Algo que, em tempos, fiz muito por aqui, foi posts sobre livrarias visitadas em viagem - ao ponto de ter uma página/destaque assim dedicada a roteiros literários.
Com o covid e outras responsabilidades familiares, as viagens ficaram um pouco paradas, mas este ano tive a oportunidade de visitar algumas cidades e vilas espanholas, destacando aqui aquelas nas quais comprei livros: Sevilha, Huelva, Cáceres e Salamanca.
Sevilha e Salamanca não são, aliás, novidades aqui pelo blog, sendo cidades que eu já tinha visitado no passado; e muitas das livrarias destas cidades se repetiram, na verdade. Desta vez, em Sevilha, houve tempo apenas para a pequena Casa del Libro da Calle Sierpes e para a Librería Verbo, na mesma rua (a Rayuela Infancia, infelizmente, estava já fechada por motivos de horário de verão); em Salamanca, além das já visitadas Librería Nueva Plaza Universitaria, Letras Corsarias e Librería Victor Jara, conheci também a histórica Santos Ochoa (e ficou a faltar a La Latina, por motivos de siesta).
Em Cáceres, por motivos de siesta e visitas guiadas com hora marcada, conheci apenas a La Puerta de Tannhäuser (sendo que existe também uma em Plasencia, cidade a visitar em oportunidade futura); em Huelva, quis conhecer a Pop Art Comics, livraria dedicada à nona arte, e a Librería Dorian. Nenhuma destas três desiludiu - adorei em particular o atendimento super personalizado e cuidado na Pop Art Comics, em que o proprietário, na ausência do livro pelo qual perguntei, me sugeriu vários outros de forma incansável -, mas todas estas livrarias - e as anteriores - são, para mim, exemplares.
Não se surpreenderão, talvez, ao descobrir que deram entrada 14 livros cá em casa, sem lugar nas estantes para os acolher, 9 dos quais aquisição minha, quase todos wishlist planeada. Cá por casa faz-se, ultimamente, por ler mais em espanhol, e todos estes livros são de língua original espanhola. A variedade que se encontra nas livrarias independentes espanholas é riquíssima, e senti um deslumbramento que infelizmente não sinto há muito em nenhuma livraria nacional. Há muita literatura hispano-hablante, muita literatura traduzida, muitos clássicos ilustrados (uma tendência que me maravilhou), muitas novelas gráficas em qualquer livraria, e muita gente sempre a frequentar estes espaços, a perguntar por títulos, a comprar livros.
Nem vou tentar enumerar os livros cuja existência desconhecia, e que entraram directamente para wishlist, porque infelizmente não dá para trazer tudo.
Deixo-vos a lista dos livros comprados, da pilha fotografada acima, e fotos das várias livrarias visitadas.
Platero y yo, Juan Ramón Jiménez
Marianela, Benito Pérez Galdós
Memorias de Idhún - La Resistencia I, Busqueda, Laura Gallego
Nela, Rayco Pulido & Benito Pérez Galdós
Baños Pleamar, Isaac Sánchez González
Paraíso inhabitado, Ana Maria Matute
La Saga de Atlas & Axis: Edición integral, Pau
Solo quería bailar, Greta García
Poeta Chileno, Alejandre Zambra
Campos de Castilla, Antonio Machado & David de las Heras
Entre visillos, Carmen Martín Gaite
La voz dormida, Dulce Chacón
El Camino, Miguel Delibes
El sentido de la vida, Juan María de Comerón
Por outro lado, a tua carteira e o teu espaço nas estantes agradecem-te não seres como eu e te deslumbrares em toda a capelinha nacional! :-) Uma fácil, é o que eu sou...
ResponderEliminarAinda bem que tiveste disponibilidade para voltar a Espanha. É verdade, ser mãe de peludos torna a logística da vida muito mais complicada. Aquela livraria logo no início é um palco? É giríssima!
Tantos livros aprovados! Tenho gostado muito de tudo o que li do Zambra e esse está na calha. E gostava de ler mais Miguel Delibes depois de ter lido "Os Santos Inocentes". O Platero é uma fofura e a "Voz Adormecida" foi um dos melhores para mim, este ano.
Paula
Olha que a carteira não adorou estas férias, mas depois do ano passado (em que a Mimi esteve muito doente e as duas semanas de férias foram mais como uma licença remunerada para cuidar dela), foram bem merecidas!
EliminarSim, fui a vários sítios e elas, de certo modo, foram atrás :) ficámos "sediados" em casas de família em Portugal e fomos passeando onde possível.
É a Librería Verbo em Sevilha, que é num antigo teatro :)
Lembro-me de ter visto a tua opinião do da Dulce Chacón e foi mesmo isso que o catapultou para o topo da wishlist. Quando o vi na última livraria visitada, em edição de bolso e tudo, não resisti :) o Miguel Delibes não é fácil de encontrar por cá, pois não? Sinto que os únicos adquiridos que se arranjariam cá facilmente são o do Zambra e o Platero...
(há uma estátua do Platero na Casa Colón em Huelva!)
E aquele comentário acima é, obviamente, meu - o pc tinha-me feito logout e não reparei...
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