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Two for One

Todas as minhas reviews estão horrendamente atrasadas porque é Dezembro e só quero estar na cama e embrulhar prendas de natal e ver os filmes do Harry Potter com o meu amor e fazer aulas de bunda.


Portanto, aqui vão dois em um (e só não são três porque, como verão no post seguinte, quando quer que apareça, esse livro precisa do seu próprio espaço, ou pelo menos de o partilhar com outras leituras).

Freakonomics, de Stephen J Dubner e Steven Levitt
Há muito, muito tempo que tinha curiosidade acerca deste livro. Comprei-o no Aeroporto de Gatwick e foi um negócio simpático, embora tenha dormido na viagem ao contrário da maioria das pessoas que compram livros em aeroportos.

Economia é uma ciência maravilhosa, e a que mais me fascina dentro das ciências sociais porque se baseia tanto em números – e, ao mesmo tempo, é possível fazer um curso inteiro sem pegar em matemática (se bem que no meu mestrado demos derivadas). Tudo é política, tudo é instituições, tudo é economia; e se economia tem como base incentivos, este livro pega em várias perguntas, muitas das quais aparentemente bizarras, e responde às mesmas com apoio em estatísticas e registos financeiros de traficantes de droga.

Morality, it could be argued, represents the way that people would like the world to work, wheareas economics represents how it actually does work.

Há corrupção entre lutadores de sumo? Chamar Shanequa a uma filha em vez de Mary Kate porque há pressão para “acting black” irá estragar o seu futuro? Alguém duvidava que cheques-prenda são a pior prenda de sempre, excepto para as lojas?

(Não, Mary Kate não era um exemplo, eu é que gosto das Olsen)

É um livro interessante porque pega e explora questões mundanas, que não parecem imediatamente ligadas a economia ou mesmo talvez a qualquer ciência. 

Se isto vos parece interessante ou minimamente curioso, ou se são pró-vida e se querem chatear, leiam o livro; se querem economia pura e dura, passem à frente.

4/5 quero ler a sequela!

Podem comprar esta edição aqui, ou em português aqui.


Le jeu de l’amour et du hasard, de Pierre de Marivaux
Peça do início do século XVIII. Não é a melhor peça que já li (essa talvez seja a The Importance of Being Earnest), mas é interessante o suficiente. Lê-se bem e rápido, também.

Silvia, uma jovem aristocrata com ideias muito restritas sobre casamento, descobre que o seu pai lhe arranjou um pretendente, Dorante. Silvia decide trocar de papel com a sua cabeleireira Lisette, de modo a conhecer melhor Dorante através do seu valet. O seu pai anui.

Ironicamente, Dorante havia tido a mesma ideia, tendo trocado de papel com o seu empregado. Apenas o pai e o irmão de Silvia sabiam; e, enquanto Silvia se apaixona por Dorante e desdenha aquele que se faz passar por ele, o mesmo se passa com o seu pretendente – e com os seus empregados.

Divertido, mas não transcendente, boa leitura para nós que voulons parler le français couramment.

3,5/5

Podem comprar esta edição aqui, ou em inglês aqui.

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