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Feira do Livro de Lisboa 2022

Foi com muito pouco entusiasmo que assisti ao início da Feira do Livro de Lisboa deste ano.



Devo, no entanto, começar por adiantar que, ao longo das minhas três visitas (não exactamente na última, que foi feita na missão única de comprar livros do dia específicos para o meu respectivo, num sábado ou domingo - já nem sei - à tarde, a altura em que a Feira se torna impenetrável e agorafóbica).

Uma amiga fez também uma visita na qual me comprou um livro do dia - A Época das Rosas, de Chloé Wary, livro do dia da Planeta Tangerina num dia no qual eu não pude ir à Feira - que ainda não tenho comigo.

A minha primeira visita foi num sábado - no primeiro sábado de Feira, com o motivo explícito de adquirir, também eu, um livro do dia - Cozinha Vegetariana Rápida e Prática, de Gabriela Oliveira, cujos livros ando lentamente a coleccionar (nunca desiludem). Por insistência de uma amiga, comprei um outro livro do dia para mim no Espaço Porto Editora/Bertrand: Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago. Quem seguir este blog há vários anos (ou tiver perfil de remexedor de perfis com resenhas) poder-se-á ter apercebido da falta de leituras da obra de Saramago por aqui. Ora, isso não se deve ao facto de eu ter lido todas antes da génese deste blog (como acontece com os romances de Jane Austen, por exemplo), mas sim ao facto de eu nunca mais ter pegado em nenhum livro do autor desde o Memorial do Convento.

Ainda no mesmo espaço, cedi finalmente à compra de Myra, de Maria Velho da Costa, que tinha novamente etiqueta azul (desisti que o livro fosse incluído na Hora H; há anos que o espero, nunca aconteceu). Acrescento, aliás, que vários livros com mais que os agora 24 meses que permitem maior desconto, tinham no Espaço Porto Editora/Bertrand etiqueta branca, algo que antes era apenas feito com os livros ainda dentro do regime de preço fixo. Achei mal.

Senti que a minha passagem pela Feira estava a ser, como nos últimos anos, algo mecânica. No entanto, logo abaixo da Bertrand estava o espaço da Ponto de Fuga/Pim!, e sempre que aqui se passa, a compra é certa, porque o editor é maravilhoso. Comprei os dos livros infantis de Ted Hughes - O Homem de Ferro e A Mulher de Ferro -, motivada até pela minha leitura, este ano, de The Red Comet (opinião em breve). Após o final desta volta pela Feira, fui ver Uma Casa de Bonecas no Teatro Villaret, peça que li há mais de uma década, e se ainda forem a tempo de ver a peça, recomendo.

Logo na primeira segunda-feira da Feira (e primeiro dia de Hora H), regressei com o meu respectivo à Feira, com ânimo renovado pelas compras que tinham fugido ao plano - os dois livros infantis de Ted Hughes. Assim, começámos pela Kalandraka, onde comprámos os dois primeiros livros da série Urso Pequeno, de Else Holmelund Minarik e ilustrações de Maurice Sendak, dado já termos lido o quinto livro. Voltei também à Ponto de Fuga, onde comprei A Árvore dos Desejos, única obra infantil de William Faulkner (que já li).

A Hora H foi planeada e meticulosa, precedida de bifana de seitan. No Espaço Porto Editora/Bertrand, O Pedaço que Falta, de Shel Silverstein (por ter a sua sequela), O que diz Molero, de Dinis Machado, A cidade de Ulisses, de Teolinda Gersão e, não planeado, um volume das Fábulas de La Fontaine, ilustrado por Gustave Doré. Da Sistema Solar, editora que ficou por visitar sempre durante largos anos, comprei Bom Crioulo, de Adolfo Caminha, O caso Kurilov, de Irène Némirovsky e O romance de Tristão e Isolda, segundo Joseph Bédier.

A paragem seguinte foi a Gradiva, porque o meu respectivo queria o único volume de Calvin & Hobbes que faltava na colecção (É um mundo mágico). Este, no entanto, estava esgotado e sem real previsão de reposição de stock, pelo que foi adquirido no site da Gradiva (com promoções de 40%), juntamente com Cemitério de Praga, de Umberto Eco, que tinha por alto pensado adquirir, o que fiz para contornar a questão portes. Com este imprevisto, no entanto, a visita à Hora H terminou, pelo que pelas 21h20 estávamos já a ir embora. Não me resta muita paciência para grandes filas.

A última visita foi, como disse acima, motivada por dois livros do dia - o segundo volume d'As 1001 Noites, livro do dia pela E-Primatur, e Plasticus Maritimus, livro do dia na Planeta Tangerina, de Ana Pêgo, Isabel Minhós Martins e ilustrações de Bernardo Carvalho.

Acabou por ser uma Feira do Livro mais animada que as duas ou três últimas, maioritariamente pelas compras não planeadas. É bom ter uma lista, mas é bom fugir um pouco dela.


Comentários

  1. Boas compras :) Gabriela Oliveira não falha!

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    1. não falha mesmo! ingredientes simples, receitas deliciosas!

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  2. Só para dizer que esta semana fui ver Uma Casa de Bonecas :)
    Quanto à feira, nada a dizer #theybrokemyunicorn

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  3. A Myra, finalmente, que bom!
    A Sistema Solar estava com uns excelentes preços nos livros mais antigos, mas já tenho quase todos os que me interessam realmente: Irene, Edith e DH. Ainda namorei com a autobiografia da Isadora Duncan, mas resisti.
    As minhas melhores compras foram nos manuseados - nada manuseados - da Antígona, nos caixotes da RA e, claro, nos alfarrabistas com os seus infindáveis tesouros.
    Eu sou cotovia em tudo, até na FLL. Dia de semana, logo ao meio-dia? Perfeição! 19h, é boa hora para voltar para casa, por isso, não sei quando terei energia para ir a uma Hora H.
    Paula

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    1. sim, finalmente! deixei de esperar pelo desconto maior e fui pelo desconto possível :) também fiquei com essa autobiografia da Isadora Duncan debaixo de olho... mas há que deixar livros para o ano que vem :)
      conta tudo!!
      compreendo, acho que se a hora h não tivesse mudado para 1h mais cedo já não aguentava o ritmo :D mas por enquanto ainda consigo :)

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    2. Dos manuseados da Antígona, trouxe Max Aub, Orwell, Thoreau e Laszlo Krasznahorkai (cábula para escrever este), os alfarrabistas trouxe muita poesia e Duras e da RA trouxe russas: Irène, Akhamotva e Tsvetaeva.
      Paula

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    3. Compreendo bem a cábula! :) boas escolhas, como seria de esperar :)

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  4. também adoro os livros da Gabriela Oliveira - os únicos livros de receitas que realmente uso. Não comprei nada para mim na FLL este ano, fui só passear, mas ofereceram-me o 'Factfulness'.

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    1. eu pego noutros livros de receitas, mas os dela são mesmo os meus favoritos. nunca desilude!

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