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2024 | Outubro & Novembro

Avisei no último post que Outubro seria mais movimentado. Acabei por juntar aqui o mês de Novembro por motivos (dia 22 de Novembro achei que já não fazia sentido separar as publicações). Vejamos.



Comprados & Recebidos

Em Outubro houve, entre outras entradas na estante, algumas derivadas de viagens a Bruxelas, compras em espanhol e Amadora BD.

Da La Kube, Petit Pays de Gaël Faye, um Goncourt des Lycéens que nunca cá chegou. As outras entradas francófonas de Outubro, directamente de Bruxelas, foram Les grands cerfs, de Claudie Hunzinger, Ce que j'appelle oublie, de Laurent Mauvignier e a adaptação de Frank Pé do clássico Little Nemo.

Em espanhol, Cuentos Reunidos de Amparo D'Ávila (autora da qual não ouvi falar via tik tok, mas via La cresta de ilión de Cristina Rivera Garza, livro cuja opinião adoraria ter aqui até ao fim do ano mas não prometo nada), En la boca del lobo de Elvira Lindo (outra autora que apesar de ter vivido anos em Lisboa, nunca agraciámos com traduções) e La educación fisica, de Rosario Villajos. Para quem quiser comprar em espanhol e não apoiar certos e determinados sites, a livraria independente extremeña La Puerta de Tannhäuser envia para cá com muito cuidado (e portes grátis acima dos 50 EUR).

Amadora BD foi mais intenso que no ano passado em livros trazidos, entre Arte de Autor e A Seita: Lobo, de Jean-Marc Rochette, A Universidade das Cabras, de Christian Lax, Vincent e Van Gogh, de Gradimir Smudja, O Vento nos Salgueiros, adaptação de Michel Plessix, Emma G Wildford, de Zidrou e Édith, Dracula, adaptação de Georges Bess, O Inferno de Dante, adaptação dos irmãos Brizzi, e Naturezas Mortas, de Zidrou e Oriol.


De outras chegadas de Outubro, Rascal, de Sterling North, uma memória para um público infanto-juvenil sobre um guaxinim, e Caderno de Memórias Coloniais, de Isabela Figueiredo. Da Porto Editora, veio Criaturas Impossíveis, de Katherine Rundell.

Em Novembro, as lides continuaram intensas. Fui a Nantes, sétima maior cidade de França, à qual nunca tinha ido, que tem uma vida cultural intensa e imensas livrarias independentes a conhecer: as históricas Coiffard e L Durance, a Les Biens Aimées que tem um óptimo café, a Mystérieuse Librairie Nantaise que se dedica a banda desenhada e novelas gráficas, a La Vie Devant Soi perto do Musée des Arts e a livraria de usados ecológica L'Air Libre. Comprei livros em todas, e na última até me ofereceram um livro à minha escolha, de uma selecção, na compra de outro.

Assim, comprei o primeiro volume de Mémoires de la forêt, de Mickaël Brun-Arnaud, o primeiro de uma série juvenil que me apela muito, La femme qui fuit, de Anaïs Barbeau-Lavalet, onde a autora reconstrói a vida da sua avó (este usado, por 2€, mas em estado absolutamente novo), com o qual veio, de oferta, The Ice Age de Margaret Drabble, En attendant Bojangles de Olivier Bourdeaut (autor local), Son odeur après la pluie de Cédric Sapin-Defour, porque cães, Alyte, de Jérémie Moreau (novela gráfica), Rien ne t'appartient de Nathacha Appanah e Faire l'amour de Jean-Philippe Toussaint, dois autores de quem leio maravilhas. Comprei uma tote bag na Durance porque já não conseguia com os livros todos que comprei nesse dia. Estamos todos ainda surpreendidos como tudo isto coube na minha mala de viagem sem problemas (mala de cabine apenas, pela Easyjet).


Outras chegadas de Novembro incluem o La Kube do mês, Porca Miseria de Tonino Benacquisto, Branco em Redor, de Lupano (cujo Un océan d'amour ficou em wishlist por ocasião da viagem), A Rapariga de Neve, de Sophie Anderson, oferta da Minotauro, O Canto do Melro, de Raquel Varela, da Bertrand, e a última remessa da mais recente colecção Novela Gráfica da Levoir.


