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The Master and Margarita: A Graphic Novel

Quando comprei esta biografia gráfica de Van Gogh, descobri a editora SelfMadeHero.






Além de outras biografias gráficas - de pintores e não só! -, é uma editora com várias adaptações de livros clássicos, uma editora cujo catálogo me parece fascinante. Ao explorar, fiquei logo com metade (ou mais) em wishlist.

Li The Master and Margarita, de Mikhail Bulgakov, faz agora dez anos. É um dos meus livros favoritos; mal terminei a leitura, recomecei o livro e li uma segunda vez. Vi três vezes a mini-série russa de 2005 (e foi com pesar que, recentemente, constatei que esta já não consta do YouTube com legendas de qualidade em várias línguas). É uma história maravilhosa, e é sem dúvida a obra prima de Bulgakov (li outros três livros dele entretanto, e infelizmente não se comparam).

Manuscripts do not burn.

A ideia de uma novela gráfica adaptando esta obra entusiasmou-me particularmente porque a narrativa tem imagens belíssimas, de uma enorme riqueza. Assim, tendo-me sido oferecida esta novela gráfica este ano, sabia que não aguentaria muito tempo sem a ler.

 

Regressar a Moscovo de Master and Margarita será sempre, para mim, uma viagem emocional enorme. O livro (original) é uma obra prima de realismo mágico, com a aprição do Diabo em Moscovo, juntamente com um variado e memorável grupo de demónios que cria caos, manipulando os cidadãos - tal como os abusos da União Soviética Estalinista. Por outro lado, temos Margarita e o seu amor pelo Mestre, internado numa instituição psiquiátrica face à destruição dos seus sonhos, e Pôncio Pilate e o julgamento de Yeshua Ha-Notzri (ou Jesus Cristo), que conseguem interligar todos os personagens desta obra.

Esta adaptação, de Klimowski e Schejbal, é obviamente uma versão abreviada do livro de mais de 400 páginas, começando num ponto díspare do original: se este começa com Woland a abordar alguns ilustres membros da Sociedade de Letras, a adaptação mostra-nos logo Margarita e o Mestre, no momento em que se conheceram. Os artistas optaram por ilustrar o presente - sombrio, frio, desesperado e pobre . a preto e branco, e as cenas mais "alucinadas" de Woland (o Diabo) e o passado, entre Pôncio Pilate e Yeshua, a cores; creio que isto ajudou a captar o mood do original, embora faltem imensas partes nesta adaptação (novamente, como esperado).


Peca pela inevitável comparação com a obra que adapta, riquíssima nas imagens e no potencial adaptativo; pela falta de destaque para os demónios acompanhantes de Woland (Behemoth! Koroviev!), por não transmitir talvez tão bem o calor opressivo, asfixiante e angustiante que se vivia no livro...

4/5

Podem comprar na wook ou na Bertrand. Actualmente, não se encontra disponível em português.



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