Falemos de livros populares que toda a gente adora.
(a foto deste livro foi tirada ainda no tablet porque li meia dúzia de páginas no tablet antes de comprar o kobo)
Vejo este livro como sendo querido de muita gente. Tendo sabido de uma leitura conjunta do mesmo, e face à curiosidade que eu já tinha (e que mencionei aquando da minha review do Evelyn Hugo), decidi juntar-me. Ia com expectativas muito elevadas, mas não funcionou, de todo, para mim. Atenção: esta review terá alguns spoilers.
Taylor Jenkins Reid criou uma banda fictícia, chamada The Six, e uma cantora igualmente fictícia, chamada Daisy Jones, que terão colaborado algures na década de 1970 (tipo Nico & The Velvet Underground, vá). Este livro é uma espécie de entrevista a todos os membros da banda, individualmente, decalcando e fazendo uma "colagem" dos seus testemunhos de modo a narrar a sua breve história.
I had absolutely no interest in being somebody else's muse.
I am not a muse.
I am the somebody.
End of fucking story.
(Daisy Jones a ser imensamente pretensiosa)
Daisy Jones é uma rapariga bonita e rica cujos pais a ignoravam, como tantas outras, e que conheceu as pessoas certas, não sendo desprovida de talento. Manic Pixie Dream Girl, talvez? Nunca tive paciência para essas. Já The Six começou com os irmãos Billy e Graham Dunne na sua garagem, que foram recrutando outros membros e, passado algum tempo, "cresceram" demais para a garagem e começaram a fazer uma tour pelo país. Billy, guitarrista e vocalista, arranja uma namorada, casa-se com ela (meio shotgun wedding) e entra numa espécie de espiral decadente cliché sex-drugs-rock&roll. Rehab. Banda pára para que Billy recupere. Tensões de banda (ainda para mais sendo seis).
A dado momento, alguém acha que Daisy Jones poderia colaborar com The Six e todos poderiam ganhar com isso. Billy antipatiza imediatamente com ela, por ela ser miúda aleatória constantemente drogada com ego gigante e isso poder ser conflituante com o seu passado (rehab!) e com o facto de ele insistir em ser líder da banda. No entanto, em termos de negócio, funcionava, e Billy e Daisy vão tendo atritos e o previsível acontece. Excepto que Billy é casado. Entretanto, outras pessoas da banda envolvem-se umas com as outras, chateiam-se com o facto de Billy se assumir como líder, etc. Tudo isto faz com que, não obstante o grande sucesso da banda, esta não se mantenha no activo durante muito tempo.
Há depois um breve resumo sobre a vida actual das várias pessoas (que ainda estão vivas); têm, na sua maioria, vidas incrivelmente banais.
Ora.
Haverá aqui várias camadas a dissecar sobre o pouco que retirei do livro. Por um lado, o This is Spinal Tap é um filme que adoro (tenho a banda sonora em CD!!!!) e pode ter arruinado qualquer apreciação que eu possa ter por outros "documentários de bandas fictícios". A narrativa é como se fosse uma transcrição de um documentário: os antigos membros da banda, managers, amigos, familiares, etc, vão falando sobre os vários eventos e é feita uma montagem dos relatos. Isto até poderia ser giro, mas... Passei a leitura à espera que alguma coisa acontecesse, ou alguma coisa fosse interessante. O que é que interessam aqueles conflitos todos? Não consegui ficar particularmente investida no livro. O lifestyle deles não me interessou, os personagens serem idiotas não me interessou.
Por outro lado, TJR voltou a fazer aquela coisa em que, de repente, descobrimos uma ligação entre os entrevistados e quem está a fazer a entrevista. E, desta vez, foi especialmente abrupto e não achei que funcionasse, tendo parecido mesmo muito previsível face à leitura anterior. O final muito "How I Met Your Mother" também me fez revirar os olhos... e eu tinha continuado a ler o livro, primeiro por não estar a ser custoso, mas também porque até parecia que ia bem encaminhado.
Em resumo: foi apenas muito aborrecido, com partes algo repetitivas e previsíveis. É pena.
A autora lançou recentemente um livro novo, mas não terei paciência para o ler; entretanto, Daisy Jones & The Six está a ser adaptado a série, e talvez funcione melhor num formato audiovisual (consta que o audiobook está bom).
2/5
Podem comprar edição física na wook ou na Bertrand; não se encontra traduzido.
As tuas duas últimas leituras foram dois DNFs meus. A sister serial killer foi logo no início por causa dos clichés: a irmã mais velha responsável e menos bonita e a irmã mais nova linda e mimada. Não!
ResponderEliminarCom a Daisy, fui mais longe, mas acabei por me fartar daquelas vidinhas. Não tenho paciência para estrelas e prefiro os originais, os Fleetwood Mac e a magnetizante Stevie Nicks.
Sei que já praticamente adoptámos o "eventually" inglês, mas "eventualmente" em PT significa "talvez" e não "por fim".
Bom fim de semana!
Paula
Não trabalhar em português há cinco anos e meio tem disto, infelizmente...
EliminarO outro, apesar dos clichés, gostei! Não é 5* mas acho que toca em temas que ultrapassam um pouco isso... Também se lê super rápido, e ajudou.
Já estes, sim, vidas insossas e aborrecidas...
Alterado - estava cheia de vergonha, e possivelmente deveria deixar de escrever posts à pressa ao fim de uma semana exaustiva a falar francês e inglês!
EliminarComeças a escrever posts só em francês e/ou inglês!;-)
EliminarNão tens por que ficar com vergonha, e se quiseres, apaga o meu comentário (e este), que eu volto a refazê-lo só com o "comentário literário". É defeito profissional meu, de estar a pôr sempre tudo para português, não ligues!
Não, ora! Preciso é de começar a não ser desleixada :) e agradeço!
EliminarGosto da forma como escreves e expões as tuas opiniões tendo gostado desta publicação também
ResponderEliminarNo que toca ao livro em si não me interessa de todo, todo o tema e narrativa em si não me apela
Mesmo o This is Spinal Tap para mim é sobrestimado mas são gostos
COMO ASSIM isso do this is spinal tap????
EliminarAhah simplesmente não achei assim tão bom
EliminarPena saber que foi uma desilusão. Estava com algumas expectativas, porque a sinopse fez-me lembrar o 'Almost Famous'.
ResponderEliminarVi-o muito bem falado em muitos sítios, e acho que tem algumas personagens com potencial de serem interessantes, e aborda temas como o amor, bla bla bla, maaaaas... achei insosso. Muito livrinho sem sal :) não aconteceu nada de especial durante o livro, e o modelo "a muitas vozes" ficou muito "flat" tendo em conta que não acontece nada de jeito...
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