Lidos

Em Outubro, um mês que correu um bocadinho melhor, li Gone Girl, de Gillian Flynn (gostei mais de Sharp Objects, cuja adaptação a televisão está brilhante, e cuja opinião ainda não publiquei aqui), El Descontento de Beatriz Serrano (brilhante), La hija única de Guadalupe Nettel (que raio foi aquele fim?), Espera, Miyuki, de Roxane Marie Galliez e ilustrado por Seng Soun Ratanavanh, e The Wild Robot, de Peter Brown, em preparação para o filme (tem bastantes diferenças, mas vão ver!). Comecei a adaptação de Georges Bess de Dracula, que terminei dia 1 de Novembro, e conta para o meu desafio que estou só a fazer mais ou menos, e comecei The Wall, de Marlen Haushofer, que comprei em inglês antes de saber que ia ser editado cá, que terminei apenas em Novembro e adorei, de um modo muito desconfortável (como aconteceu com Moi qui n'ai pas connu les hommes).

Novembro: além de ter terminado The Wall (maravilhoso, repito, leiam todos), estreei-me (se excluirmos Mr Salary) com Sally Rooney, com Conversations with Friends, e percebo perfeitamente por que é que parece suscitar sentimentos ambíguos a toda a gente. Li O Vento nos Salgueiros, de Michel Plessix (maravilhoso, nostálgico, recomendo) e comecei A Rapariga de Neve, de Sophie Anderson. Acho que não cumpri o desafio que só estou a fazer mais ou menos - a ideia era ler um livro de um autor que nunca tivesse lido, e já tinha lido o conto de Sally Rooney, já li o original de O Vento nos Salgueiros em 2009, e os outros livros lidos durante o mês foram parcialmente lidos em Outubro ou Dezembro. Oh well.


Outros

Adorava ter algo de jeito a acrescentar. Gostava de ter ido ao evento de stock off da Indie, em Cascais, mas não consegui. O Amadora BD foi giro, gostava de ter assistido a mais conversas e espero fazê-lo para o ano. Gostava que a AML tivesse a vida cultural e oferta que Nantes tem. 

Convido os poucos leitores deste blog a juntarem-se ao Clube de Leitura Ibero-América em Livros, em que se falará de Caruncho, de Layla Martinez, na Biblioteca de Belém, dia 21 de Dezembro pelas 16h.



Comentários

  1. Também gostei muito de “O desencanto” de Beatriz Serrano

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    1. Toca em muitas questões que julgo não se dar a importância necessária hoje em dia. Infelizmente o trabalho ocupa muitas horas a toda a gente, e é uma fonte muito grande de ansiedade para muitos, mas a maioria das pessoas diria que Marisa não tinha nada de que se queixar...

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  2. Tens lido muitos livros de que gostava de ler as resenhas. Já tenho "A Parede" cá e adorava ler La Femme qui Fuit, mas a versão inglesa está mais do que esgotada; parece que vou ter de me contentar com a espanhola :/
    Portanto, não te bastavam as livrarias portuguesas, tiveste de ir fazer estragos para fora...;-)
    Paula

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    1. Conta-me quais, queria mesmo sentar-me a trabalhar no blog e tenho mais de um ano de reviews em atraso :( assim posso tentar orientar melhor o que escrever e ganhar algum alento porque sei que serão lidas e apreciadas!
      Em inglês é Suzanne, certo? Também não encontrei em lado nenhum...
      E sim :) pior: encomendei de Espanha e tudo, sem lá meter os pés desde Agosto!

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  3. Exacto, "Suzanne". Quando era agarrada ao Awesomebooks, procurava-o sempre.
    Desisti da "Cresta", estava a ser tão surreal! Quero ver o que achaste da Sally, de quem sou fã (não tanto do último, mas enfim...)e da Filha Única, de que gostei muito.

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    1. Gostei do Cresta, gostei do absurdo :) mas percebo que é um bocadinho surreal demais. Posso adiantar que não amei o Conversations with Friends, mas parto já em Janeiro para o Normal People!
      D'A Filha Única gostei muito. Não amei o fim mas gostei dos vários pontos de vista apresentados, especialmente com a temática difícil.

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