Se Jessica Jones neste volume está sem limites, eu fiquei sem palavras.
Peguei neste livro sem conhecimento prévio sobre a personagem que dá o nome ao título: a série da Netflix ainda por ver (mas na minha lista de interesses), e sem nunca ter lido as séries Alias ou Pulsar. E prendeu-me, ao ponto de, agora, querer entrar a fundo no universo da personagem.
Sem Limites, um volume que junta Jessica Jones 1-6, é uma história em estilo noir que nos traz a história de uma mulher com um passado obscuro e um segredo. Acompanhamos a raiva, a miséria de Jessica Jones, outrora avenger, agora investigadora privada na Alias Private Investigations, em NYC, da qual é dona e única funcionária. Jessica acaba de sair da prisão e escondeu a sua filha do marido, Luke Cage; fá-lo por estar numa missão secreta, que não pode revelar ao marido. Durante metade do livro, não sabemos desta missão, e em toda a obra nunca descobrimos o que afastou Jessica e Luke.
Jessica está perto de atingir o fundo do poço: numa prisão de alta segurança, tendo acabado a relação com o marido... a sua liberdade inesperada leva-a ao seu negócio enquanto detective privada, e acompanha o caso de uma mulher cujo marido afirma vir de outra dimensão.
Toda a situação se agrava quando este caso a leva a descobrir um enorme segredo do universo Marvel, levando-a a arriscar tudo o que tem. Por outro lado, Jessica terá também de enfrentar uma mulher que procura vingança contra os super heróis e a SHIELD.
Luke Cage e Carol Danvers (Capitã Marvel) têm papéis principais nesta série, enquanto ex-marido e melhor amiga de Jessica. Ambas as relações são complicadas e complexas. Gosto do facto de a Capitã Marvel aparecer neste livro (recorda-me que ainda tenho de ir ver o filme), pela forma como realça que Jessica se está a afastar de amigos e aliados, do homem que ama, começando uma viagem solitária. Jessica Jones é uma personagem forte e complexa, real, frágil e emocional. É difícil não gostar dela.
E é difícil não gostar de ler uma série noir sobre uma mulher detective privada, que tem superpoderes e super problemas pessoais. Em parte, foca talvez um pouco demais no universo Marvel (preferi ler sobre Jessica, o seu emprego de detective, os seus fracassos e pequenas vitórias pessoais); mas é uma história muito complexa, entra no lado humano dos heróis, nos efeitos das suas acções, nos seus problemas familiares. E adorei Jessica Jones enquanto heroína porque é humana, com falhas, problemas, defeitos, que comete inúmeros erros. Que tenta dá o seu melhor, mesmo quando se tenta convencer a si mesma que não quer saber. É auto-destrutiva e imperfeita, tem uma vida tão ou mais difícil que o comum mortal (ou comum leitor).
Como não sentir empatia por esta personagem que se insere num mundo tão irreal?
Teria sem dúvida maior e melhor contexto se tivesse lido Alias e Pulsar - e sinto agora enorme necessidade de as ler, porque fiquei fascinada com este volume. O livro também pega nalgumas pontas soltas de Civil War II, que também não li, e creio que alguns momentos se podem tornar confusos com esta minha falta de contexto.
Posto isto: o livro é fácil de seguir, mesmo para quem não tinha qualquer background de Jessica Jones. É intuitivo no que se deve depreender, e é deprimente, triste e ao mesmo tempo tem óptimo humor. Jessica vê os acontecimentos do Universo Marvel do lado de fora, tornando a história ainda mais entusiasmante. Porque se foca nela.
E o final é tão triste. Pobre Jessica.
A menção obrigatória a Gaydos: a arte é maravilhosa. Jessica Jones não tem o glamour das super-heroínas, tem um aspecto banal, de calças de ganga e casaco de pele, que a faz ter destaque. É super expressiva, transmite emoções, e o mood é sempre escuro, sem muitas cores (maioritariamente preto e tons terra), dando à obra uma atmosfera sombria. Li nalgumas opiniões a ideia de o livro estar demasiado escuro, ou sombrio - pessoalmente, adequa-se ao ambiente noir. A edição da G. Floy tem também, no final, várias capas alternativas. As capas são maravilhosas.
Boa introdução!
ResponderEliminarGosto da capa do livro também, o que numa novela gráfica já quer dizer alguma coisa :p
Luke Cage estive a pesquisar e é uma série também, será o mesmo Luke Cage? Ando um pouco perdido em todo este mundo de super herois
"(...)a leva a descobrir um enorme segredo do universo Marvel" :o
Ba então Alias e Pulsar são anteriores a este livro? É que também referiste que este volume conjuga 1-6, portanto admito que não percebi muito bem
"Jessica vê os acontecimentos do Universo Marvel do lado de fora, tornando a história ainda mais entusiasmante. Porque se foca nela." sim gosto dessa premissa
Gostei muito do post, da tua opinião tão pessoal e personalizada, escreves tão bem; e fico muito feliz por teres gostado do livro! Qual seria o próximo a ler?
A capa é incrível, e as várias capas dos 1-6 (já explico :p) também! Adorei todo o grafismo!
EliminarÉ o mesmo Luke Cage :p não sabia da série dele :o
Alias é a primeira série de livros, Pulsar a segunda! Esta é a terceira :p tirado da grande fonte que é a wikipedia: "Jones has since starred in three ongoing series, Alias, The Pulse and Jessica Jones."
O que acontece é que este volume junta vários "floppies" (as revistas), juntando do 1 ao 6, numa edição em capa dura! São no total 18, e aqui vão sair em três livros, sendo este o primeiro.
Boa questão quanto ao próximo a ler, sei que queres que seja Descender :p
Sim Descender :p obrigado pelo esclarecimento Ba!
EliminarFiquei com curiosidade sobre o livro mas não gosto muito da ideia de ter um final triste será que não dá para enviar um email ao autor para reescrever a história? :p
ResponderEliminarAgora que falaste em Alias no final do post houve uma serie há uns anos com o mesmo nome que acompanhei, alguma coisa a ver?
Ah, mas acredito que ela irá sair por cima!
EliminarNada a ver! Apenas coincidência de nomes. Aliás "Alias was adapted into the 2015 Netflix TV series Jessica Jones, which was developed by Melissa Rosenberg for ABC Studios and Marvel Television. The name change was needed due to the unrelated ABC series Alias."