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Shakespeare & Company

O post muito pedido: aquela que é possivelmente a livraria mais conhecida de Paris.


In those days there was no money to buy books. Books you borrowed from the rental library of Shakespeare and Company, which was the library and bookstore of Sylvia Beach at 12 rue de l’Odéon.

A livraria que vemos hoje na 37 rue de la Bûcherie é, na verdade, Le Mistral, a livraria de George Whitman com outro nome, rebaptizada em 1964 em homenagem à livraria imortalizada em A Moveable Feast, o livro de não-ficção de Ernest Hemingway: a Shakespeare and Company, de Sylvia Beach, aberta em 1919 e fechada em 1941, durante a ocupação, para nunca mais reabrir.

a socialist utopia masquerading as a bookstore

 

É proibido tirar fotos lá dentro; têm de se deslocar a Paris, à livraria, se a quiserem ver, às suas estantes, vasculhá-la. Suponho que, com esta proibição, a livraria procure preservar-se, de certa forma - não só "obrigar" à peregrinação daqueles que a quiserem ver, mas também não se tornar naquilo que a Livraria Lello se parece ter tornado: um sítio bonito, e não uma livraria.

Os livros, esses, são absurdamente caros. Esta é uma livraria exclusivamente em língua inglesa, e os livros em inglês nesta cidade são caros que dói, aliás - uma rápida comparação com o Book Depository ou mesmo com a FNAC portuguesa levam-nos a perceber que, no que toca a pechincha, não vale a pena; vale mais pelo recuerdo, pela memória. Trouxe, ainda assim, um livro - exactamente pelo factor memória.

Há uma parede inteiramente dedicada à Beat Generation, que, até hoje, ainda não me conquistou; e uma dedicada à Generation Perdue, a Lost Generation assim baptizada por Gertrude Stein,

That is what you are. That's what you all are ... all of you young people who served in the war. You are a lost generation.

 

E que hoje denomina os expatriados como Fitzgerald e Hemingway, que nos seus livros retrataram a perda do sonho americano. Um dos meus movimentos literários favoritos - trouxe Save me the Waltz, o livro da autoria de Zelda (Sayre) Fitzgerald, a esposa de F Scott, que inspirou livros como Tender is the Night, a primeira flapper, livro que quero há anos. Ao pagar, pode-se pedir que o livro seja carimbado, para "marcar" a compra feita na loja. Percebo que não seja para toda a gente - há quem seja muito meticuloso com os seus livros, e eu sou-o um pouco -, mas acho um símbolo bonito para ficar na memória.

Veio também o saco, de recordação.

Comentários

  1. Os preços são altos sem dúvida mas é uma excelente livraria, gosto muito de ir lá :p posso não comprar nada mas saio de lá sempre com uma vontade ainda maior de ler
    Boas fotos e bom post :p

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    1. Tão leitor :p é verdade, dá vontade de ler muito, mas os preços dão vontade de não comprar nada :$

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    2. Tenho de voltar a ler Shakespeare este ano :p

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  2. Amava visitar, amo espaços cheios de livros e história! Beijinhos*

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    1. Espero que consigas visitar um dia, é sem dúvida uma paragem obrigatória em Paris, mesmo para quem não adora ler! :) beijinhos!

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  3. Realmente foi paragem obrigatória quando fui a Paris mas estava tanta confusão (e o espaço é tão pequeno) e os preços são tão elevados que acabei por sair sem comprar nada. Hoje em dia arrependo-me um bocadinho :)

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    1. É verdade, a confusão não é muito apelativa - e os preços ainda menos! Em 2015 não comprei nada quando lá fui, desta vez cedi pela memória (e porque até à data não tinha comprado ainda muitos livros!) :)

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