Aquele guilty pleasure maravilhoso de ler o último lançamento de uma série favorita de infância.
Confesso que este livro me estava debaixo de olho desde que saiu, ainda no início do ano. O motivo é simples: mais do que por ser da colecção Uma Aventura, que acompanhei até talvez o nº40, por se passar naquele que é o meu museu favorito de Lisboa: o Museu Nacional de Arte Antiga. Fui resistindo ao livro, no entanto - até que, como já sabem, se deu a Festa do Livro de Belém.
Decidi aliar a leitura deste livro a uma nova visita ao MNAA, tendo-se tornado, assim, no museu que mais vezes visitei (antes estava empatado com o Louvre e com o d'Orsay, aos quais fui três vezes). Aproveitei, assim, para rever algumas das peças que são mencionadas nesta obra. Lembro-me da primeira vez que visitei este museu, com 13 anos, na companhia da escola, e de aqui reconhecer a Custódia de Belém que, tal como as autoras referem no postfácio do livro, figura numa das aventuras anteriores, que eu lera em criança; acho, aliás, maravilhoso como tantos dos livros se passam em sítios de interesse histórico ou cultural. Já falei aqui sobre isso: foi com Uma Aventura que soube que em tempos um homem atirava pessoas do Aqueduto de Águas Livres, e quando visitei o Palácio da Pena com a escola, aos 7 anos, já sabia do Adamastor.
Mas adiante. Em termos de ilustrações (de Arlindo Fagundes, como sempre) e, de certa forma, sinopse, deixo aqui este vídeo da própria Editorial Caminho:
Há uma colega nova na escola, Flora, que quer imediatamente tornar-se amiga do grupo - a princípio, as gémeas desconfiam dela por parecer sempre demasiado feliz, mas rapidamente se aproximam todos e decidem participar num concurso de teatro. Flora diz ter a peça ideal, escrita por um seu familiar, Balduíno (mas extremamente reminiscente de Washington Irving), com um cavaleiro sem cabeça, que tem um único problema: estar envolta numa misteriosa maldição.
As coisas rapidamente mudam de rumo quando o grupo vai a casa de Flora ensaiar: não só vêem um quadro e uns brincos de ouro a derreter, como conhecem o estranho tio de Flora, Emanuel, coleccionador de arte e inventor - e que Pedro apanha a falar com criminosos sobre um "acto terrorista" no "Palácio das Janelas Verdes". Ele conta ao resto do grupo, e decidem confrontar Flora ao descobrir que o dito Palácio tem peças de arte importantíssimas; num outro livro, talvez não corresse desta maneira, mas Flora alia-se aos seus novos amigos.
Muitíssimo curioso: a forma como a tecnologia encontrou o seu espaço nesta obra. Agora, as personagens falam em trocar SMS entre si, invadem e-mails... eu tinha deixado de ler estes livros há mais de 15 anos!
Quais serão os planos do tio Emanuel? Como correrá a actuação na peça amaldiçoada? Só adianto que quem vai salvar o dia é o grupo composto por Pedro, Chico, João, Teresa e Luísa, ajudados por Flora.
E um conselho ao MNAA: já que alguns dos livros da colecção estão traduzidos para inglês, arranjem para que este seja traduzido também! Com o número de estrangeiros e filhos a visitar, seria uma excelente aposta!
Nunca li os livros de Uma Aventura, apesar de ainda ser miúda quando saíram os primeiros e adorar livros de mistério, por isso, não sei como é que isso aconteceu.
ResponderEliminarE só fui ao Museu de Arte Antiga uma vez, há muito tempo, para ver um dos meus pintores preferidos, Bosch.
Paula
Paula, talvez sejam uma boa aposta para o mais pequeno :) dá para aprender muito com os vários livros, sobre cultura em geral! Eu li os livros várias vezes e com muito gosto até os meus talvez 10 anos; hoje em dia claro que é preciso um maior "suspension of disbelief" porque há muitaaaa coisa absurda ou pouco plausível, mas são livros infantis, ora :)
EliminarAs Tentações de Santo Antão :) é o museu a que fui mais vezes (quatro, a contar com esta) e o meu favorito de Lisboa. Dá para visitar gratuitamente todos os Domingos até às 14h, sendo residente de Portugal!
Tenho-o deixado à vontade nas escolhas literárias dele e nunca pende nem para os mistérios nem para a fantasia. Talvez um dia se vire para aí... Agora, está viciado em Zits, Baby Blues e Calvin & Hobbes.
EliminarExato, esse quadro, para compensar ter calcorreado o Prado todo, a gramar com o Velasquez e outros que tais, para chegar ao sítio onde estaria o Bosch, e ele ter sido emprestado ou ido para restauro ou assim. Lei de Murphy devia ser o meu "middle name"...;-)
Paula
Fazes muito bem :) Calvin & Hobbes é maravilhoso!
EliminarQue azar - aconteceu-me o mesmo no d'Orsay com o Whistler's Mother. Nunca vi o quadro. E fui lá três vezes!!
(Mas vi o do Bosch no Prado, em Janeiro do ano passado :) )
Feia! Feia! Que inveja... A ver se os putos crescem para lá voltar.
ResponderEliminarNão conhecia Whistler e apareceu-me logo o Peacock Room no Google. Fiquei deslumbrada, tenho de ver mais.
Paula
Não quero causar sentimentos negativos! :(
EliminarJá eu desconhecia o Peacock Room totalmente - obrigada pela partilha! O Whistler's Mother não é nada de especial ao lado disso...
Fartei-me de comprar/trocar livros desses para as minhas sobrinhas, frequentemente associando a viagens que fomos fazendo.
ResponderEliminarEspero que as sobrinhas gostem! São livros com uma componente cultural forte, logo parece-me muito bem a associação a viagens :)
EliminarO MNAA é o teu museu favorito de Lisboa, e fora de Lisboa qual é? O d'Orsay não é? :p
ResponderEliminarNunca li nenhum dos livros da série mas o facto das histórias se passarem em sítios de interesse histórico ou cultural como dizes é um conceito que sempre apreciei e os exemplos que deste são clássicos
O vídeo está fixe até!
E subscrevo o teu conselho ao MNAA em relação ao livro traduzido sem dúvida
Post bem interessante, gosto da conjugação livro/realidade, de se poder ir aos sítios que foram alvo de literatura, dá um toque especial ao livro e ao sítio
É o d'Orsay sim :p
EliminarEu como sabes li vários livros da série, várias vezes! Gosto muito da vertente cultural/histórica, aprendi muito com os livros e acho que têm muito para ensinar ou despertar interesse nesse sentido :p tipo dar vontade de visitar palácios, museus, etc!
É verdade - ler Victor Hugo ou Gaston Leroux e ir a Paris, ler este livro e ir ao MNAA :p
Sem dúvida :p
Eliminar