponho que com Jorge Amado não consigam traduzir :/ a D. Quixote também publica algum Jorge Amado, foi lá que comprei o Farda Fardão e o Tereza Batista! Convenci uma amiga a comprar o Tieta, também. Infelizmente, a maior parte dos livros do Jorge Amado estão é esgotados por cá :/
Muito obrigada, boas leituras :D
Também ainda não foi este ano que fui mas depois de ler o teu post fiquei ainda com mais vontade.
ResponderEliminarAinda não li Jorge Amado (ou pelo menos não me lembro) mas, um dia, quero ler ;)
Beijinhos e boas leituras
Tita, o espaço é lindíssimo! Para o ano tenta não perder :) bem como Jorge Amado - acredito que te lembrarias se tivesses lido :D
EliminarBeijinhos, boas leituras!
Olá!,
ResponderEliminarNão conseguir ir à Feira, mas por um lado ainda bem. Assim não gastei dinheiro ;)
Mas gostei do teu post. Senti-me lá :)
E sabe sempre bem ter livros novos :)
beijinhos e boas leituras
Adorava dizer que é fácil não gastar dinheiro nesta feira, dado os preços não serem os mais simpáticos, mas depois há achados destes!
EliminarQuiçá para o ano tenhas oportunidade de ir, o espaço é lindíssimo e vale a pena por isso :) beijinhos!
Lugar tão lindo !! :D Tenho de ir conhecer <3
ResponderEliminarÉ verdade, Vanessa :)
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