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Amadora BD 2019

Foi o terceiro ano que fui a este evento.


Pode-se dizer que sou nova, muito, nestas andanças.

A primeira vez que fui ao Amadora BD, foi no ano 2000. Fui seleccionada para uma visita de estudo organizada pela biblioteca da escola que frequentava à data, enquanto usuária assídua da biblioteca. Não me lembro imenso do evento, mas lembro-me de ter ido. Foi um marco engraçado, porque alguma da minha frequência da biblioteca se prendia com ler Milo Manara à socapa com outros colegas; e porque muita da minha leitura de infância fora, precisamente, banda desenhada, com grande ênfase na Hiper Disney e uma menção honrosa enorme para a Turma da Mónica.

 

Regressei no ano passado e, fora a área para aquisição de material de leitura, não me fascinou, de todo, o evento. Gostei de conhecer mais editoras, e mais do que se faz em Portugal em termos de banda desenhada e arte sequencial - e acabei por ir mais do que uma vez, precisamente para fazer compras.

Este ano, o festival prometia estar renovado, com uma duração de duas semanas em vez das habituais três, ênfase nas exposições e algumas retrospectivas. Este ano, por limitações logísticas e de calendário pessoais (que se estão a repercutir e muito na dinâmica de publicações deste blog), acabei por ir uma só vez ao Amadora BD, mas fiquei lá uma manhã inteira. Fui sem planos de compras prévios, e, tendo ido de manhã, não tive oportunidade de conhecer nenhum autor.

 

Mas, adiante - este ano, ao contrário do ano passado, ia com bastante curiosidade quanto às exposições. O meu primeiro entusiasmo era o "30 anos, 30 cartazes", mas não sei se foi falha minha - não vi lá 30 cartazes, parecia haver um lapso grande de anos em falta. Nomeadamente, tinha curiosidade quanto ao cartaz do ano 2000... que não vi. Quem me conhece minimamente, sabe que eu estava numa efusão discreta quanto aos "80 Anos do Batman", e não desiludiu minimamente. Mais que isso, só me deu uma enorme vontade de rever os filmes do Michael Keaton, de finalmente me sentar com a colecção da Levoir deste ano, e ainda mais confusão sobre qual ou quais os livros da Levoir/DC lançados recentemente a adquirir.

 

"Stan Lee - O Mito e as Criações" foi também fascinante - faz-me querer conhecer muito mais da Marvel do que aquilo que, de facto, conheço. "Dampyr encontra Fernando Pessoa" tinha um ambiente místico e uma excelente caracterização. As pranchas mostravam a inconfundível Quinta da Regaleira (passeio a repetir em breve), e fiquei com uma enorme, enorme vontade de ter o mais recente lançamento da Colecção Aleph. Pelo que pesquisei, Aleister Crowley conheceu mesmo Fernando Pessoa, e encenou, com o seu apoio, a sua própria morte, em Cascais. Curiosa e fascinada.

 

Duas exposições que me chamaram muitíssimo a atenção para lançamentos super recentes: "A Assembleia das Mulheres: Utupia, Comunismo Sexual e a Sátira Política na Atenas Clássica" e "Andromeda ou o longo caminho para casa", ambos d'A Seita/Comic Heart. O primeiro é uma adaptação de uma peça de Aristófanes (não a Lysistrata, que já li, mas parece ter temática semelhante), de Zé Nuno Fraga; o segundo, uma obra de Zé Burnay, que teve agora direito a edição Deluxe.

 

Teria tido muito, mas muito gosto em ter ido a algumas conversas e sessões de autógrafos (como consegui ir no Festival de BD de Beja, este ano - tendo-me despertado muita curiosidade para obras que desconhecia, como Harrow County), mas não me foi possível. Também não encontrei algumas das pessoas com quem me costumo cruzar nestes eventos. Espero, para o ano, conseguir retirar ainda mais do Amadora BD. Outro ponto negativo - muito possivelmente devido ao facto de me ter deslocado durante o período da manhã - inclui o número de bancas fechadas.

 

Quanto a compras: ironicamente, e passados todos estes anos, veio para casa (embora não aquisição minha) Milo Manara. Destaco, hoje, como destaquei no ano passado, a simpatia da Vanda, da Arte de Autor, com quem tive novamente oportunidade de conversar um pouco. Retirei "Azul É uma Cor Quente" da wishlist, porque o comprei após demasiado tempo de ponderação. As duas compras não planeadas foram "Pétalas", de Gustavo Borges, e a "Tale of Sand" do Jim Henson, porque é do Jim Henson e obviamente eu ia comprar quando a localizei na banca da Kingpin Books.

 

Potencialmente a melhorar: se os autores só estão presentes durante dois dias, talvez ter dois períodos de autógrafos, um pela manhã e o outro, tradicional, pela tarde. Também poderia ser muito interessante ter mais conversas, como em Beja, onde os dias são completamente preenchidos.

Até para o ano, Amadora.

Comentários

  1. Sabes que noutra vida já traduzi Manara? Deveras interessante! ;-) Infelizmente, destreinei o meu italiano por falta de uso. E Mordillo e Garfield também. Bons velhos tempos!
    Paula

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    Respostas
    1. Que giro! Eu só o lia à socapa... e não me lembro de nada, sem ser do teor das ilustrações :)

      O Garfield tenho aquela edição gigantesca para ler, em casa. Só o conheço dos desenhos animados, e estou ansiosa.

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